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16 de dezembro de 2021

Corrente das séries

Blog do Rodman a corrente das séries

Há alguns anos, quando eu ainda usava outras redes sociais além do Twitter, eu recebi a corrente das séries em um post e achei bacana responder os 18 tópicos de sua lista.

Naquela época, o resultado foi o seguinte:


1. Nunca assisti: Seinfeld

2. Não sinto vontade de assistir: Grey's Anatomy

3. Assisti mais de uma vez: Westworld (até pra poder entender! Hehehe!)

4. Última que maratonei: La Casa de Papel

5. Todo mundo gosta e eu não: The Office

6. Abandonei: The Walking Dead

7. Me frustrei: Game of Thrones 

8. Surpreendeu: A Maldição da Residência Hill

9. A melhor: LOST

10. Reality: Sei lá… não vejo nenhum. 

11. Emociona: Eeeeeee… não sei. 

12. Quero Assistir: Community

13. Marcou a infância: Jaspion

14. Marcou a adolescência: Lois & Clark

15. Recomenda: Breaking Bad, Marianne

16. Cancelaram e sofri: Se cancelaram é porque é ruim! 

17. Pra relaxar: Friends

18. Um clássico: 24 Horas


Agora, muitos anos depois, resolvi recriar essa lista — até porque estou com preguiça de escrever outros posts — e vou apresentar a versão 2021 da Corrente das (minhas) Séries. Sigam-me os bons!


1. Nunca assisti:

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Ouvi ótimas recomendações sobre Seinfeld, já fui incentivado a assistir mais de uma vez, a série estreou recentemente no catálogo da Netflix… Mas até hoje, eu nunca assisti e nem sei se vou. Quem sabe?
 

 

2. Não sinto vontade de assistir:

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Cara! 18 temporadas em uma série sobre médicos… Não rola. Continuo não tendo vontade nenhuma de começar a assistir Grey's Anatomy.


MENÇÃO HONROSA: Loki do Disney + que foi a única das séries da Marvel para a qual simplesmente caguei e não vi até hoje.

 

3. Assisti mais de uma vez:

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A série dos Titãs da Netflix/Warner eu já assisti mais de uma vez, até porque atualmente, as coisas somem da minha mente com muita facilidade e como são poucos episódios, é bem rápido de ver tudo de novo.

MENÇÃO HONROSA: A primeira temporada de Stranger Things eu já assisti mais de uma vez e pretendo rever todas as três antes da estreia da quarta temporada.

 

4. Última que maratonei:

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Eu tenho assistido a muitas séries atualmente — sobretudo as antigas, que já vi várias vezes! — mas maratonar mesmo, de em poucos dias detonar com várias temporadas inteiras, eu só fiz com Orphan Black.

Eu nunca tinha desenvolvido interesse em ver a série por total ignorância sobre do que se tratava, mas bastou eu ler a sinopse uma vez para me sentir totalmente atraído para a história.

“Uma mulher se depara com alguém idêntica a ela cometer suicídio e quando decide assumir a identidade dessa pessoa, ela atrai para si vários problemas gerados pela vida daquela total estranha”.

A primeira temporada é absurdamente frenética e a cada novo episódio, a gente vai descobrindo cada vez mais motivos para continuar acompanhando a trajetória de Sarah Manning (Tatiana Maslany) enquanto ela se faz passar pela policial Beth.

Eu assisti as cinco temporadas quase sem pausas por conta da contagem regressiva imposta pela Netflix, que resolveu remover a série do catálogo, e foi uma verdadeira maratona liquidar todos os episódios e descobrir, afinal, qual seria o destino de Sarah e suas diversas cópias.

A Tatiana Maslany foi escalada para viver a Jennifer Walters e a Mulher-Hulk no seriado da Disney + e eu já estou ansioso para assistir. Ela conseguiu dar vida a quase 10 personagens diferentes em Orphan Black e mesmo se tratando de clones, a gente consegue ver nitidamente as diferenças sutis entre todas elas. Genial!


MENÇÃO HONROSA: Assistir todos os episódios de Round 6 não foi bem uma maratona e sim uma corrida até a esquina, mas a série rendeu bons momentos de diversão. É bom sair, de vez em quando, da nossa zona de conforto e experimentar produtos de outros lugares do mundo. Apesar do último episódio cagado, toda a primeira temporada é bastante empolgante… e é totalmente desnecessário que tenha uma segunda!

 

5. Todo mundo gosta e eu não:

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Dizem que leva um tempo para se gostar de The Office, que os primeiros episódios são mesmo um pouco lentos… Mas eu não consegui achar graça de nada do que vi no começo da primeira temporada. Fica para uma próxima vida, quem sabe!

 

MENÇÃO HONROSA: Elite da Netflix… Assisti a alguns episódios e achei beeeem caidinha. Não me agradou.

 

6. Abandonei:

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Assim como The Walking Dead, que citei na primeira lista, eu larguei mão das séries da CW. Consegui concluir Arrow, que era a que eu mais tinha simpatia, mas The Flash, Batwoman, Supergirl e Legends of Tomorrow me recuso a continuar assistindo. Deus que me livre!

 

7. Me frustrei:

Corrente das séries

Depois de LOST, acho que Game of Thrones foi a série que mais se aproximou de unir gregos e troianos num único intento, todos os domingos à noite.

Era incrivelmente prazeroso assistir aos episódios semanais e depois comentar no Twitter com a galera todas as emoções vividas até a sétima temporada, pena que a série foi ladeira abaixo em sua reta final.

Longe das mãos do George R.R. Martin — o autor dos livros da saga Crônicas de Gelo e Fogo — que nunca escreveu o final da sua própria história, os showrunners da série da HBO D.B. Weiss e David Benioff decidiram entregar um trabalho porco e apressado para encerrar a série, achando que assim, estariam agradando aos fãs, que também, como na época de LOST, viviam sugerindo e exigindo nas redes sociais o final que gostariam de assistir.

Por fim, GOT terminou de maneira melancólica e ninguém ficou satisfeito com os destinos dos personagens principais.

Daeneys morreu de um jeito idiota, Jon Snow voltou a ser o nada que sempre foi desde o começo da série, o Rei da Noite foi destruído de maneira cretina e a Arya Stark se tornou uma… pirata?

