10 de julho de 2011

Do fundo do Baú: Brilho Eterno de uma mente sem lembranças



"Abençoados sejam os esquecidos, pois tiram o melhor proveito de seus equívocos."
Nietsche
Joel Barish (Jim Carrey) é um homem introspectivo que tenta passar despercebido pela vida, evitando problemas e fazendo de tudo para que sua rotina não se altere. Quando ele conhece a imprevisível Clementine Kruczynski (Kate Winslet) em uma festa promovida por um amigo, e logo se apaixona por ela, ele percebe que as coisas começam a mudar no seu dia a dia, e nem sempre para o lado bom.
De naturezas bem distintas, os dois passam a morar juntos, e depois de um tempo a inquieta moça começa a se sentir presa ao relacionamento e é quando o namoro começa a ruir. Após muitas tentativas de fazer com que o relacionamento funcione sem sucesso, Clementine se desilude definitivamente e decide participar de um tratamento experimental para apagar Joel para sempre da sua vida, literalmente.


O procedimento criado pelo Dr. Howard Mierzwiak (Tom Wilkinson) detecta a influência das memórias a serem deletadas no cérebro criando um mapa, e a partir de então as vai apagando gradativamente, fazendo a pessoa passar por tudo novamente internamente no processo. Quando Joel reencontra Clementine sem que ela o reconheça, ele descobre que ela o deletou da sua vida através do procedimento e cai em depressão por não conseguir aceitar que a moça que ele ama, apesar de tudo, tenha feito mesmo aquilo.
Frustrado e inconformado, Joel decide procurar a mesma clínica para também apagar as memórias de seu relacionamento com Clementine, mas diferente dela, no meio do processo, ao revisitar os momentos felizes que ambos viveram, ele desiste de apagá-la e começa a encaixar Clementine em momentos de sua memória os quais ela não participa, como suas frustrações da infância e da adolescência, na tentativa de mantê-la viva.



Quando Joel decide apagar Clementine de sua mente ele está magoado e age por impulso, exatamente como ela costumava fazer durante o namoro. Durante a “lavagem cerebral”, vivendo novamente dentro de sua cabeça todos os momentos ao lado dela, Joel percebe que a mágoa não é maior que o amor que ele sente por Clementine, e que os momentos bons superam os maus. Seu desespero em tentar guardar certas lembranças, tentando deixá-las vivas em seu cérebro o faz viver cenas surreais, e uma verdadeira luta é travada contra Stan (Mark Ruffalo), o responsável pelo procedimento, Patrick (Elijah Wood), o assistente de Stan que se aproveita da fragilidade de Clementine para conquistá-la e do próprio Dr. Mierzwiak, que é chamado quando as ações de Joel fazem com que o experimento comece a apresentar inconstância.

Brilho eterno de uma mente sem lembranças é um filme reflexivo, que nos faz repensar a maneira como às vezes conduzimos um relacionamento a ferro e fogo. Na história Clementine, impulsiva decide apagar todos os momentos com Joel sem nem questionar se alguma coisa valeu à pena, e na vida real é o que invariavelmente acontece. Quantos casais se separam pela falta de paciência em compreender as ações do outro, ou por não ter o mínimo de discernimento para descobrir o que está dando errado, dar uma chance para que o erro seja corrigido e continuar em frente aproveitando a parte boa? O ponto final é sempre inserido precocemente, de forma que uma das partes nunca está preparada, como é o caso de Joel no filme, que ainda é apaixonado por Clementine e que não vê outra alternativa senão igualmente apagá-la de sua via definitivamente, evitando o sofrimento com o qual ele não pode conviver. Quantas pessoas por aí não adotariam esse procedimento se ele existisse de verdade? Quantas pessoas não apagariam o ex ou a ex da sua lembrança apenas pela covardia de não aceitar que foi abandonado ou pela covardia de não enxergar que houveram momentos felizes, e que eles não precisam ser deletados só porque houveram momentos ruins também?


