22 de setembro de 2011

A morte pede carona - PARTE 2

Como mostrado no post anterior sobre mortes nos quadrinhos, já no final da década de 80, mesmo entre autores consagrados como Walt Simonson e Marv Wolfman não era nenhuma novidade que jogar personagens importantes para a terra dos pés-juntos conseguia movimentar as vendas das HQs, e hoje, muitos anos depois, isso se tornou algo comum aos editores e artistas, o que vem saturando o mercado com o morre e “desmorre” dos ícones das revistas de linha.
Qual será o destino das HQs se o tema morte continuar banalizado como está atualmente? 

AS MORTES NA DÉCADA DE 80
Após o impacto causado pela morte do Flash/Barry Allen e da SuperGirl em Crise nas Infinitas Terras, considerado este um dos primeiros mega-eventos desse tipo nas revistas em quadrinhos, as duas principais editoras, Marvel e DC, começaram a apostar alto no homicídio de seus personagens principais, aquecendo as vendas de certo modo e procurando revitalizar as histórias com heróis que viessem a substituir os falecidos posteriormente. 
Ainda nos anos 80, podemos citar a saga Morte em família, escrita por Jim Starlin e desenhada por Jim Aparo, como uma das que embarcou na onda das mortes banais.
No roteiro, o intempestivo Robin/Jason Todd (o segundo a usar a cuequinha verde) é afastado de suas funções “heroizísticas” pelo Batman, que começa a perceber certo comportamento auto-destrutivo no garoto.
Desafiando as ordens de seu mestre e colocando-se em risco desnecessariamente durante as missões da dupla dinâmica, Jason resolve sair da asa do morcego e passa a seguir uma pista do paradeiro da sua verdadeira mãe no Oriente Médio, o que o leva diretamente para um plano maligno do Coringa.

Na época a DC deixou seus telefones à disposição dos leitores que optaram pela morte do Robin boladinho, e então, seguindo o desejo dos fãs, Jim Starlin escreveu uma história bem aquém de suas capacidades (comparando, por exemplo, a Morte do Capitão Marvel, escrita anos antes pelo mesmo autor na Marvel), que só serviu única e exclusivamente para matar o sidekick do Batman de forma bem violenta, como já mostrei aqui no post sobre as maiores surras das HQs.
Ei, a morte do Robin funcionou para alavancar as vendas na Distinta Concorrente, por que não matamos mais heróis famosos aqui também na Casa das Ideias?”, pensou Jim Shooter, que na época era o manda-chuva da Marvel.
Sobre seu comando, Chris Claremont e John Byrne já haviam matado a Fênix Negra numa das decisões editorias mais polêmicas da história dos quadrinhos (Byrne nunca concordou com a morte de Jean Grey) e foi a ideia de Shooter que praticamente deu o pontapé inicial nas mortes desenfreadas dos quadrinhos.
Se levarmos em consideração o número de mortes de heróis para cada editora e sua importância dentro de seu universo, temos praticamente um empate técnico.
Analisemos:
No início da década de 80 a Marvel matou dois importantes personagens em uma só tacada.
Em 1980 foi a Fênix Jean Grey quem cantou pra subir no desfecho da Saga da Fênix Negra. Até então, nunca uma das protagonistas de uma HQ havia sido morta definitivamente (na época parecia definitivo!) e seu fim fora um marco nos quadrinhos.

Dois anos depois, foi a vez do Capitão Mar-Vell, que morreu vítima de câncer numa das mais emblemáticas graphic novels de todos os tempos, assinada, como eu já havia observado, por Jim Starlin, o pai praticamente de todas as sagas cósmicas da Casa das Ideias. 
Pela DC, as mortes significativas só vieram a acontecer mais perto do fim da década de 80, e nem bem a Crise nas Infinitas Terras se findou levando o Flash e a Supergirl para o lado do mistério, veio a decisão de se matar o Robin, que embora não fosse o original Dick Grayson, ainda assim era um personagem importante para as histórias do qual participava. 


Todas as HQs aqui citadas, independentemente de sua qualidade, surgiram em momentos chaves para ambas as editoras, e fizeram sucesso dentro do público que esperavam atingir. Seja pelo desejo do mórbido, ou pela simples curiosidade, a morte atrai as pessoas, e nas HQs, onde personagens tão fantásticos com poderes inimagináveis também podem se deparar com esse mal irremediável, não é diferente.
A fórmula havia sido experimentada várias vezes e aprovada. Matar personagens rendia boas histórias, mas acima disso atraía público. Um monstro havia sido criado.
A MORTE DO SUPER-HOMEM


Falem o que quiser dessa história.
Mal contata. Forçada. Massa véio. Estúpida. Caça-Niquel.
A verdade é apenas uma:
A morte do Super-Homem foi um dos mais bem sucedidos e polêmicos acontecimentos das HQs dos últimos 20 anos, e eu, todo esse tempo depois, devo confessar que caí direitinho nos planos dos grandões da DC que autorizaram a criação dessa história. Eu me senti tocado pelo enredo e embarquei na onda que tomou o Brasil e o mundo.
Acham que eu estou brincando? 

Se você não era vivo na época, jovem padawan, saiba que A Morte do Super-Homem não foi um evento que só atingiu nerds esculhambados que curtem HQ. A notícia apareceu nos meios de comunicação como se tivesse acontecido de verdade, como se uma figura célebre e mundialmente conhecida tivesse mesmo morrido, e eu me lembro do grau de importância que até o Fantástico da Rede Globo deu ao acontecimento.