Tomanocu!

Final bem aquém de tudo que a série prometia desde o início, o que, obviamente, não apaga em nada a excelente trajetória e a produção acima da média que Game of Thrones sempre teve desde seu primeiro episódio, em 2011. Ou será que apaga?

 

8. Surpreendeu:

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Numa das minhas últimas idas à CCXP, eu cheguei a ver um cartaz de Desalma no painel da Globoplay e por se tratar de “bruxaria” em uma produção brasileira, eu me empolguei para assistir.

Eu maratonei os 10 episódios da série de uma tacada só e realmente fui surpreendido pela qualidade da produção que tem toda a cara de material gringo, tanto pela excelente fotografia quanto pela direção artística de João Paulo Jabur, Pablo Müller e Carlos Manga Jr..

A história fala sobre antigos rituais que ocorriam na cidade fictícia de Brígida, no Rio Grande do Sul e uma festa de origem pagã chamada Ivana-Kupala, onde uma jovem moradora local chamada Halyna (Anna Melo) acaba perdendo a sua vida.

Toda a trama que envolve o assassinato da garota reverbera pelos demais personagens ao longo dos anos e a personagem de Cássia Kiss — uma bruxa local —, que é a mãe de Halyna, acaba ditando os rumos da série.

Escrita por Ana Paula Maia, Desalma é um dos produtos nacionais mais bem feitos dos últimos anos, entrega ótimas atuações de Claudia Abreu e Maria Ribeiro e uma segunda temporada já está em produção.

 

9. A melhor:

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Em 2021, fazem 11 anos do fim de LOST e até hoje, continuo elencando essa série como a melhor de todas os tempos.

LOST era para mim, muito mais do que apenas os mistérios sobrenaturais da ilha onde o avião da Oceanic Airlines cai no primeiro episódio ou as experiências científicas realizadas no local pela Iniciativa Dharma… A meu ver, a série falava sobre os personagens e era por eles que eu torcia do início ao fim de sua saga, mesmo que muitos deles não tenham conseguido chegar lá.

Eu era incrivelmente apaixonado por todos eles e me vi identificado pelos seus dramas de vida, pelos obstáculos que enfrentavam e pela maneira como tentavam resolver seus problemas pessoais, tais quais abandono parental, alcoolismo, crises conjugais, abuso de drogas e dificuldades para lidar com perdas.

Jack. Hurley. Kate. Locke. Sawyer. Jin. Sun. Charlie Nick e Paulo… NÃO, zoeira! e tantos outros fizeram parte da minha vida por seis maravilhosos anos e sempre que posso, eu os revisito, revendo todas as temporadas daquela que foi e sempre será a melhor série de todos os tempos.

 

10. Reality:

Corrente das séries

Eu assisti ao Brincando com Fogo original e até comentei aqui o que achei. Tentei assistir a versão brasileira narrada pela Bruna Louise, mas decidi que não tenho tanto tempo de vida para perder com essa besteira.

“Quando eu tiro a camisa na balada, nenhuma mulher consegue resistir ao meu charme”.

Fala sério! Que tipo de pessoa fala uma coisa dessa no mundo real?

 

11. Emociona:


Corrente das séries

 


Sob Pressão da Globoplay é uma daquelas séries médicas que me fizeram dar uma chance ao gênero que sempre abominei.

Tenho acompanhado há algum tempo e a cada episódio, fico ainda mais impressionado com o talento interpretativo de Marjorie Estiano.

Os encontros e desencontros da doutora Carolina e do doutor Evandro (Júlio Andrade) que tentam manter um relacionamento enquanto a vida no hospital público do Rio de Janeiro os afasta, são o mote principal da série, mas é acompanhando as vidas dos pacientes que chegam ao local que mais somos atingidos pelas emocionantes tragédias da vida real que o roteiro nos transmite a cada novo episódio.

Me vi chorando em vários momentos da série e essa última temporada especialmente, exibida esse ano, em período pós-pandemia — por assim dizer, embora a pandemia ainda não tenha acabado — me acertou de uma maneira bem particular.

Todas as quatro temporadas de Sob Pressão estão disponíveis no Globoplay e a direção é de Andrucha Waddington.

 

12. Quero Assistir:

 

Corrente das séries

Não tenho muitos motivos para querer continuar vivo, mas eu gostaria muito de assistir à série da Mulher-Hulk que estreia em 2022 na Disney +.

A personagem tem um timing de comédia muito bom nos quadrinhos — em especial, as suas fases nas mãos de John Byrne e de Dan Slott — e acho que combina bastante com a pegada dos filmes da Marvel, sem falar na quantidade absurda de cameos que pode render o tema "advocacia", com a participação de vários outros personagens do MCU… 

O que óbvio, não vai acontecer!

Mesmo assim, de todas as séries que estão prestes a estrear, She-Hulk é a que mais me deixa empolgado.

 

13. Marcou a infância:

 

Corrente das séries

O fantástico Jaspion me marcou de maneira muito intensa na infância e a série do maior Metal Hero japonês de todos os tempos me ajudou a enfrentar uma realidade solitária e triste. Não é para menos que os olhos se enchem de lágrimas até hoje cada vez que ouço os primeiros acordes daquela guitarra que antecede o tema da abertura.

Jaspion mora para sempre no meu coração.

 

14. Marcou a adolescência:

 

Corrente das séries

Nos anos 90, eram raríssimas as produções que envolviam super-heróis. Seja pela dificuldade orçamentária da época ou pela defasagem de efeitos visuais, os heróis raramente saíam das páginas de quadrinhos e iam para as telas… Quando iam, a gente tinha produções como o vergonhoso Capitão América (1990) de Albert Pyun, o intragável Quarteto Fantástico (1994) de Oley Sassone ou a esquecível Liga da Justiça (1997) dirigida por Félix Enríquez Alcalá.

Na esteira desses desastres cinematográficos, a Warner decidiu apostar em um seriado sobre o Superman, porém, mais focado em Lois Lane e Clark Kent. Foi aí que estreou, em 1993, Lois & Clark – As Novas aventuras do Superman.