No roteiro escrito por Charlie Kaufman e brilhantemente dirigido por Michel Gondry, cabe vários momentos em que os personagens principais divergem sobre um assunto ou outro até por sua natureza ser completamente diferente uma da outra, mas também fica claro a forma como um completa o outro em sua existência, provando que os opostos realmente se atraem. Em seu egoísmo, Clementine prefere esquecer Joel em vez de aceitar que ele faz parte de seu crescimento pessoal, o relacionamento tendo dado certo ou não, mas é ele quem acaba salvando a relação de ambos quando mesmo após o procedimento, um acaba voltando à vida do outro e ele prova a ela que a aceita do jeito que ela é no diálogo a seguir:
Joel: "Espere."Clementine: "O quê?"Joel: "Não sei, só espere. Quero que espere... Um pouco..."
...
Clementine: "Tá."Joel: "Mesmo?"Clementine: "Não sou um conceito, sou só uma garota ferrada procurando paz de espírito... Não sou perfeita!"Joel: "Não vejo nada que não goste em você."Clementine: "Mas verá!"Joel: "Agora eu não vejo!"Clementine: "Eu vou ficar entediada e me sentir presa... Pois é isso que acontece comigo."Joel: "Tudo bem! "

Embora o sofrimento de um fim de relacionamento possa levar uma pessoa a uma crise existencial (em geral apenas para uma das partes envolvidas) é preciso enxergar além e tentar preservar o que funcionou e guardar como lembrança, mesmo que isso pareça impossível, às vezes. Já o que não funcionou deve ser usado como lição para um novo relacionamento futuro e tentar se fazer tudo diferente para que não haja mais sofrimento.
Brilho Eterno de uma mente sem lembranças ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original em 2005, e Kate Winslet concorreu na categoria de melhor atriz por sua atuação no filme.
Todos os demais atores, em especial, claro, Jim Carrey, estão muito inspirados em cena, mesmo os coadjuvantes como Kirsten Dunst (que vive Mary, a assistente do Dr. Mierzwiak) e Mark Ruffalo e Elijah Wood. A sintonia de Carrey e Winslet como casal funciona na tela, e o amor dos dois se torna algo crível para o espectador, uma vez que o eterno comediante se vale bem menos de seus trejeitos e caretas para o papel de Joel, devido a densidade e profundidade do drama.


Eu tinha visto a fita pela primeira vez há muito tempo, mas só depois de revisto é que ele foi fazer sentido em minha vida, uma vez que foi fácil hoje em dia me colocar no lugar de Joel.
Não é fácil aceitar que você faz parte de uma memória apagada de uma pessoa pela qual você tanto estima, mas na vida tudo serve de lição e de estímulo para um amadurecimento. Se na realidade não acontecem tantos finais felizes quanto na ficção, podemos esperar pelo menos por momentos igualmente felizes, e esses podem sim acontecer com grande intensidade.

"Feliz é a inocente vestal! Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Toda prece é ouvida, toda graça se alcança".
Alexander Pope

NAMASTE!

6 de julho de 2011

Misfits - A 2ª Temporada

Devo salientar de antemão, que a segunda temporada de Misfits sofreu de altos e baixos. Nos sete episódios (um a mais que a anterior comentada aqui) houve muitos momentos bons e muitos momentos dispensáveis, o que em comparação com a primeira temporada, que apesar de simples conseguiu ser muito bem executada, deixou um pouco a desejar do que se esperava.
Em primeiro lugar a série perdeu o caráter da individualização dos personagens comum anteriormente (até porque era necessário a sua apresentação), e não houve um episódio se quer que desse maior destaque à vida pessoal de alguns deles. Curiosamente, a produção me pareceu mais carente de cenários do que a temporada anterior (alguns fóruns chamam a série de "Mutantes com baixo orçamento"), e vemos poucas ambientações além do centro onde os "desajustados" cumprem seu serviço comunitário. É verdade, no entanto, que essas poucas ambientações aparecem como foco da vida dos cinco jovens fora do centro, e a maioria de suas aventuras ocorrem nesses lugares.