Você saía nas ruas e a primeira coisa que você via nas bancas eram cartazes com o logo ensanguentado do personagem (um dos símbolos mais impactantes que já vi na vida) e a HQ pendurada à venda. Na escola só se falava dessa porra, e embora eu tenha tido a oportunidade de pegar a dita cuja em mãos e sofrido com suas páginas (eu tinha uns 11 anos na época e o Super-Homem era o representante máximo do herói, um cara que, na teoria, não podia morrer), demorei longos anos para ter meu próprio exemplar.
O começo dos anos 90 não foram gentis para o velho Homem de Aço. Personagens cada vez mais violentos e obscuros estavam ganhando cada vez mais espaço no universo das HQs. Caras como Wolverine, Justiceiro e Guy Gardner ganhavam cada vez mais público devido seu modus operandi abrutalhado, e os leitores começavam a não querer mais saber dos velhos escoteiros que salvavam gatinhos em perigo de cima da árvore. A década mais massa véio de todas estava começando, e o Super-Homem já não era mais um personagem querido. Ele estava datado, e a menos que a DC concordasse em parar de publicar suas histórias por causa das baixas vendas, algo precisava ser feito.
Foi aí que um verdadeiro time de grandes roteiristas e artistas foi escalado para construir aquela que seria uma das histórias mais lembradas do Homem de Aço em muitos anos, e a estratégia deu tão certo que os spin-offs da morte se espalharam por praticamente todas as revistas da DC da época, conseguindo erguer o título que há anos vinha cambaleante e moribundo próximo de seu fim. 

Depois da morte veio Funeral para um amigo, Super-Homem além da Morte e O Retorno do Super-Homem, e as vendas permaneceram aquecidas por mais alguns anos, provando acima de tudo que poucos elementos são mais rentáveis no mundo das HQs do que a morte, motivo pelo qual certo argumento se tornou tão popular de lá pra cá.
HERÓI BOM É HERÓI MORTO
A morte do Super-Homem foi um marco tão profundo e algo que funcionou tão bem para revitalização de uma franquia, que a partir de então, virou praticamente regra assassinar alguém nas HQs. Depois do Super-Homem, o Lanterna Verde (Hal Jordan) morreu, a Mulher Maravilha bateu as botas, o Arqueiro Verde cantou pra subir e até o Lex Luthor foi dado como morto. Pela Marvel, a Elektra abotoou o paletó de madeira (umas cinco vezes pelo menos), o Ciclope apitou na curva, o Magneto comeu capim pela raiz (umas dez vezes também), o Colossus entregou a rapadura e até o Homem Aranha passou uma temporada no túmulo, embora não tivesse morto definitivamente. Kraven o caçador não era competente o suficiente.
Eu citei apenas alguns personagens que passaram pela experiência do além-túmulo, mas a lista é muito mais extensa e alguns nomes dessa lista até mesmo se repetem tal é o grau da banalidade que o assunto morte atingiu na época moderna.
O fato é que, diferente de alguns personagens que permaneceram mortos por muito tempo após fazerem parte de histórias brilhantes que povoam a memória dos fãs até hoje, como Gwen Stacy e o já citado Capitão Mar-Vell, a maioria dos personagens que batem as botas hoje o fazem para voltar daqui a dois meses no máximo, e isso causa um ciclo vicioso do qual ninguém mais espera nada, soltando aquela máxima: “Ah, morreu? Tudo bem. Daqui a dois meses ele volta”. Na Marvel e na DC os túmulos não são invioláveis, e volta e meia temos algum profanador, trazendo um coitado de volta pra Terra depois de uma temporada no descanso “eterno”.
Pra encurtar o assunto, é importante citar algumas mortes desnecessárias que houve nas HQs e as formas ainda mais desnecessárias que elas foram desfeitas.
Jason Todd morreu após ser espancado pelo Coringa e ter sido apanhado em uma explosão, certo? O personagem ficou por anos longe das histórias de seu mentor Batman literalmente morto e enterrado, mas eis que num dia de diarreia cerebral, o escritor Judd Winick fora induzido a trazer o personagem de volta durante os eventos da Crise Infinita (não confundir com Crise nas Infinitas Terras, Crise de Identidade ou Crise Final).
A desculpa?
Oras, o SuperBoy-prime andou dando umas porradas na realidade e isso criou uma onda de merda choque que perturbou o continuum-espaço-tempo e... Ah, vai pro inferno com essa lenga-lenga!


O fato é que queriam trazer o segundo menino-prodígio de volta do inferno para causar mais estragos na já abalada psiquê do Homem Morcego, e como não queriam apelar para clones, irmãos gêmeos malvados ou qualquer outra dessas já manjadas safadezas de roteiro, inventaram a “brilhante” solução das porradas na realidade.

Na mesma época, na Marvel, resolveram trazer de volta um dos defuntos mais respeitados de todos os tempos, o Bucky, parceiro mirim do Capitão América. Este, ao lado do Tio Ben e de Gwen Stacy figurava como um dos mortos sagrados das HQs, aquele que poucos roteiristas ousavam mexer, em memória do bom andamento das histórias.

Eis que num dia mais inspiradodo que o de Judd Winick, Ed Brubaker resolveu criar uma história em que Bucky, assim como seu parceiro bandeiroso, jamais havia morrido em missão após a explosão do avião do Barão Zemo.
Congelado no Ártico ele foi encontrado por militares renegados soviéticos que o transformaram num Soldado Invernal, e assim foi criado um roteiro muito melhor elaborado e até coerente se pensarmos que o Capitão América permanecera vivo da mesma forma.