Com a falta de produções bacanas com meus heróis favoritos, Lois & Clark supriu por um bom tempo aquela necessidade de ver o Superman em live-action. Os filmes de Richard Donner e Christopher Reeve eram bons, mas só tinham dois deles e ambos passavam com frequência na TV.

Lois & Clark focava mais nas aventuras românticas do alter-ego do herói kryptoniano e o cenário variava pouco entre a redação do Planeta Diário, o apartamento dos dois ou a fazenda da família Kent em "Pequenópolis". Os efeitos visuais do voo do Superman também eram bem capengas, mesmo assim, essa foi uma série que marcou a minha adolescência e que me apresentou à melhor Lois Lane de todos os tempos: Teri Hatcher.

A série está disponível no catálogo da HBO Max, mas eu não me arrisco a assistir de novo. Melhor deixar na lembrança!

 

15. Recomenda:

Corrente das séries

Esse ano eu revi todas as temporadas de Breaking Bad e para quem nunca assistiu essa série fenomenal escrita por Vince Gilligan e protagonizada pelo ainda mais fenomenal Bryan Cranston, fica a dica. Ela está inteirinha na Netflix e dá para assistir em um espaço muito curto de tempo.

  

16. Cancelaram e sofri:

 

Corrente das séries

Eu confesso que assistiria facilmente mais umas duas ou três temporadas de Demolidor da Netflix, com aquele mesmo elenco e a adição de outros personagens das páginas dos gibis do Homem sem Medo.

Recentemente, a Marvel anunciou que Charlie Cox foi contratado para voltar a viver o personagem em produções da casa  — sem a parceria com a Netflix desta vez —, mas eu duvido que seja a mesma coisa, mesmo que eles venham a desenvolver uma nova série.

Marvel’s Daredevil foi um acerto muito grande no mundo das séries de super-heróis e é, de longe, a melhor do gênero. Não só pela violência que era bastante pungente, mas também por todo o aspecto psicológico do personagem das HQs que foi respeitado na produção e os excelentes coadjuvantes que permeavam toda a narrativa de Matt Murdock.

Depois de WandaVision, que mesmo com seus defeitos, é uma boa série, nada mais que a Disney + tem lançado com os personagens do MCU me agrada, o que me deixa muito desesperançado para algo que envolva o Demolidor, mesmo colocando o Charlie Cox à frente. Uma pena muito grande não termos uma quarta temporada de Marvel's Daredevil depois daquela apresentação incrível do Mercenário na terceira.  

 

17. Pra relaxar:

Corrente das séries
 

Friends, Todo Mundo Odeia o Chris, Um Maluco no Pedaço e as primeiras temporadas de Dois Homens & Meio eu costumo usar para dar uma relaxada. Dificilmente essas séries entregam algum episódio ruim ou que não tenham graça.

 

18. Um clássico:

 

Corrente das séries

Atualmente, eu estou com algumas séries novas enfileiradas em minha lista para assistir, mas em vez disso, estou revendo a sétima temporada de 24 Horas DE NOVO, pela segunda vez em um período de menos de um ano.

Eu já escrevi alguns posts ao longo desses 11 anos de blog sobre 24 Horas e não me canso de dizer que foi com ela que comecei a pegar gosto por acompanhar séries estrangeiras e me sentir desesperado até que chegassem novos episódios.

A série acabou há mais de 8 anos, mas até hoje, me pego revendo as temporadas e acompanhando os dias intermináveis na vida de Jack Bauer, o agente mais eficiente da CTU, a Unidade Contra Terrorismo.

Depois de assistir muitas vezes, a gente consegue enxergar um padrão entre as temporadas, que usam sempre uma estrutura muito parecida entre si nos 24 episódios — toda temporada tem pelos menos três chefões terroristas divididos em hierarquias, como num jogo de videogame, os vilões são sempre árabes, africanos ou chineses e tem sempre um traíra infiltrado na CTU ou no FBI! —, mas mesmo sendo, às vezes, exageradamente ufanista e colocando os EUA como o centro da galáxia quase sempre, ainda assim, é divertido acompanhar a história.

A meu ver, 24 Horas já é um clássico eterno!

 

MEU TOP 5 SÉRIES DA VIDA

 

1 – LOST

2 – Breaking Bad

3 – Game of Thrones

4 – 24 Horas

5 - Friends


NAMASTE!

8 de janeiro de 2014

O Hobbit - No Cafofo do Smaug


E a jornada do pequeno Hobbit Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) ao lado do mago Gandalf (sir Ian McKellen) e dos treze anões Thorin Escudo-de-Carvalho (Richard Armitage), Balin (Ken Stott), Dwalin (Graham McTavish), Bifur (William Kircher), Bofur (James Nesbitt)Bombur (Stephen Hunter), Fili (Dean O’Gorman), Kili (Aidan Turner), Oin (John Callen), Gloin (Peter Hambleton), Nori (Jed Brophy), Dori (Mark Hadlow) e Ori (Adam Brown) para reaver o reino de Erebor, continua no filme O Hobbit – A Desolação de Smaug, que estreou em Dezembro de 2013 nos cinemas.

A história de fantasia que se baseia no livro único O Hobbit escrito pelo mesmo autor da trilogia O Senhor dos Anéis J.R.R Tolkien, transformada em três filmes pelo diretor Peter Jackson, conta a saga de Bilbo, um Hobbit do Condado que é convidado a participar de uma aventura inesperada pelo velho mago Gandalf, o Cinzento, que é praticamente uma lenda por aquelas regiões áridas da Terra Média. Cansado de sua vida monótona e regrada (característica básica de todo Hobbit), Bilbo decide ir atrás do Cinzento e dos treze anões, mesmo sabendo os perigos que o esperam no caminho até a Montanha Solitária de Erebor, lar dos anões, tomado por um gigantesco dragão que se apoderou de todos os tesouros e riquezas escondidos do lado de lá das muralhas. Guiada por Gandalf, a comitiva tem em sua posse uma chave que abrirá uma passagem secreta na montanha dos anões, e lá chegando, Bilbo, como o ladrão do grupo, tem a dura tarefa de encontrar a pedra Arkenstone em meio a todo o tesouro agora sob o poder de Smaug, sabendo que essa pedra pode trazer o poder de volta às mãos de Thorin, filho de Thrain, neto de Thror, o legítimo herdeiro real de Erebor.