A série continua do ponto exato onde parou no episódio seis. Após a morte acidental da supervisora do centro comunitário pelas mãos de Simon (Iwan Rheon), fato que o próprio mantinha em segredo dos amigos, todos eles começam a ficar sob suspeita de investigações, enquanto remoem a suposta morte do porra-louca Nathan (Robert Sheeran). À espreita deles está uma misteriosa figura (que salvou Nathan de um linchamento anteriormente), e que parece ser uma espécie de anjo da guarda dos desajustados. Esse homem misterioso alerta Kelly (Lauren Socha) de que ela deve visitar o túmulo de Nathan sem maiores explicações, e com os outros três amigos ela vai até o cemitério, quando então ela houve os pensamentos do rapaz durante um sonho erótico dentro da cova. Como descobrimos no último episódio da série, Nathan recebeu o poder da imortalidade durante a tempestade, e coube aos demais desenterrá-lo, já que ele estava vivo para alegria (ou não) de seus companheiros. Com Nathan de volta, os desajustados ficam sob o comando de um novo supervisor do centro, muito menos preocupado do que seus antecessores (o termo correto seria "pouco se fodendo"), e a partir de então eles começam a viver novas aventuras livres da marcação cerrada.
Nessa temporada vários personagens fazem rápidas aparições durante um episódio no máximo, e no final deles ou morrem ou desaparecem. É o caso de um irmão bastardo de Nathan chamado Jamie que surge em sua vida para que ele tenha uma chance de se reconciliar com seu pai, que o abandonou ainda jovem junto da mãe.

Os irmãos de afeiçoam logo por terem uma vida de abandono semelhante, e eles começam a frequentar vários lugares juntos, tentando aproveitar o tempo perdido. Enquanto um flerte começa a surgir entre Nathan e Kelly, o desajustado e seu irmão conhecem uma moça com os poderes de congelar o que toca, e enquanto os dois "dividem" as moças em uma casa noturna (Nathan decide ficar com Kelly), os demais desajustados descobrem que drogas causam um efeito reverso em seus poderes e todos eles começam a experimentar sensações nunca antes vividas. Enquanto Simon em vez de ficar invisível começa a atrair as pessoas a seu redor e Alisha (Antonia Thomas) passa a repelir as pessoas em vez de atraí-las sexualmente, Curtis (Nathan Stewart Jarrett) tem um vislumbre do futuro e nele o ex-atleta vê todos os amigos mortos e a si mesmo vestido de super-herói sobre um telhado, na presença de uma moça desconhecida com o qual parece ter um caso romântico. Até então, este parece ser um fato isolado, mas a cena volta ser apresentada mais tarde quebrando completamente o que eu julgava que não aconteceria em Misfits, diferente de Heroes: Viagens temporais.

Além do irmão de Nathan surge também um amigo de Kelly que trabalha em um estúdio de tatuagem e que é capaz de manipular o sentimento das pessoas que "tatua", além de dar vida aos desenhos. Ao conhecer Nathan ele o manipula para que ele se torne um gay (são hilários os momentos em que ele começa a azarar o pobre Simon!), e no final de tudo eles são salvos pela intolerância do "vilão" a... Amendoins (!!).
A segunda temporada foi marcada pelo surgimento de diversos casos de pessoas superpoderosas que entraram em contato com os desajustados. A tempestade misteriosa que concedeu seus dons, diferente do que se pensava, não atingiu apenas os cinco jovens, e de repente Misfits ficou muito parecido com a série animada do Super-Choque, onde o acidente que deu os poderes a Virgil Hawkins em Dakota, atingiu também praticamente toda a cidade, e fez com que várias pessoas desenvolvessem superpoderes.

Nessa temporada teve de tudo: Desde um maluco que achava que estava vivendo dentro de um jogo de vídeo game (estilo GTA) a um gorila que havia "evoluído" a uma aparência humana devido a tempestade, e que chega a ter um caso (sexual) com Kelly, num dos episódios mais surreais da temporada toda.
Em meio a todo esse processo, um novo desajustado (meio hippie) surge no centro comunitário com os poderes de se teleportar a curtas distâncias, porém ele não dura o suficiente até que os espectadores criem um vínculo com ele e logo é assassinado, o que cria o mote para que seu coração seja transplantado para o corpo de uma moça frágil cuja morte é iminente devido seu estado de saúde delicado. Essa moça chamada Nikki (Ruth Negga) é a mesma que Curtis visualizou sobre o telhado, quando "visitou" o futuro, e a relação dos jovens com ela só é criada quando Simon segue o homem misterioso que os ajuda e acaba chegando ao apartamento da garota.