Brubaker fez um excelente trabalho com o Bucky e a forma como ele foi trazido de volta à vida foi uma das mais competentes que já li até hoje, apesar de todo o visual anos 90 do personagem, com direito a braço mecânico, cabelo comprido e muitos trabucões nas mãos!!
O arco todo desde o ressurgimento do Bucky, o mistério em torno da verdadeira identidade do personagem (que havia perdido sua memória) e o envolvimento de personagens quase esquecidos do universo do Capitão América como Jack Monroe, o Nômade, por exemplo, foi muito bem desenvolvido, o que a meu ver, transformou as histórias do Bandeiroso, que na época estavam sendo publicadas por aqui no mix dos Novos Vingadores, em uma das mais aguardadas mensalmente.
Pena que, pelo visto, mesmo depois de todo esse elaborado plano para trazer o personagem de
volta, ele vai voltar pra vala na Saga Fear Itself da Marvel que está rolando na gringa.
Sem falar que tudo estava perfeitamente bem nas histórias do Capitão América, até o retorno farofa do velho Steve Rogers, com o papinho de que ele não havia morrido e sim estava perdido no tempo e no espaço. EEEEE, Joe Quesada

Na época eu não acompanhava quadrinhos regularmente nas bancas, adquirindo mais exemplares em sebos, mas fiquei curioso em saber como é que trariam Jean Grey do túmulo após o fantástico desfecho da Fênix Negra.
Como?
Ora, dizendo que aquela Jean Grey que morrera, na verdade era um clone, óbvio!

John Byrne, o mesmo que não concordara com a morte da personagem durante a gestão de Jim Shooter na Marvel trouxera a personagem de volta anos depois para compor a equipe X-Factor, que continha a formação original da equipe de mutantes mais famosa dos quadrinhos (Ciclope, Fera, Anjo, Homem de Gelo e Jean Grey).
A desculpa da vez era que a entidade Fênix havia clonado o corpo hospedeiro da Garota Marvel durante a queda do ônibus espacial que trouxera os X-Men de volta pra Terra após uma rápida “excursão” pelo o espaço (local onde Jean fora “infectada” pela Fênix), e que o corpo da garota permanecera no fundo do mar em uma câmara, em animação suspensa desde então.
Genial, não?
Em uma tacada só, livraram Jean de toda a culpa de ter destruído um planeta inteiro em seus tempos de Fênix Negra (que na verdade não era ela...) e trouxeram a personagem de volta para o convívio de seu namorado caolho como se nada tivesse acontecido. Pelo menos para ela, né, porque durante “sua morte” o Ciclope até casou com outra, mas isso é outra história.
O que aconteceu então? Anos mais tarde, como toda boa fênix, Jean morreu de novo pelas mãos de um Magneto que na verdade não era O Magneto, e esperamos ansiosos até que ela dê as caras mais uma vez, como já é de praxe no Universo Marvel. 

Ainda no mundo mutante da Marvel, é muito comum as mortes passageiras dos membros de sua várias equipes (X-Men, X-Factor, X-Force, Novos Mutantes...) e praticamente todos os membros (talvez com exceção do baixinho canadense que é praticamente imortal hoje em dia) já morreram ou foram dados como mortos durante um tempo.
Põe na lista: Ciclope, Banshee, Noturno (esse morreu recentemente), Colossus, Psyloque, Cifra, Warlock, Magia (a irmã do Colossus), Kitty Pryde (bem, ela estava presa numa bala metálica, mas acho que conta), Magneto com a confusa história do tal Xorn, o Magneto de mentirinha que acabou sendo decaptado por Wolverine, e até mesmo o Profº Xavier.
Todo esse pessoal já passou para o outro lado, e isso nem é mais garantia de que ficaremos sem ver esses personagens por muito tempo, pois as sagas Caça-Niquel estão aí a todo o momento para ressuscitar personagens sem precisar se preocupar com grandes explicações.

Um exemplo clássico desse tipo de Saga foi A Noite mais Densa da DC, que só serviu para trazer o Caçador de Marte, o Nuclear original, o Aquaman e mais um monte de bucha da morte sem precisar se esforçar muito para ser coerente. Sem falar que essa história serviu como demarcação de território para que o Flash/Barry Allen voltasse de vez do túmulo, apagando completamente a existência do melhor Flash de todos os tempos, o Wally West



O que? Você não sabia que o Barry Allen voltou da morte após a espetacular conclusão de Crise nas Infinitas Terras??


Pois é. Mas quem se importa com o que você acha, não é mesmo, fã?
Segundo Geoff Johns (o todo poderoso da DC) explicou no fim do arco de a Noite mais Densa, todos os personagens trazidos de volta a vida após a destruição de Nekron, retornaram porque a “luz branca” assim o quis. Ponto. É isso. Mais limpo que a mágica do Joe Quesada!


Pensando bem, até as porradas na realidade são mais tragáveis. Pelo menos eram mais originais!
Fazendo um paralelo com o futebol brasileiro, essa decisão me pareceu com aquela tal Copa João Havelange que substituiu o Campeonato Brasileiro por apenas um ano para trazer de volta o Fluminense e mais alguns times do limbo da Terceira Divisão, de onde muito provavelmente, por mérito próprio eles jamais sairiam. Em matéria de safadeza Joe Quesada e Dan Didio não estão sozinhos no mundo. O Brasil também é páreo duro nesse quesito!
Quer fiquem os fãs putos da vida com essas decisões editoriais claramente mercenárias ou não, a verdade é que enquanto houver um público (burro) que compra essa ideia, os manda-chuva das editoras não pararão com esse morre e “desmorre” de personagens, isso é fato. Enquanto esperamos histórias de qualidade e que nossa inteligência não seja insultada a cada nova saga que surge no mercado “HQzístico”, os caras que mandam nessa porra toda estão mais a fim de contar dinheiro, e isso está cada vez mais óbvio. Por sorte, mesmo com a qualidade das histórias decaindo a olhos vistos diariamente, ainda tem um ou outro título que se salva, e para certos “momentos marcantes” das histórias em quadrinhos é melhor fechar os olhos, ou deixar que algum reboot, pacto com o Mephisto ou porradas na realidade dêem cabo.
Em vez de nos preocupar, que tal lançarmos um bolão nerd de apostas pra ver quem é o próximo a se levantar do túmulo?
Comecem as apostas!!

NAMASTE!

18 de setembro de 2011

O lado Negro venceu?