Como visto no primeiro filme, a vida dos quinze personagens não é nada fácil até chegarem a Erebor. Enquanto um mal sem precedentes (maior que a ameaça de Smaug) se esgueira nas florestas e começa a atrair trolls e orcs para próximo das cidades dos elfos, Bilbo e seus amigos são obrigados a suar para transpor as passagens até o reino dos anões. Caçados pelo orc branco Azog (cujos movimentos são capturados do ator Manu Bennett, o Slade Wilson da série Arrow) e sua horda de orcs, os pequeninos quase perdem seu líder Thorin, que no final do primeiro filme decide encarar (de novo) o monstro pálido, levando a pior dessa vez. Thorin decepou o braço da criatura durante a batalha nos portões de Moria e impediu que seu povo fosse inteiramente massacrado por ele no passado, o que não resolveu o problema permanentemente. Pelo contrário, Azog espreita ainda mais perigoso, e o grande entrevero entre eles deve mesmo ficar para o terceiro filme, uma vez que Azog mal aparece no segundo.


Em A Desolação de Smaug, em paralelo a jornada dos anões em reaver seu reino das garras ambiciosas e gananciosas de Smaug, nós vemos também o ressurgimento de um poderoso Necromante que começa a expandir sua influência maligna pela Terra Média, o que intriga os magos Gandalf (que larga os anões à própria sorte por causa disso) e Radagast (Sylvester McCoy), o Castanho. Após deixar Bilbo e os anões à caminho da Montanha Solitária, o Cinzento começa a seguir pistas que o levam a encarar o próprio Necromante face-a-face, e a criatura etérea acaba se revelando como um dos personagens principais da outra trilogia de Peter Jackson, o temível Sauron.


Além das duas tramas, vemos também surgir um herói entre os homens, o safo Bard (Luke Evans, o Zeus de Imortais), que ajuda os anões a chegarem à Cidade dos Lagos, e acaba se revelando o herdeiro daquele que não conseguiu impedir o avanço de Smaug sobre Erebor. Na história, o pai de Bard teve a chance de atingir o dragão com uma balestra (arma usada para disparar uma espécie de arpão) feita pelos anões, e o homem vive na Cidade dos Lagos, aos pés da Montanha Solitária, literalmente sob a sombra do fracasso de seu progenitor. Disposto a corrigir o erro de seu pai, Bard se vê obrigado a usar a última flecha negra capaz de matar Smaug, e apesar de se interpor entre Thorin e seu destino à princípio, ele faz com que seu filho leve a flecha até a balestra, sabendo que o retorno do dragão é agora algo inevitável.


Esses três plots conduzem a história de A Desolação de Smaug, mas aquiete seu facho se você acha que verá algum desfecho ainda na segunda parte da película. O filme acaba quase duas horas e meia depois do começo e não fecha nenhuma das tramas desenvolvidas durante esse tempo, o que acaba deixando alguns espectadores meio que emputecidos na sala de cinema.

Os Efeitos Especiais

É certo que a tecnologia digital a que Peter Jackson e sua equipe dispõem hoje é infinitamente maior do que a que ele tinha na época da filmagem da trilogia do Senhor dos Anéis (e nem faz tanto tempo assim!), e aproveitando-se de tais recursos, o diretor decidiu extravasar libera e joga tudo pro ar e dar na cara do espectador (literalmente!) com uma tecnologia de ponta, usada para trazer a mais nítida imagem e os melhores efeitos digitais que o século XXI pode criar.



Não consegui assistir o primeiro Hobbit em um cinema que me permitisse apreciar a qualidade de imagem proporcionada pelas câmeras que rodam em 48 fps (frames por segundo), mas dessa vez me vi embasbacado na poltrona olhando para uma tela que mais parecia uma vitrine, onde do outro lado os atores e personagens fantásticos conduziam a história de A Desolação de Smaug. À princípio me senti incomodado por aquela imagem tão nítida que mais parecia uma cena de novela dentro do Pônei Saltitante enquanto Thorin e Gandalf conversavam, mas depois, comecei a mergulhar naquela perfeição de imagem, e percebi os benefícios de assistir um filme rodado a 48 fps. Tudo é mais limpo, e até mesmo perceber os defeitos e inserções de CGI é gratificante. 



Nas cenas de ação, a mescla entre atores e personagens digitais é cada vez menos visível (exceto criaturas quadrúpedes!), e uma das cenas mais comentadas e elogiadas do filme, a queda nas corredeiras e a batalha dos anões contra os orcs, fica ainda mais divertida com a nitidez das câmeras. O esplendor da cidade dos elfos comandada por Thranduil (Lee Pace) é ainda mais perceptível, enquanto a floresta negra por onde os anões passam e são obrigados a enfrentar terríveis aranhas gigantes (cena, aliás, pra deixar qualquer um com aracnofobia!) fica ainda mais sinistra, enquanto abelhas gigantes voam de encontro ao espectador no cinema.

O 3D, no entanto, para por aí, uma vez que ele é apenas usado como muleta, dando profundidade a alguns cenários (como o do já citado encontro no Pônei Saltitante) e alguma vertigem nas corredeiras, enquanto os anões boiam em barris tentando escapar da fúria dos orcs.
Seja como for, as inserções de CGI estão mais bem cuidadas nesse segundo filme, e já é quase impossível saber quando estamos vendo um boneco digital saltando entre anões e orcs, e quando estamos vendo o verdadeiro Orlando “Boneco de Cera” Bloom (agora com 37 anos e nitidamente bem menos ágil nas cenas de luta), voltando a encarnar o destemido Legolas, para o delírio das mocinhas.