Nikki recebe o coração do desajustado riponga, e curiosamente recebe também seus poderes de teletransporte, passando a fazer parte do grupo, atraída por Curtis, que se separa de Alisha.
Alisha por sua vez, descobre o segredo do homem misterioso que passa a salvá-la toda vez que ela corre perigo, e ao acordar em seu esconderijo ela fica chocada em saber que ele na verdade é o próprio Simon, vindo do futuro! (OK, eu avisei que minha teoria de que Misfits não apelaria para viagens temporais tinha ido por água abaixo).
Olha que curioso o que postei aqui anteriormente:
"Uma vantagem Misfits tem em relação a Heroes, uma vez que não trata o assunto heróis de forma espalhafatosa usando como muleta efeitos especiais, roteiro que se perde fácil com viagens no tempo e personagens fora de contexto".
Isso é o que eu chamo de queimar a língua!

Embora eu ache que Heroes tenha se perdido quando começou a usar o tema viagens no tempo, vi em Misfits muito mais potencial do que em sua contraparte mais rica. É bem certo que transformar o personagem mais quieto e tímido em um super-herói corajoso e destemido vindo do futuro tem muito mais a ver com o Hiro de Heroes do que eu possa admitir, porém o mote em Misfits era muito mais fácil de ser trabalhado, mas não acabou funcionando muito bem porque os roteiristas meio que não souberam o que fazer com o Simon do futuro no final das contas, alegando que ele estava ali apenas para dar um alento a Alisha (que se apaixona por seu salvador) e para dar um rumo ao Simon do presente, já que seria o amor de Alisha que faria com que ele se tornasse aquele cara corajoso do futuro.

Quando o viajante do futuro acaba morrendo para evitar que um tiro acerte Alisha, toda aquela história se perde, e nem ao menos descobrimos como Diabos ele veio parar no presente (eu achava que tinha algo a ver com os poderes do Curtis, mas enfim!). A base secreta do Simon Mascarado possui vários arquivos relacionados aos desajustados, incluindo uma foto em que Simon posa ao lado de Alisha em Las Vegas (tirada num futuro possível) e uma entrevista em video que a garota dá para a TV, falando abertamente sobre seus poderes.

Outra coisa que me desagradou foi no episódio seis dessa segunda temporada em que visualizamos o que aconteceria se os poderes dos desajustados se tornasse de conhecimento público. Depois que um garoto vem a público para exibir seus fantásticos dons sobre o leite (!)... (É sério! Ele pode comandar o leite e seus derivados!), e que o supervisor do centro comunitário descobre que seus comandados também possuem super-poderes, a vida dos desajustados é virada do avesso e eles se tornam super-astros, ganhando uma agente publicitária que se aproveita dos seus e dos dons de vários heróis que vão surgindo em busca da fama, para enriquecer.
Diferente do que pode se imaginar, o quinteto (mesmo que Simon não concorde com a exposição) é levado a uma vida de glamour longe do centro comunitário, porém não aproveitam sua fama quando começam a ser caçados implacavelmente pelo garoto da lactocinese (achei fantástica essa definição), que se vê menosprezado depois que pessoas com poderes muito mais interessantes do que os dele começam a ganhar notoriedade. Ao matar uma garota capaz de curar as pessoas com um toque, o "incrível garoto do leite" acaba tentando incriminar Nathan, que estava no quarto com a menina na hora tentando resolver a doença venérea que ele havia contraído. Depois disso, ele vai caçando um por um, matando Kelly, Alisha, lobotomizando Nathan com mussarela (!!) e apunhalando Simon por último. Cabe a Curtis voltar no tempo para impedir que aquele futuro negro se torne realidade, e após deter os planos do garoto lactose de se expor para a mídia, tudo realmente acaba ficando bem.
Mas, afinal, Rodman, o que não o agradou no 6º episódio, me pergunta você, jovem Padawan, e eu respondo: A solução fácil da viagem no tempo.