No meio em que vivo, seja no trabalho, com o pessoal da faculdade ou entre todos meus amigos, sou conhecido como alguém pessimista, o tipo de cara que não vê as coisas boas sem antes numerar em ordem crescente as chances de algo dar errado e ainda explicar detalhadamente cada uma das razões de porquê aquilo pode não dar certo.
Particularmente eu não encaro isso como um defeito. Eu sigo o sábio provérbio javanês que diz "Se você já esperar o pior em uma situação e o pior não acontecer, você já estará no lucro". Na verdade essa frase nem é um provérbio e eu nem sei o que é javanês, mas esse pensamento é o que me move, e sinceramente eu não gosto de ser otimista em nenhuma situação. Ser otimista me faz parecer fraco, e não há nada que irrite mais um taurino do que fazê-lo se sentir fraco.
O que me levou a escrever esse post, no entanto, foi a necessidade de desabafar um pouco sobre as razões pelo qual meu pessimismo com relação ao futuro da sociedade e do mundo anda em alerta máximo ultimamente.
Acordei pela manhã com uma vontade louca de assistir aos dois Tropa de Elite outra vez e assim o fiz, começando as manhãs costumeiramente tediosas de um domingo mergulhando no mundo violento narrado brilhantemente pelo José Padilha.
Dificilmente eu faria uma crítica tão boa quanto ou melhor da que fiz sobre o 2º filme aqui, portanto, nem tentarei.

A questão é que, ver Tropa de Elite, mesmo sabendo que o filme é uma obra ficcional, me leva a pensar em quão fundo o mundo está atolado na merda, e o pior é que a realidade não está tão longe do que vemos na tela. Basta dar uma boa olhada melhor na sua vizinhança, conversar com algumas pessoas e você também será capaz de ver que o mundo não é tão cor de rosa quanto muitos insistem em dizer que é.
A inversão dos valores de antigamente (moral, ética e essas coisas obsoletas) é o que mais me incomoda hoje em dia. O que antes era claramente diferente como preto e branco, hoje está cinza, e muitas pessoas, estas suscetíveis a se deixarem enganar, não sabem mais a diferença entre o bem e o mal. Assim como no filme Tropa 2 em que as famílias das comunidades são levadas a verem os milicianos como os "heróis" do pedaço, não é raro ver algo parecido acontecer em nossas vizinhanças. Por falta da milícias, os "bons samaritanos" da vez são aqueles indivíduos que se escondem por trás dos ditos comandos e que manipulam muitas famílias oferecendo aquilo que a própria Polícia, já bem defasada, não pode mais fazer, que é oferecer proteção ou um serviço rápido eficaz de segurança.


Sem opção, você também se aliaria ao crime por pura conveniência?

Eu fui educado em meio a quadrinhos, e embora isso possa me levar a ser visto como um nerd alienado, eu digo que foram esses mesmos quadrinhos que me mantiveram no foco sobre bem e mal, mesmo que esses dois conceitos se misturem nessa sociedade estranha em que vivemos atualmente. A meu ver, caras que usam armas ilegais, drogas, que estupram, matam, roubam, corrompem ou que guardam dinheiro na cueca saindo rindo impunentemente diante das câmeras continuam sendo bandidos, e nada me fará mudar de ideia quanto a isso. Noto que para muitas pessoas, e digo pessoas próximas a mim, esse conceito de "bandido" é relativo, dependendo de o quanto esse mesmo "bandido" pode lhe ser útil, e isso é inadmissível.

A corrupção política já tantas vezes comentada por mim aqui (aqui, aqui e aqui também), nem merece mais um post, visto que já desgastei todas as minhas opiniões acerca do assunto, mas é outro ponto que me incomoda muito, é só ver o quanto a impunidade ainda rola solta quando o assunto é absolver políticos desonestos e o quanto os parceiros de Congresso (visando igualmente a conveniência já citada) são coniventes com a maracutáia (Sim, estou falando de Jaqueline Roriz !). E sabe o que é mais triste?? Esses mesmos políticos estarão de volta nas próximas eleições e serão eleitos outra vez por aquelas mesmas pessoas que são adeptos da conveniência.
Esse é nosso Brasil!

Ando repetindo cada vez mais a máxima de que "perdi a fé na humanidade" e essa (des)crença tem aumentado a cada dia. Ler jornais, assistir ao telejornal, acessar a Internet e dar aula para adolescentes só tem aumentado essa minha descrença na raça humana, e dizem que a esperança é algo perigoso de se perder.
Sabe aquela propaganda da Coca Cola de que os bons são maioria??



Discordo veementemente.

Coca Cola e seus comerciais otimistas e seus protagonistas sorridentes e felizes!
Bah!

Se os bons são maioria, então eu tenho convivido com os maus, e esses bons andam muito bem escondidos!

NAMASTE!

11 de setembro de 2011

11 de Setembro - 10 anos depois

Como um bom fã de quadrinhos e em especial das histórias do Homem Aranha, em sua grande maioria situadas em Nova York, sempre fui um pseudo-conhecedor da cultura americana, e devo admitir que sou fascinado por ela. Hoje, claro, menos do que já fui, e em grande parte apenas por causa dos quadrinhos. Se as histórias do Homem Aranha se passassem, sei lá, em Nova Délhi, aposto que também seria fascinado pela Índia, portanto é relativo.