Só para não dizer que tudo são flores, a tão esperada aparição do transmorfo (por falta de definição melhor) Beorn (Mikael Persbrandtfoi pra lá de decepcionante. Além da falta de profundidade do personagem e da rápida passagem em que ele dá casa, comida e roupa lavada aos anões, sua transformação de urso para “humano” é bem meia-boca, sem falar que Beorn nem sequer parece um urso! Sabe-se (de acordo com o livro) que Beorn volta a aparecer na guerra que deve culminar entre os exércitos no terceiro filme, mas mesmo para uma introdução de personagem, achei bem caída sua aparição.  
Adaptação
Como já citei no outro post, eu não li a trilogia O Senhor dos Anéis e nem tampouco O Hobbit, portanto, não tenho nada a questionar sobre a fidelidade da obra a que Peter Jackson deveria ou não seguir. Tudo o que sei sobre a obra, foi o que li a respeito na internet e que ouvi em podcasts e fóruns de discussão por aí.

Através dessas fontes, descobri que o orc branco Azog não desempenha papel tão importante na história, e que ele morre (e isso não é SPOILER, porra!) mesmo na batalha de Moria. Quem fica para vingar o legado de matança e maldade do pai é Bolg, que aparece em A Desolação de Smaug, mas que é descrito como apenas um pau-mandado do próprio Azog, num diálogo que quase quer dizer: “Bolg, meu fi. Vá lá atrás daqueles anões e acabe com todos eles pra mim, porque eu preciso ser resguardado pro terceiro filme!”. Assim sendo, Bolg acaba sendo o grande general dos exércitos de orcs no segundo filme, e fica sendo o responsável pela "quase invasão" das criaturas ao reino dos Elfos, em busca dos anões que são feitos prisioneiros pelos orelhudos da floresta logo após se livrarem das aranhas gigantes.



Após esse entrevero entre elfos e aranhas gigantes, descobrimos que o coração de Legolas, o elfo fodão de O Senhor dos Anéis, bate rápido e acelerado por uma elfa plebeia, a linda e destemida Tauriel (Evangeline Lilly, a Kate de LOST), mas que o amor dos dois é algo inalcançável, já que Thranduil, a Rainha louca... digo, o Rei dos Elfos não aprova que seu filho de sangue real se junte com uma elfa advinda da plebe. Assim sendo, começa a rolar um improvável clima entre Tauriel e o anão bonitão Kili (já citado no primeiro post como o galã entre os treze anões), o que incomodou muita gente durante o filme. 



Em primeiro lugar, dos treze anões da comitiva para reaver Erebor, só mesmo uns três ou quatro tem aparência do anão clássico, aquele baixote cabeçudinho que veste armadura e carrega um machado, os demais, ao longo do filme nem sequer parecem anões, exceto quando colocados próximos de personagens de estatura humana comum, como Gandalf e os elfos, por exemplo. Eu mesmo quase me esqueço que eles são anões, embora sejam chamados assim o tempo todo. Seja como for, o affair imposto na história não existe no livro, até mesmo porque a personagem Tauriel foi criada apenas para o filme, o que faz provavelmente com que Evangeline Lilly seja eternamente grata a Peter Jackson.



Quanto ao romance entre Tauriel e Kili, não sou contra. Basta lembrar que Evangeline já namorou o ator Dominic Monaghan, seu parceiro de elenco em LOST e que interpretou o Hobbit Merry na primeira Trilogia. Ou seja, experiência em lidar com "anões" a moça tem! "Ok! Ok! Eu aumento, mas não invento!!"



Incoerências e desvios gritantes quanto à linha narrativa mostrada no livro (que lembrando, foi escrito para crianças) existem aos montes com relação ao Hobbit adaptado para o cinema, mas é importante salientar que tanto Jackson quanto a Warner (produtora conhecida por esticar, esticar e esticar a baladeira até não sobrar mais nada, visto séries de TV como Smalville e Supernatural) tiveram que criar três filmes se baseando em um “roteiro” de pouco mais de 300 páginas. 




Liberdades poéticas e inserções seriam necessárias de qualquer forma, mas ao fim da sessão, ficou aquele gosto amargo de que Jackson havia exagerado em sua ambição de querer faturar com três filmes, uma vez que com menos enrolações ele conseguiria colocar tudo muito bem colocado em dois filmes.
Lá e de volta outra vez...
Como filme, sem pensar que ele é uma adaptação e nem o julgando se ele tem ou não incoerências de roteiro (e vamos combinar que o plano dos anões de afogar o Smaug em ouro foi bem merda!) A Desolação de Smaug é um baita de um filme (baita mesmo, com um orçamento de US$ 270 Milhões), equivalente ao primeiro em grandiosidade e na qualidade dos efeitos visuais. Três das minhas cenas prediletas envolvem movimentação e ação, e são tão bem executadas que me recordo como se tivesse acabado de ver o filme. A cena já citada da fuga dos anões pelas corredeiras é sensacional, mostra toda a sincronia e trabalho em equipe dos amigos anões enquanto eles são caçados impiedosamente pelos orcs comandados por Bolg. Em paralelo à destreza dos pequenos, também vemos a agilidade e mira infalível de Legolas (que também não aparece na história original de O Hobbit) e de Tauriel, que estão ali para reaver os anões e ao mesmo tempo afastar a ameaça orc de suas terras.



A cena na floresta com as aranhas gigantes, e que precede a das corredeiras, também é excelente, não só pelo cenário, mas principalmente pelas alucinações que o local causa nos pequenos quando estes colocam seus pés em seu interior. Como numa viagem louca de ácido, Bilbo e os treze anões começam a alucinar sob efeito da floresta, e começam a se perder enquanto andam em círculos e começam a ter ataques de esquizofrenia. O clima de terror aumenta quando (outra vez, repetindo a cena de O Retorno do Rei quando Frodo é ferroado e enrolado em teia por uma terrível aranha gigante) aranhas enormes começam a caçar os anões para almoçá-los, obrigando o pequeno Hobbit a usar sua espada Ferroada e o Um anel guardado em seu bolso desde o Concurso de Charadas com o Gollum, para salvá-los.