A volta no tempo acabou se tornando uma espécie de muleta para a série, e embora seja bem chocante ver as várias formas em que os personagens podem encontrar seu fim, às vezes é um alívio ver Curtis salvando a pátria sempre que a coisa acaba mal de verdade. O que me desagrada é que são criados plots muito interessantes para a série, mas tudo acaba se tornando meio vago, sem o impacto necessário, quando constatamos que a volta no tempo pode salvar a todos sempre.
O último episódio, apesar de mal executado em aspectos técnicos é um dos mais surpreendentes da série toda, porque mostra o surgimento de um mercador de poder, um sujeito capaz de comprar poderes e também de vendê-los, à escolha do cliente.
Alisha é a primeira a oferecer seus poderes, uma vez que ela nunca mais pôde tocar uma pessoa como acontecia naturalmente com o Simon do futuro (sabe-se lá Deus como), e ao saber que seus poderes poderiam estar à venda e que sua atual situação financeira não é boa após o fim do serviço comunitário, os demais desajustados decidem fazer negócio com o mercador, vendendo assim seus dons em troca de dinheiro. A felicidade que o dinheiro lhes traz, no entanto, é efêmera, e os jovens começam a perceber que perder seus dons foi a pior coisa que poderia lhes acontecer.
Nota para a citação de Simon: “Lembrem-se que quando Superman desistiu de seus poderes para ficar com a Lois Lane, o General Zod dominou Metrópolis!”, mencionando a história do filme Superman II. Representando o General Zod, metaforicamente falando, claro, surge Elliot, um homem que decide chamar a si mesmo de Jesus Cristo, fazendo demonstrações impressionantes como andar sobre a água e de manipular objetos com a mente usando telecinésia. Elliot, um ex-padre frustrado, compra seus poderes do tal mercador de poder e passa a fazer demonstrações públicas em troca de reconhecimento. Dessa forma ele começa a juntar seguidores fanáticos em uma espécie de seita, incluindo um assaltante que ao tentar roubar os desajustados acaba acertando um tiro em Nikki, matando a garota. É curioso notar que nem falam mais nada depois disso, e Nikki simplesmente evapora, sem um funeral e nem nada do tipo, encerrando assim a participação de uma personagem que tinha tudo para se fixar no elenco regular da série. Carisma ela tinha.

Desesperados, os desajustados tentam recuperar a todo custo seus poderes, principalmente Curtis, que pretende voltar no tempo para impedir todo aquele desenrolar trágico, mas eles descobrem que não é possível. O mercador exige uma quantia que eles não tem, e isso faz com que eles entrem em conflito com o Jesus Cristo mercenário e deem cabo dele acidentalmente (deve ser o quarto ou quinto personagem que eles matam dessa forma). Com o dinheiro que eles recuperam do “dízimo” do "Jesus do mal", os desajustados resolvem recuperar os poderes, e entra a questão: Eles precisam mesmo recuperar os poderes que já tinham ou podem escolher novos poderes? Qual será o destino de Curtis e Alisha, uma vez que seus poderes não estão mais disponíveis (o dele foi vendido a um judeu vingativo que queria voltar no tempo para matar Hitler e o dela morreu junto do Jesus Evil)?
A série se encerra no momento exato em que o mercador começa a fazer a transferência de poderes para Kelly, e fica um plot claro (e bem interessante) para a próxima temporada, que espero eu, os produtores saibam manejar melhor do que essa. Sem mencionar todas as possibilidades em aberto com a exploração do tema viagens temporais feitas pelo personagem conhecido como Superhoodie (Simon do futuro).

O divertimento da série bem como os momentos escatológicos (como Nathan defecando na cama de Nikki e pisoteando a placenta da garota que ele conhece no último episódio) ainda estão presentes na série, como na temporada anterior. O humor negro é ainda mais acentuado dessa vez, como o pouco caso que os personagens têm com religião em plena época de Natal, por exemplo, transando dentro de uma igreja ou “desabrigando” o menino Jesus da manjedoura do presépio. Cenas de sexo, aliás, rolam a rodo, e praticamente todo mundo transa com todo mundo nessa temporada (em relações heterossexuais, claro). Não há do que se reclamar quanto ao sarcasmo da série, o que ficou a desejar mesmo foi o roteiro dos episódios, que possuía um princípio muito interessante, mas que deslizava feio na execução e no resultado final em alguns casos.
Apesar dos altos e baixos, nada que tenho visto em matéria de série tem me animado tanto quando Misfits, e espero ansioso pela continuidade dessa saga na terceira temporada.