Em 11 de Setembro de 2001 eu ainda era um estudante espinhento e me lembro do choque que foi ver pela TV uma das torres do World Trade Center em chamas. Devido o "conhecimento"mencionado acima, reconheci logo que aquele era um dos prédios por onde o Aranha costumava se balançar, e minha primeira reação foi parar em frente à televisão e ouvir atento o que se dizia com aquelas imagens ao vivo de Nova York.
Tudo ainda era especulação. Atentado terrorista era apenas uma hipótese longínqua, e todos os entendidos do assunto diziam que era impossível que alguém conseguisse invadir o espaço aéreo americano daquela forma e jogar um avião em um dos cartões postais da cidade mais popular dos EUA. Na teoria, claro.
Vi ao vivo o momento em que um segundo avião também se chocou contra a segunda torre do WTC e até o fim daquele dia eu ainda veria estupefato a queda do prédio como se ele tivesse sido implodido.
Assim como todo o mundo (exceto os inimigos dos americanos talvez) eu não conseguia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo. Era como se os piores temores de quem viveu na década de 80, com o medo da ameaça nuclear e a guerra fria, tivessem se tornado realidade, e aquele medo era inevitável. Seria o fim do mundo? Entraria o mundo em guerra novamente?

Hoje, dez anos após os atentados o mundo se encontra em uma nova situação. Os Estados Unidos se encontram em uma crise econômica duradoura, ditadores pelo mundo estão sendo escorraçados de seu cargo (se cuida Hugo Chaves!), a China domina boa parte do mercado internacional e "o maestro por trás dos atentados de 11 de Setembro, Osama Bin Laden, está morto".
"Aiiiee, Rodman! Não entendi as aspas!"
Já explico, caro padawan.
Hoje é público e notório que muitos fatos que envolvem o 11 de Setembro ainda soam um tanto quanto obscuros para quem analisa com cuidado tudo que envolve essa data.
As teorias da conspiração que dizem que os atentados terroristas que atingiram o país foram orquestrados pelos próprios comandantes, na época liderados pelo Presidente George W. Bush, se espalham pela Internet. Das mais absurdas até as mais plausíveis, essas teorias usam como base diversos indícios que são difíceis de serem ignorados, como a ligação da família Bush com as empresas de petróleo árabes, a derrota do próprio George Bush (o pai) na época da Guerra do Golfo que não conseguiu derrubar o poderio de Saddam Hussein e os milhões que os EUA gastavam com armas e equipamentos bélicos que não poderiam ser usados se não houvesse uma guerra.

Junte tudo isso numa imensa omelete e podemos começar a dar razão a certos grupos conspiratórios. Sacrificar as 2.752 pessoas que perderam sua vida com o atentado era um mal menor considerando tudo que se esperava ganhar depois disso. A arte da guerra é algo mais antigo do que as civilizações, e engana-se quem acha que os manda-chuva, aqueles que governam nossas ações, não são capazes de pensar dessa forma.
Uma das primeiras vozes que se levantaram alegando observar algo errado no atentado do 11 de Setembro foi a deputada americana Cynthia McKinney, do Partido Democrata (Bush é Republicano).
Segundo ela, o Presidente George W. Bush sabia antecipadamente dos ataques. Sabia e não fez nada.
A deputada McKinney dizia que a administração Bush precisava lançar os Estados Unidos numa nova guerra para beneficiar um certo Carlyle Group (Não, não estou falando de Crepúsculo!), firma de investimento baseada em Washington. George Bush pai, é um dos conselheiros da empresa, que também contava com vários ex-militares linha dura na mesa diretiva. O Carlyle Group teria investido muita grana na indústria bélica, e uma nova guerra era tudo que eles precisavam para turbinar os lucros.

Como a própria história hoje é capaz de contar, não demorou até que Bush-Filho iniciasse uma ofensiva ao Afeganistão, logo que Osama Bin Laden se proclamou o responsável pelos atentados, e a guerra que se estendeu por anos deve ter sido suficiente para encher os bolsos das empresas armamentistas de dinheiro, com o aval do Presidente e o próprio grupo de sua família.
Como resultado dessa ofensiva, Bush ainda em seu segundo mandato, conseguiu capturar e executar Saddam Hussein, terminando assim com seu "reinado de terror" na Arábia Saudita, e limpando o nome da família Bush, que no início da década de 90 não conseguira impedir que o ditador árabe se opusesse à ocupação americana na área fértil em petróleo.
Petróleo é a palavra-chave para essa luta sem fim entre o Ocidente e o Oriente-Médio, e duvido que as mortes de Saddam e Bin Laden ponham um fim nisso tudo, mesmo com "Obaminha Paz e Amor" no comando, servindo como a figura do nice guy americano que irá libertar todos os países da opressão.
Sobre o terceiro avião a invadir o espaço aéreo americano que se chocou contra o Pentágono, há mais do que provas de que num dia comum isso jamais poderia acontecer.
Pensem comigo:
Seu país tem o melhor e mais caro sistema de defesa aérea que existe. Você deve ter à sua disposição centenas, talvez milhares de radares prontos a captarem o menor indício de que algo está se deslocando fora de sua rota segura. Um urubu deve ser abatido se voar fora do lugar indicado por ali!
Aí um sujeito sequestra um avião, invade o espaço aéreo e o joga contra o prédio onde fica instalada toda a inteligência militar de seu país. Totalmente plausível, correto? Errado!
Nada, exceto uma nave alienígena que não pode ser detectada por radares deve ser capaz de chegar perto do Pentágono sem que caças da Força-Aérea o impeça. Não faz o menor sentido.
O que houve naquele dia? O cara responsável por olhar os radares teve auma diarréia repentina e não conseguiu soar o alarme?
Outro indício de que houve algo muito errado em 11 de Setembro foi a forma como as torres do WTC tombaram, como se tivessem sido implodidas.
Não é todo dia que vemos prédios caindo atingidos por aviões, mas parando para pensar racionalmente, é difícil acreditar que eles caiam para dentro de si com todo aquele peso ao serem atingidos no alto. O mais lógico é pensar que eles tombem de lado, por melhor que sejam as estruturas que dão sustentação a eles, daí toda a cisma com a veracidade desse atentado.
Por mais bizarro que seja pensar que um Presidente e todos à sua volta que o apoiam sejam capazes de autorizar a destruição de um prédio e a morte de centenas de pessoas no processo, eu não me admiraria se essa fosse a verdade por trás dos fatos. A política, a briga pelo poder e acima disso, a sanha de se manter nesse poder podem corromper com facilidade, e minha fé na humanidade anda abalada demais para eu acreditar no contrário. Infelizmente.
Pra quem quer ir ainda mais longe nas conspirações sobre o 11 de Setembro, vale a pena dar uma olhada no vídeo "A Chegada" que venho estudando já há algum tempo.
O vídeo fala muito mais do que teorias políticas e vê tudo que aconteceu naquele dia por uma ótica bem interessante:



Pra quem ainda acha que Illuminatti é aquele grupo criado pelo Homem de Ferro nas histórias da Marvel, é bom abrir melhor o olho (e não o de Hórus), por que os indícios estão por toda parte.