Minha terceira cena preferida, apesar do desfecho sem criatividade do banho de ouro, é quando Smaug dá as caras pela primeira vez. Sem sombra de dúvidas, esse é o melhor e mais bem feito dragão que já vi no cinema. Enquanto ouvia a atuação do ator Benedict Cumberbatch, que faz a voz de Smaug, eu me peguei analisando a forma do lagarto gigante, pensando com meus botões “Quanto tempo esses filhos da puta demoraram para digitalizar e renderizar esse dragão!”. O personagem digital é um dos mais perfeitos que já vi, e não só possui o peso que vemos faltar em bonecos digitais (Como o Hulk, por exemplo, que sempre parece ser feito de borracha) como também a movimentação excelente, algo que talvez tenhamos que agradecer a Guillermo  del Toro, que apesar de ter abdicado da direção de O Hobbit, participou da produção, tendo seu nome creditado no filme. O diretor rotundo é conhecido por caprichar nas criaturas fantásticas que desenvolve para o cinema, e isso ficou bem claro em Hellboy, onde trabalha quase que inteiramente com animatronics e no recente Pacific Rim, onde ele nos fez acreditar que monstros e robôs gigantes podem mesmo existir em nosso mundo. Isoladamente a equipe de criação do Smaug merecia ganhar um Oscar de efeitos visuais tal é a perfeição do dragão, e vão se passar alguns anos até que algum outro diretor (ou o próprio Peter Jackson) venha a superar o que foi conseguido em A Desolação de Smaug nesse quesito.



Independente do que a crítica “especializada” e que leu todos os livros de Tolkien achou, eu gostei para caralho de O Hobbit – A Desolação de Smaug por tudo que já foi citado e também por ter cumprido seu papel principal: Entreter. Eu me diverti assistindo o filme, eu ri com as peripécias dos anões, me empolguei com as cenas de luta muito bem coreografadas, me deliciei com as cabeças de orcs rolando a todo momento e em especial gostei de revisitar a Terra Média sob essa nova ótica em 48 fps de Peter Jackson. O filme tem defeitos, óbvio, qual filme não tem? Mas eu fui menos cricri comigo mesmo e relevei alguns deles porque se tratava de uma história fantástica com seres fantásticos. Como posso me importar com incoerências de roteiro em uma história em que vejo treze anões sofrerem os maiores infortúnios como quedas em corredeiras, quedas de árvores a centenas de metros do chão, flechadas, ataques de orcs e nada acontecer de grave a eles? O único anão que esteve mesmo às portas da morte foi o Kili, e isso porque ele precisava ter uma cena romântica em que é salvo pela elfa bonitona. Os outros, sabemos que são indestrutíveis!
A Desolação de Smaug é um excelente filme de aventura, daqueles que devem ser repetidos no futuro Ad infinitum na Sessão da Tarde. Tem ação, suspense e comédia na medida certa, e apesar de ser um caça-níquel fidumaégua entre o primeiro e o terceiro (O Hobbit – Lá e de volta outra vez) filme (sim, nós sabemos disso!), assim como o primeiro, vale cada centavo do ingresso do cinema em 3D, que não é barato hoje em dia. Se você não é fã xiita da obra de Tolkien, vá assistir sem medo de ser feliz. Vale a pena.
NOTA: 9,0

CLIQUE NA IMAGEM PARA LER O REVIEW DE O HOBBIT - UMA JORNADA INESPERADA

NAMASTE!

13 de outubro de 2013

Eu dei uma espiada nos Diários do Vampiro (1ª Temporada)


Vampiros sempre inspiraram curiosidade e fascínio, e isso desde que as primeiras obras de Bram Stoker (considerado por muitos o “pai” dos vampiros na literatura) publicadas no Século XIX começaram a ser adaptadas já no Século seguinte. O filme “Drácula de Bram Stoker” de 1992, estrelado por Gary Oldman e Wynona Ryder, foi o primeiro talvez, a trazer à tona o gênero “vampiro” para a Cultura Pop moderna e retirar os sedutores dentuços do ostracismo, o que durou aí por volta de uma década.

Nos anos 2000, seja pela conjunção dos astros, solstício de verão, Era de Aquário ou pelo simples fato de que histórias de vampiros atraíam as pessoas (em especial mulheres), ocorreu um boom na literatura fantástica norte-americana, e várias escritoras começaram a lançar obras sobre o tema, incluindo aí Charlaine Harris com sua série The Southern Vampire Mysteries (2001), livros que contavam a saga da jovem garçonete Sookie Stackhouse que inspiraram a série da HBO True Blood, e claro, Stephenie Meyer com Twilight (2005), obra que inspirou a série de filmes da Saga Crepúsculo. Longe da literatura, mas ainda assim inserido na cultura pop, o filme Underworld – Anjos da Noite foi lançado mundialmente em 2003, e também aproveitou desse filão vampiresco, incorporando a (na época) inédita guerra entre os dentuços branquelos e sua nêmese peluda, os lycans (ou lobisomens, para os menos cultos).  


Enquanto Anne Rice, provavelmente a escritora mais famosa e mais prestigiada da literatura americana sobre vampiros, lançava seus livros com certa periodicidade (entre eles Entrevista com o Vampiro de 1976 e A História dos Ladrões de Corpos de 1992), outra escritora menos famosa e menos prestigiada surgiu no cenário literário e lançou seu livro chamado The Vampire Diaries: O Despertar, em 1991. Lisa Jane Smith (ou simplesmente L.J Smith) começou a escrever a história da jovem Elena Gilbert e seu triângulo amoroso com os irmãos vampiros Damon e Stefan Salvatore lá no início dos anos 90, tendo terminado a primeira série em 1998. Curiosamente, os livros só chegaram ao Brasil mais de dez anos depois, com o sucesso do lançamento da série de televisão The Vampire Diaries, estrelada por Ian Somerhalder, Nina Dobrev e Paul Wesley, e desde então a história que se passa na cidade fictícia de Mystic Falls (nos livros Fell’s Church) tem atraído uma legião crescente de fãs, sobretudo mulheres.

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Mas Rodman, porque diabos você resolveu assistir essa série?

Boa pergunta, caro padawan.


