6 de novembro de 2011

Galeria do Rodman #5

Quando eu era criança pequena lá em Barbacena, um dos meus passatempos favoritos era pegar meus gibis (velhos companheiros) e sair desenhando tudo quanto era herói “posudo”, gastando folhas e mais folhas de papel, tanto que acabei me especializando nisso. Eu enchia fácil vários cadernos de desenho com meus rabiscos, deixando-os a princípio apenas no grafite, com hachuras e sem nenhum acabamento posterior.
Mais tarde comecei a arte-finalizar meus rabiscos com caneta esferográfica (A boa e velha BIC) e depois pintá-los com lápis de cor seco, e foi então que a produção começou a cair, porque esse tipo de desenho levava mais tempo para ser feito, questão de dias e às vezes, dependendo da vontade, semanas. É aquela coisa, né! Leva-se tempo até chegar-se à perfeição... E estou correndo atrás dela até hoje! Hehehehe!
Na faculdade de Design Gráfico aprendi alguns métodos de desenho que não conhecia antes, além de ser apresentado a materiais que nunca antes haviam chegado à minha mão como o lápis conté, o bico de pena, o crayon (que eu achava que era Giz de Cera por causa do desenho dos Simpsons) e principalmente o nanquim. Eu sempre gostei daquelas artes em preto e branco finalizadas com nanquim, e embora preferisse meus desenhos ao natural, sem contornos (como já mencionei aqui) aprendi a gostar de arte-finalizar com a tinta preta, não parando mais de lá pra cá.
Fuçando na Internet, certa vez, me deparei com esse belíssimo desenho do brazuca Ed Benes, que costuma desenhar as nossas heroínas preferidas sempre em poses, digamos, sensuais:

Desde os tempos em que o Frank Miller ainda não estava senil e que escrevia as histórias do Demolidor, eu já era ligadão na Elektra e aquele seu visual ninja-gostosa, e com o passar do tempo, os artistas só aumentaram esse sexy-appeal na personagem.

De cara decidi que queria copiar o traço de Benes em sua Elektra, e na falta do que colocar no cenário, resolvi colocar seu peguete casual, o Demolidor como plano de fundo.

Esse Demolidor, rascunhado pelo próprio Joe Quesada (oooooo produtor) não é o foco, mas eu gosto desse contraste de vermelhos e pretos dos dois personagens, o que a meu ver fez com que o resultado final ficasse satisfatório.

Nesse desenho usei lápis HB e 2B para o rascunho. Como sempre faço, fortaleci o traço e apliquei aqueles detalhes mais chatinhos de fazer como contorno dos olhos, ponta da sai (a adaga, como costumam chamar) e as faixas em torno do braço da Elektra com grafite 0.5. Fiz a pintura com lápis de cor seco e giz de cera vermelho (lembra aquele problema com o vermelho nas caixas de cor da Faber Castell??), e todos as hachuras e sombras apliquei com nanquim no bico de pena.

Ao digitalizar a imagem deu aquela tentação de reformar tudo com pintura digital, uma vez que a pintura à lápis não fica muito agradável aos olhos em RGB, mas decidi fazer apenas alguns retoques no fundo à nanquim, já que na tela as marcas e manchas ficam muito mais visíveis e dei apenas algumas pinceladas nos efeitos de brilho e detalhamentos. Também reduzi um pouco da “sujeira” do nanquim sobre a parte mais clara do desenho (a pele), e o resto eu deixei como estava, até para valorizar mais a arte original.


O resultado?

Ah, sei lá!

Ficou “menos pior” do que estava antes.
Vale a homenagem (no bom sentido) à Ed Benes, grande artista brasileiro que há algum tempo já vem trabalhando para o mercado internacional em revistas como Liga da Justiça e Birds of Prey (pré-Reboot) e ao sacana do Joe Quesada, que apesar de ser um gordo safado (como bem já citei aqui) é um desenhista de mão cheia... Quando quer.

NAMASTE!

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