Vale também a pena dar uma lida num artigo recente publicado no MSN de uma reprodução do New York Times sobre as conspirações do 11 de Setembro, e também na matéria do G1 que diz que é saudável acreditar em conspirações e não aceitar mastigadinho tudo que nos é jogado na mídia (Viu, Globo??).

Caso eu demore mais de um mês a postar no Blog do Rodman outra vez, podem começar a chorar, porque provavelmente eu terei sido tirado de ação por causa desse post!
Heheheh!

NAMASTE!

9 de setembro de 2011

Top 10 - Os Melhores Momentos de O Cerco

Após a Invasão Skrull, Norman Osborn, o outrora ensandecido rosto por trás da máscara do Duende Verde, assumiu o posto de secretário de segurança do governo e chefe da Organização conhecida como SHIELD, vaga anteriormente ocupada por Tony Stark, o Homem de Ferro. Sob suas ordens, foi instaurado um Reinado Sombrio, onde não havia espaço para monstros, justiceiros ou mutantes.

Osborn organizou sua própria equipe de Vingadores, formada quase que completamente por vilões reformados, além do deus da guerra Ares e do atormentado herói Sentinela. As equipes da Iniciativa criadas após os eventos da Guerra Civil para que jovens com superpoderes fossem treinados, foram tomadas, e novas regras começaram a ser estipuladas seguindo a visão deturpada de Osborn.

Influenciado pelo deus da trapaça Loki, que como resultado de seus planos esperava conquistar enfim o reinado de Asgard, Norman decidiu criar um incidente parecido com o de Stamford (evento que deflagrou a Lei de Registro Super-Humano e a Guerra Civil), e colocou o ingênuo Volstagg, um dos três guerreiros aliados de Thor, em rota de colisão com supervilões a serviço do rei do crime Capuz. Como consequência, Volstagg acabou destruindo um estádio de futebol, o que deu plenos poderes para que Osborn em sua identidade de Patriota de Ferro e seus Vingadores, criassem um cerco ao redor de Asgard, com a intenção de expulsar os deuses e sua cidade reluzente da Terra.

Com a desculpa de que os deuses eram uma ameaça direta à humanidade, Osborn declarou guerra à Asgard, cidade que paira no alto de Oklahoma, e homens e deuses começaram duelar em nome de sua honra, manipulados por duas das mentes mais maquiavélicas do universo Marvel: Norman Osborn e Loki.



10- Thor é derrotado por Osborn

Após ser enganado por Loki (sempre ele!!), Thor assassinou seu próprio avó Bor fazendo assim, com que ele fosse banido de Asgard por seu irmão Balder, que então proclamou-se rei.

Ao saber que o Patriota de Ferro e os Vingadores Sombrios estavam atacando Asgard, enquanto sob a identidade do médico Donald Blake ele cuidava do combalido Tony Stark, Thor foi obrigado a intervir, partindo para a ação, deixando Stark aos cuidados de Maria Hill.

A cena em que Osborn vê ao longe um relâmpago percebendo que Thor está chegando é muito boa, sem falar no cagaço dos seus Vingadores quando começam a realizar o que está perto de acontecer. “Cara! Nós somos uns merdas e vamos ter que enfrentar o Thor!!”.


Logo que chega à Asgard, Thor é abatido pelo Sentinela, é quando o leitor solta aquele “Puta que pariu! Agora eu quero ver!!”. Osborn tem um Super-Homem como cão de guarda particular, e isso faz com ele assuma o risco que for para atingir seus objetivos, inclusive ir contra as ordens da Casa Branca.

A luta entre Thor e Sentinela não passa de dois quadros, e é quando Osborn ordena a seus Vingadores e aos aliados do Capuz um ataque em massa ao Deus do Trovão que é... Derrotado!!

Brian Michael Bendis é um excelente escritor, mas quando ele decide “embuchificar” um personagem ele consegue com a mesma maestria em que ele enfodece. O Thor leva uma escovada de uns personagens mequetrefes à serviço do Osborn, e isso sem nem reagir, o que me faz duvidar as vezes de seu nível de poder.

Ficou feio pro loirão.


9- Capitão América lidera a resistência

Durante os últimos meses fiz diversos reviews aqui sobre as histórias do Capitão América escritas por Ed Brubaker, e já expressei meu descontentamento com a volta de Steve Rogers e a forma como a história foi contada, mas uma coisa deve ser dita: A decadência pelo qual o universo Marvel começou a passar após a morte do personagem, e o modo como os escritores criaram uma ligação em suas histórias, dando poderes a Norman Osborn, fazendo com que os Vingadores (os liderados por Luke Cage) se tornassem foragidos da lei e como o Reinado Sombrio fora instaurado para no final trazer a esperança de volta na imagem de Steve Rogers, o verdadeiro Capitão América, foi jogada de mestre.

A mensagem passada é que um mundo sem o Capitão América e todos os seus valores e o símbolo que ele representava, mergulhou literalmente no inferno, e somente sua volta poderia trazer a esperança. Achei uma sacada de gênio dar essa importância ao personagem.