Quando assisti o primeiro Anjos da Noite me vi interessado por aquilo que eu considerava algo inédito, a briga histórica entre duas das criaturas sobrenaturais fantásticas mais fascinantes que existiam: Vampiros e Lobisomens. Depois disso, começou a ficar cada vez mais comum ver essa “briga” entre as duas raças na mídia, incluindo aí nas insossas intervenções artísticas de Stephenie Meyer em seus livros e depois no cinema. Antes disso, o tema vampiro só havia me interessado em Entrevista com o Vampiro (o filme de 1994) e com o surgimento de Blade (1998), personagem da Marvel criado por Marv Wolfman e adaptado para o cinema na pele de Wesley Snipes. Esse lance de vampirinhos apaixonados realmente me broxavam, até eu perceber que isso era recorrente desde Drácula de Bram Stoker. Eu já tinha achado Crepúsculo e todas suas variantes um saco, filme insosso sem atrativos e cansativo, resolvi dar uma chance para True Blood (que resenhei aqui e aqui), série que começou bacana, mas que depois virou um samba do afrodescendente desprovido de faculdades mentais e tinha combinado comigo mesmo passar bem longe de qualquer coisa que tratasse de vampiros e que não tivesse um caçador arrancando suas cabeças envolvido.

Motivos para ver a série? Que tal esses?

Então resolvi dar uma chance para The Vampire Diaries. Afinal, não se pode falar mal de algo sem conhecer do que se está falando.

A série criada por Kevin Williamson e Julie Plec conta a história de Elena Gilbert (Nina Dobrev), uma jovem de 17 anos órfã que perdeu os pais num fatídico acidente automobilístico em que ela sobreviveu milagrosamente. Sob a responsabilidade da jovem tia Jenna (Sara Canning), Elena e seu irmão mais novo Jeremy (Steven R. McQueen) procuram restabelecer suas vidas após o trauma da perda dos pais, e para isso contam com o apoio dos amigos de escola. 


Enquanto a garota é confortada pelas amigas Bonnie (Katerina Graham), Caroline (Candice Accola) e pelo ex-namorado e amigo Matt (Zach Roerig), eis que ela se sente atraída por um misterioso jovem recém-surgido na escola (e não, não estou falando de Edward Cullen!!) chamado Stefan Salvatore (Paul Wesley). Embora acreditemos nisso até metade da primeira temporada, o encontro de Elena e Stefan não é NADA casual, e enquanto os dois começam a se envolver amorosamente, a garota descobre que Stefan já a havia conhecido bem antes da escola, e que ele (SPOILER) havia sido o responsável por tirá-la do carro no acidente que matou seus pais.


Mais tarde, Elena se vê envolvida na misteriosa história da família Salvatore e ela conhece o enigmático Damon (Ian Somerhalder), o irmão mais velho de Stefan que retornou a Mystic Falls depois de um longo afastamento para atazanar a vida do caçula. Cheio de sarcasmo e cinismo, Damon volta acompanhado de uma onda de mortes que começa a assolar a cidade, o que passa a preocupar Stefan, que diferente do irmão, não mata vítimas inocentes para saciar sua sede por sangue.



OH, MY FUCKIN' GOD! Eles são vampiros, Rodman??

Claro, Mané! Achou que bonitos, sarados, perfeitos e usando gola em V desse jeito eles seriam o quê? Elfos da floresta??


Enquanto descobre os segredos assustadores dos irmãos Salvatore, Elena se vê envolvida em uma rede de intrigas e mentiras que a faz pensar em “onde fui amarrar meu jegue?”. Apaixonada por Stefan e sentindo coceirinhas por Damon, a menina chega a terrível constatação de que seu grande amor é uma criatura da noite que se alimenta de sangue para sobreviver, e apesar disso, decide aceitar sua real natureza, confiando que ele não vai rasgar sua jugular durante a noite na cama. Assim como nos livros, o roteiro da série deixa bem clara a questão maniqueísta de bem e mal, pelo menos nos primeiros episódios. 


Stefan é o irmão vampiro bonzinho que voltou para Bon Temps Mystic Falls para viver em paz enquanto persegue o amor que nunca mais encontrou desde que sua amada Katherine (que é a cara de Elena!) morreu em um incêndio um século antes. Ele se alimenta de coelhinhos da floresta (como ele é fofo, né?), respeita a vida humana e aceita sua própria humanidade, traço que ele luta para não perder, apesar de ser um morto-vivo. Já Damon é o vampiro clássico, que gosta de se esbaldar na luxúria, não está nem aí para os humanos (e quem pode condená-lo por isso?) e que simplesmente apertou o foda-se para o mundo, afinal ele é lindo, tesão, bonito e gostosão e ainda é praticamente imortal. O conflito entre bem e mal é bem construído no início da primeira temporada, mas como nem tudo é preto e branco, é bacana perceber que os irmãos Salvatore mantêm características contraditórias em suas personalidades, fazendo o espectador perceber que Damon não é afinal tão filho da puta assim e nem que Stefan é praticamente um Dalai Lama de bondade. Obviamente, o fã-clube de Damon é muito maior entre as espectadoras. Por que será, hein?? (Já discuti esse conflito ideológico aqui certa vez).


Se a série se desdobrasse inteira somente nesse triângulo amoroso, eu já a teria abandonado logo nos primeiros episódios, mas a história por trás do passado de Mystic Falls, a relação dos Salvatore com os fundadores da cidade (as famílias Fell, Gilbert, Forbes e Lockwood) é bem atraente e todo o misticismo ao redor de alguns personagens, como a magia de Bonnie, que é herdeira das bruxas de Salem, me interessou a continuar acompanhando. Em nenhum momento me senti agredido pelo roteiro ou percebi que os roteiristas estavam de brincation with me, tipo falando que vampiros não andam no sol porque eles brilham feito umas fadas loucas ou que eles procriam (!!). Muito da mística criada por Stoker e mantido por Anne Rice encontram espaço em The Vampire Diaries (sem toda aquela homossexualidade característica dos textos da autora americana, claro), e desta forma, vampiros continuam morrendo com estacas de madeira, continuam não podendo andar nas ruas durante o dia e ainda fingem serem pessoas normais para comer o cu do coveiro emboscá-las à noite.

Tyler Lockwood e Caroline Forbes

Diferente das demais séries longas (que em geral possuem de 20 a 23 episódios por temporada), todos os episódios de TVD parecem ser relevantes para a trama principal e não sofrem daquela enrolação ao estilo Supernatural, em que somente os dois primeiros episódios e os dois últimos realmente mudam alguma coisa na trama. Ou seja: perder um episódio significa ficar também perdido no decorrer da história.