NOTA: 8


NAMASTE!

5 de julho de 2011

TOP Blog 2011 (Agora vai!)



E aí, cambada!
Pelo segundo ano consecutivo o Blog do Rodman está concorrendo ao prêmio de melhor Blog de Variedades e venho por meio deste humilde post pedir (descaradamente) o seu voto.
Se você gosta do Blog, vai com a minha cara ou não tem nada melhor pra fazer, clique naquele logo vibrante sobre minha foto e vote.
Ano passado prometi uma bala de tamarindo pra cada um que votasse no Blog, esse ano o prêmio dobrou e estou prometendo não uma, mas DUAS balas de tamarindo.

Conto com seu apoio!

NAMASTE!

3 de julho de 2011

O Assassino da Colher

De vez em quando vídeos extremamente engraçados entram em nossas vidas em momentos em que menos esperamos, e foi o caso do Assassino Terrivelmente Lento Com A Arma Extremamente Ineficiente, dica da queridíssima @MarquesMariane .

O curta (de 10 minutos) é realmente muito bom e satiriza os filmes de terror que têm como "astros" principais assassinos sádicos e mortais que se utilizam de armas eficazes como serras, ganchos, facas e qualquer ferramenta pontiaguda. No caso, o cara é perseguido por um assassino que utiliza como arma uma colher de sopa e passa a vida irritando o coitado lhe dando colheradas!



"Again! , again, again, again, again, again and again!"
Deve ser terrível ter esse pentelho correndo atrás de você te dando colheradas!
O vídeo é genial!


NAMASTE!

29 de junho de 2011

Top 10 - Edição Especial: Melhores Dubladores


No dia 29 de Junho se comemora o Dia do dublador, e eu, como um grande apreciador da dublagem brasileira, não poderia deixar de homenagear os donos das vozes que foram eternizadas na minha e na mente de todo cinéfilo ("seriezéfilo" e "desenhéfilo") criando um Top 10 especial.


São tantos os dubladores que eu gostaria de homenagear por serem os meus preferidos que o espaço do Top 10 tradicional ficou pequeno, por isso ele acabou se tornando um Top 16 e isso porque fui obrigado a deixar de fora muita gente boa, mas que merece as honras da mesma forma.
Longe de estar aqui julgando quem é melhor que quem, gostaria de deixar claro que a lista faz parte do meu gosto pessoal, e que a numeração da mesma representa apenas a colocação daqueles que me deixaram uma impressão mais viva ao longo desses 20 e tantos anos acompanhando cinema e TV.
Vamos ao Top 16!


Já comentei por aqui sobre essa talentosa dubladora do qual virei fã a partir do desenho da Liga da Justiça em que ela empresta sua voz sexy para a rainha das amazonas Mulher Maravilha. Além disso, um de seus trabalhos mais conhecidos foi na série Desperate House Wives em que ela faz a voz da Gabrielle, vivida por Eva Longoria.
Sua voz se encaixa perfeitamente nas personagens citadas e soa ao mesmo tempo sensual e firme, dando um tom que poucas vozes femininas conseguem no cenário da dublagem.

Abaixo, um trecho de um dos episódios de Liga da Justiça sem Limites dublado por Priscila:



Quem era nascido na época em que o seriado A Família Dinossauro era sucesso (em meados da década de 90) ou que já tenha visto os filmes 101 Dálmatas (tanto o desenho quanto o filme live action) conhece bem e adora a voz de Maria Helena Pader, a dubladora da Fran e da Cruella De Vil.

Assim como muitos dos dubladores do seriado "jurássico" da Disney, Maria Helena fez história no papel da mãe "dinossaura" que colocava ordem na casa já há milhões de anos atrás. Sua voz marcante também ficou em nossas mentes com diversos outros trabalhos como a fada Madrinha do clássico Cinderela e dublando as atrizes Anjelica Huston (Mortícia Addams) e Glenn Close em várias oportunidades.
Abaixo alguns trabalhos de Maria Helena na dublagem.