Steve Rogers voltou ao mundo dos vivos apenas para vê-lo entregue nas mãos de uns dos maiores vilões da época moderna. Seus amigos, aqueles que antes de sua morte ele nomeou como os seus Vingadores, estavam vivendo escondidos, sendo caçados por seus inimigos, e ele não podia imaginar como as coisas podiam ter denegrido a tal ponto.

Em sua loucura, Osborn ordenou que a imprensa cobrisse o cerco à Asgard, jogando a opinião pública contra os deuses e a cidade dourada, e tão logo viu seu companheiro de longa data ser massacrado ao vivo pela TV, Rogers tomou uma decisão: Precisava reunir seus amigos contra aquela insanidade. O discurso do cara mostra porque os demais heróis precisavam dele para inspirá-los:


Eu votaria no Capitão pra Presidente!

8- A derradeira batalha do deus da guerra

Ares o deus mitológico da guerra era um antigo aliado dos deuses nórdicos de Asgard, guardando um profundo respeito por Thor, seu pai Odin e a todos seus semelhantes.

Ares foi levado a acreditar por Osborn que Loki estava governando Asgard, e que ele havia desencadeado toda aquela crise envolvendo a presença de Volstagg no estádio de futebol em Chicago. Desta forma, como um general (afinal ele é o deus da Guerra) Ares liderou as tropas de Osborn (Vingadores Sombrios, aliados do Capuz, etc.) rumo à Asgard, deixando claro que o que eles iriam enfrentar não seriam reles adversários, e sim guerreiros natos.

Uma vez no campo de batalha, enfrentando o próprio rei de Asgard Balder, Ares descobre que foi enganado por Osborn e decide se voltar contra ele. Felizmente para o vilão, o Sentinela está mais uma vez montando guarda, e não permite que Ares se aproxime, iniciando um combate mortal com o deus da guerra.

O Sentinela, incontrolável, acaba com a luta de modo aterrador:

O nível de “sangue no zóio” atinge o mais alto grau nesse quadro chocante. O que fazer contra um Super-Homem totalmente ensandecido?

7- Thor X Sentinela

Depois de ser surrado, Thor é resgatado por Maria Hill que o leva em segurança para um bairro de Oklahoma.

Osborn ordena que Daken, o filho do Wolverine rastreie o deus do trovão, o que ele faz com sucesso até ser torrado vivo por um relâmpago evocado pelo Mjolnir.

Devo admitir que vibrei quando vi essa cena! Hehehehe!

Uma vez localizado o esconderijo temporário de Thor, Osborn manda seu cão de guarda para confrontá-lo e a batalha entre os dois mais poderosos personagens da Marvel, embora tenha ficado aquém do que todo mundo esperava, ainda assim foi épico.

O Sentinela mostra que não detém mais qualquer resquício de humanidade (tirado com a morte de sua esposa pelo Mercenário), e confronta Thor pronto a destruí-lo, fato que até certo ponto imaginamos ser possível.

Se bem que o Thor perdeu toda a moral depois que tomou um esculacho do Treinador!

Em seu ápice, quando parece que a luta será decidida para um dos lados, ela é interrompida, e o Sentinela abandona Thor para seguir outra ordem de Norman Osborn.

6- O fim do Reinado Sombrio

Influenciado por Loki o tempo todo, Norman Osborn em sua loucura, em nenhum momento pensou o quanto havia ido longe quando decidiu enfrentar deuses numa batalha de vida ou morte que seria televisionada para todo o mundo.

Quando o destino da batalha mudou completamente com a chegada do Capitão América e os verdadeiros Vingadores, Osborn enfim percebeu que não podia vencer, mesmo com a ajuda dos capangas do Capuz que estavam “overpowerizados” pelas Pedras Nornes em poder do vilão encapuzado.

Enquanto enfrentava Steve Rogers em pessoa, Osborn começou a perceber falhas nos sistemas de sua armadura, que nada mais era do que uma cópia da tecnologia de Tony Stark, e então sua derrocada teve início quando ele percebeu que era o próprio Stark quem estava interferindo em seu sistema, tornando seu traje inativo.

O Homem de Ferro ressurge em sua armadura mais clássica em meio ao Cerco e retoma o controle enquanto o Capitão América declara a derrota final de Osborn, que sem seu traje metálico se mostra ainda influenciado por seu alter-ego, o Duende Verde.

A resposta do Homem Aranha à loucura de Osborn é mais eloquente do que qualquer palavra:

Quando se vê sem saída, Osborn ordena que o Sentinela destrua Asgard, não deixando que os heróis vençam.




5 - A queda de Asgard

Devo salientar que à princípio os desenhos de Olivier Coipel me incomodavam lá na época do lançamento de Dinastia M, minissérie desenhada completamente pelo artista. Porém, de lá pra cá, eu me afeiçoei muito a seu traço estiloso e atualmente sou um grande fã do cara.

A grandiosidade com que ele consegue desenhar Asgard é de tirar o chapéu, sem falar na profundidade que o cara consegue imprimir nas cenas de batalha aérea. Li pela primeira vez O Cerco meio que apressadamente, mas da segunda vez que coloquei as mãos nesse material pude conferir com mais calma quadro-a-quadro e não há o que se reclamar da arte de Coipel.

A cena em que o Sentinela atravessa Asgard, destruindo suas fundações e derrubando a cidade dourada é de encher os olhos. Em primeiro lugar vemos o quão poderoso é o homem que detém o poder de um milhão de sóis explodindo, e em segundo o quão é grandioso o efeito de ver uma cidade inteira se despedaçando ante seu poder.


4 - Sentinela se transforma em Vácuo

Desde o princípio, quando Michael Bendis introduziu o Sentinela no universo Marvel a história do personagem era um tanto quanto confusa, em especial na parte que dizia respeito ao arqui-inimigo do herói, o vilão Vácuo. Pra se ter uma ideia do absurdo, ele e seu inimigo sempre foram na verdade a mesma pessoa, e isso fazia com que meus miolos esquentassem pensando no assunto.