Dobrev, Wesley, McQueen, Graham, Somerhalder e Accola

Além do enredo amarradinho cheio de mistérios e reviravoltas, a série conta também com um bom elenco jovem. Quase nenhum dos atores decepciona em suas atuações (além de serem TODOS, sem exceção, bonitos), o que é com certeza uma das minhas maiores críticas aos filmes da Saga Crepúsculo, por exemplo, com os bonecos de cera Kristen Stewart e Robert Pattinson nos papeis principais. Graças à interpretação dos atores, nós conseguimos nos importar com os personagens, mesmo os coadjuvantes. 

Apesar de seu ar meio sonso, Nina Dobrev convence com sua romântica Elena, e ela é tão graciosa que entendemos perfeitamente porque Stefan, Damon e Matt morrem de amores por ela. Em contraposição a sua bondosa e certinha Elena, é notável perceber o quanto ela consegue parecer mais audaciosa na pele de Katherine, o grande amor do passado dos irmãos Salvatore, que aparece em flashbacks do século XIX e que ressurge vivíssima da Silva no fim da temporada. Embora se trate de uma mesma atriz interpretando duas personagens, é explícito quando estamos vendo uma e a outra, graças ao talento de Nina Dobrev. Em alguns momentos, aliás, até dá pra esquecer que é a mesma atriz interpretando. Isso sem falar que Nina é uma graça, um verdadeiro pitéu! 


Ian Somerhalder (e as mina pira) é sem dúvida o grande nome da série. Seu personagem é insuportavelmente carismático, e mesmo quando Damon age como um completo psicopata nós conseguimos dar risada de seu sarcasmo, sua marca registrada na série (sua “zoeiragem” com Crepúsculo e as referências ao mundo pop são hilárias!). Pra quem se lembrava do ator apenas como o nervosinho Boone de LOST, que só servia para tirar a meio-irmã Shannon de enrascadas, além de ser usado pela ilha como um sacrifício, é interessante notar o quanto ele evoluiu como profissional para o personagem principal de TVD. Vale lembrar que LOST teve seu último episódio lançado em 2010, e Somerhalder já vivia Damon Salvatore quando voltou a aparecer por lá como o Boone nos flashsideways que mostravam o “futuro” dos sobreviventes do voo 815 da Oceanic Airlines.


Dos três atores principais, Paul Wesley é com certeza o menos talentoso, o que não necessariamente prejudica a história, já que seu personagem Stefan é mesmo mais introspectivo. O “mocinho” nunca rende tantas possibilidades de interpretação quanto o vilão, e apesar daquela primeira impressão de que ele é um mau ator, o cara consegue convencer em cenas mais dramáticas do meio da primeira temporada para frente. Resisto em aceitar esse lance de que sempre “há luz na escuridão e trevas na luminosidade”, portanto tenho mais facilidade em torcer para Stefan do que para Damon em relação ao coração da heroína Elena, o que indica que o ator afinal, tem sim algum carisma.


 Independente de quem vai ficar com Mary Elena, do 5º episódio em diante já é bem fácil torcer pelo elenco todo, e aquele efeito The Walking Dead começa a nos tomar como espectador, rezando para que aquele personagem específico não morra. E apesar de ser uma série de certo modo leve e para toda a família (já que não mostra nudez ou cenas de sexo, pelo menos não mais que a novela das 9!!), morre bastante gente no decorrer dos 22 episódios, embora o sangue não jorre de maneira agressiva como acontece, por exemplo, em True Blood, onde o termo “família” não se aplica bem ao público do seriado.


Os 22 episódios fluem de maneira bem impactantes dentro do contexto da série, e cada capítulo ocorre sem grandes enrolações. Temos a clara noção de que estão nos querendo contar uma boa história ali, e não apenas ganhar números no ibope para o canal CW que transmite The Vampire Diaries. No decorrer da série diversos outros personagens são inseridos acrescentando mais vigor à história, como o professor de nome estranho Alaric Saltzman (Matthew Davis) que surge com a missão de caçar o vampiro que raptou sua esposa Isobel (Mia Kirshner), que mais tarde é revelada como (SPOILER) a verdadeira mãe de Elena, a vampira Annabelle (Malese Jow) que se envolve amorosamente com Jeremy após usá-lo para encontrar um meio de reviver sua mãe Pearl (Kelly Hu, a Lady Letal de X-Men 2), presa nos escombros abaixo da igreja após o incêndio que “vitimou” também Katherine, e o primeiro interesse romântico de Jeremy, a irmã de Matt e viciada em drogas Vicki Donovan (Kayla Ewell), que acaba tendo que ser sacrificada por Stefan após ser transformada em vampira por Damon e ameaçar matar Elena.


Ufa!

The Vampire Diaries possui diversos atrativos narrativos (mais para meninas, claro) e é uma boa série para se acompanhar periodicamente, essa aliás, uma especialidade do canal Warner. Comecei a acompanhar cheio de preconceitos do tipo “que série de menininha!”, “vampirinhos boiolas!”, mas acabei convencido pelo bom andamento dos episódios muito bem escritos e dirigidos. Assim como Arrow, Supernatural e porque não dizê-lo Smallville (todas da Warner, aliás) The Vampire Diaries é concebida para agradar mais o público feminino, mas não ofende o público masculino por conta disso. É ótima para acompanhar com a namorada e depois ver seus argumentos sobre a perfeição de Damon Salvatore caírem todos por terra quando você tentar convencê-la do contrário. Sinceramente, já vi muita série pior por aí e não me arrependi de ter começado a assistir a saga dos vampiros bonitões de Mystic Falls.

NOTA: 8

Ps. A magia é usada como muleta para tudo que é inexplicável na série e às vezes nossa inteligência é insultada com a facilidade com que Bonnie enfeitiça certos artefatos e convenientemente os fazem funcionar com sua magia. Nível Doutor Estranho, essa bruxinha!



Ps. 2 – bacana criarem outra fraqueza para os vampiros como a planta verbena, mas ao que me consta, essa porra nasce em Mystic Falls mais do que cai kryptonita em Metrópolis! Todo mundo tem um pouquinho em casa.

NAMASTE!

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