Se o Vácuo era a grande arma secreta de Osborn para forçar caras como Namor, Doutor Destino e Emma Frost a compactuarem com seus planos de conquista, conquista, CONQUISTA, então como é que eles aparecem relativamente separados na edição especial de O Cerco: Prólogo??

Seja como for, o Vácuo, que antes nas histórias dos Vingadores não era nada mais do que uma “sombrinha” agora mais parece um dos avatares dos elementos das tropas Lanternas da DC, e devo acrescentar que nessa forma ele ficou muito mais ameaçador.

Toda a humanidade de Bob Reynolds se esvai quando ele dá lugar ao Vácuo e é nesse momento que Loki percebe que, assim como Norman Osborn, ele foi longe demais com seus planos, e que Vácuo tem o poder necessário para destruir o mundo todo, inclusive o que restara de Asgard.

Seja como for, sempre achei o Sentinela um personagem cujo potencial me pareceu desperdiçado. Todo aquele lance de esquizofrenia, agorafobia e afins limitavam o personagem (tal qual a kryptonita para o Azulão da DC), e o deixavam meio insano desnecessariamente. Aparentemente a Marvel queria ter seu próprio Superman, mas depois percebeu que um deus como ele não teria espaço no universo da editora, e resolveram torna-lo um vilão para poder removê-lo da cronologia sem grandes alardes.


Bom, já é melhor do que reboots e socos na realidade, né?



3 - O sacrifício de Loki

Sem saída, vendo que os grandes campeões da Terra não eram páreo para o poder sem precedentes do Vácuo, Loki decidiu tomar de volta o poder das Pedras Nornes dadas ao Capuz e “overpowerizou” os super-heróis, dando a eles uma chance de enfrentar o monstro de igual pra igual.

Até mesmo o deus da trapaça conseguiu perceber que o guarda-costas de Norman Osborn era poderoso demais para que seu irmão Thor pudesse deter, e conseguiu um tempo extra a ele e a seus aliados.

Infelizmente para Loki, esse foi seu último ato de redenção, e quando Vácuo percebeu de onde vinha a fonte daqueles novos poderes dos heróis, ele resolveu a situação do seu modo: destruindo Loki.



2 - O Homem de Ferro de volta à ação

Nada mais parecia ser capaz de deter o Vácuo. Como medida desesperada Tony Stark decidiu assumir o controle do antigo porta-aviões da SHIELD, agora usado como a base aérea do MARTELO, e transformá-lo num míssil. Enquanto Thor tentava deter a criatura, Stark lançou o porta-aviões sobre o Vácuo e a medida extrema surtiu efeito até certo ponto, fazendo com que a consciência de Bob Reynolds voltasse por alguns instantes e ele percebesse tudo que havia causado em sua loucura. Em desespero, Bob pediu que Thor o matasse antes que fosse tarde demais e o Vácuo assumisse o controle novamente.



1 - O apagão dos mil sóis

Como previsto, o Vácuo volta a dar as cartas, e tudo parece perdido para os heróis dessa vez. Cabe a Thor, com seu imenso poder do Deus do Trovão acabar de vez com a ameaça do monstro, e quando ele descarrega um prodigioso relâmpago sobre a criatura, o deus nórdico enfim encerra a épica batalha, salvando a todos ao matar Bob Reynolds, que termina seus dias incinerado e logo depois lançado ao sol.

Me parece meio forçado que Thor tivesse, afinal, poder para destruir o Vácuo, sendo que antes disso estava levando a maior surra do monstro. Eu li a minissérie inteira na esperança de um confronto grandioso entre Thor e o Sentinela, e a todo o momento em que eles se enfrentavam sempre me pareceu que o herói dourado levava significativa vantagem sobre o Deus do Trovão. O grau dos poderes do Sentinela nunca foi devidamente explicado e até hoje eu não sei o que diabos quer dizer possuir o poder de mil (mil, um milhão... enfim) sóis explodindo!!

Como Sentinela ele podia voar, descarregar rajadas de energia (acho), ser invulnerável até certo ponto e possuir super-força, mas, além disso, nunca o vi fazer nada, exceto se transformar num super-demônio com todo tipo de poderes. Como um cara tão mothafucka podia ser incinerado por um relâmpago? Mesmo um baita de um relâmpago como o que o Thor evocou?

Na maximizada série Hulk contra o Mundo, o Sentinela sai no braço contra o Hulk, e o herói maluco é derrotado pelo Golias Esmeralda na base da pancada. Na história, Banner vence Reynolds logo depois que ambos terminam exauridos em suas identidades civis, e naquele momento ele não me pareceu tão poderoso, embora os dois tenham destruído metade da cidade enquanto tentavam se matar.

O Homem de Ferro já venceu o Sentinela usando Clock, o androide que serve como um computador vivo para a fortaleza do herói (aquela que ficava sobre a Torre dos Vingadores) e sua agorafobia, e até mesmo o Justiceiro conseguiu despistar o cara usando apenas explosivos e armas de fogo.

Seja como for, fica bem claro que esse “fim” do personagem não é definitivo, uma vez que seus poderes são originados do sol (Superman-an-an-an!) e que ele (pasmem!) foi atirado no sol, exatamente como o próprio Sentinela já havia feito com o Vácuo (é isso mesmo. E nem tente entender!). Agora cabe ao próximo escritor que trabalhar com o personagem explicar toda essa zona, e dar um sentido a essa maluquice criada por Brian Michael Bendis e o próprio criador do Sentinela, Paul Jenkis.

O Cerco se encerrou com a derrota de Norman Osborn e o restabelecimento do conceito heroico. Steve Rogers agora é o comandante da SHIELD, e uma nova Era Heroica brilha no horizonte da Marvel... Até a próxima mega-saga, claro, que mudará todo o universo e mimimimi.

NAMASTE!

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