"O dia do arremesso é um clássico". Eu tive uma sogra com a qual eu gostaria de fazer isso!


Pumbaa. Sully de Monstros S.A. Shrek a partir do 2º filme. Martin Lawrence. Fera em X-Men Evolution. Doc Emmet Brown na redublagem de De volta para o Futuro.


Já sabe de quem eu estou falando?
Mauro Ramos é figurinha carimbada em muitos filmes, seriados e desenhos, e é quase impossível não reconhecer sua voz dado o número enorme de participações que ele já fez no mundo da dublagem. Praticamente todo personagem grandalhão e/ou aparvalhado recebe sua voz, e junto de seu parceiro Márcio Simões (sua dupla no clássico Fucker & Sucker do Casseta & Planeta) ele é hoje um dos dubladores mais conhecidos pela galera que se preocupa em saber quem está por trás dos atores e desenhos favoritos.

Na redublagem de De Volta para o Futuro, Mauro substituiu com muita competência o célebre e saudoso Eleu Salvador, que foi o dono da primeira voz do Doc Brown e com a qual os fãs mais antigos da série estavam mais acostumados, porém o dublador é tão cultuado hoje em dia que ninguém reclamou, e todo mundo aceitou de bom grado as vozes da nova geração para esse clássico da Sessão da Tarde.
Abaixo, alguns trabalhos de Ramos na dublagem:



Hakuna Matata!


Alexandre Moreno, esse dublador de 45 anos é com certeza um dos nomes mais expressivos no cenário da dublagem atual, e não só pela quantidade de trabalhos já feitos, mas especialmente pela qualidade de suas atuações. Moreno simplesmente se entrega aos papéis que executa, o que torna os filmes e desenhos que dubla um show para seus espectadores.


Imagine a cara do Chris Tucker, parceiro do Jack Chan na trilogia A Hora do Rush. Imaginou? Dá pra pensar nele sem lembrar a voz esganiçada que Moreno empresta ao ator? Impossível!

O ator dubla também praticamente todos os filmes com Adam Sandler e Ben Stiller, além de ter imortalizado os personagens Alex (o leão) de Madagascar e do Síndrome (minha atuação preferida do dublador) na animação Os Incríveis.



E aqui uma das mais engraçadas cenas de A Hora do Rush 2 em que o personagem Carter homenageia o Rei do Pop Michael Jackson, dublado por Moreno. Hilário!


Embora já se tenha feito mais de 10 anos de seu falecimento, eu vim a saber do fato recentemente, o que me deixou muito triste, uma vez que a voz de Darcy Pedrosa é, na minha opinião, uma das mais perfeitas para o personagem Coringa.


Pedrosa dublou inúmeros filmes estrelados por Jack Nicholson, e foi a partir do filme Batman de 1989 que ele passou a dublar o Palhaço do Crime também nos desenhos animados do personagem, ajudando a imortalizar sua voz nacional.

Além de Nicholson, Pedrosa também dublou alguns filmes com Gene Hackman (como Lex Luthor em Superman), Anthony Hopkins e Chuck Norris (no seriado Texas Ranger).

Aqui um trecho da animação dos anos 90 do Batman onde Pedrosa dá voz ao Coringa, e aqui uma excelente montagem criada por um fã imaginando como seria o Coringa de Heath Ledger dublado por Darcy Pedrosa. Bela homenagem!



"Esqueçam essa de Arma X. Me chamem de Wolverine!".
Essa e tantas outras frases de efeito ditas pelo baixinho invocado da Marvel no clássico desenho dos X-men povoam minha memória desde sempre, e todas elas foram personificadas pelo grande Isaac Bardavid, também conhecido como "a voz do Wolverine".

Praticamente em todo episódio da série, Logan dizia alguma frase impactante, e não eram raras as vezes que eu me via tentando imitar aquela voz rouca de Bardavid, um dos motivos pelo imenso carinho que acabei tendo pelo dublador, mais até do que o personagem que ele dublava. Além do mutante canadense, o ator já deu voz a incontáveis personagens como o Esqueleto do He-Man, Tigrão do Ursinho Pooh, Tio Fester da Família Addams, Pretorius do Máskara (o desenho) e até mesmo ao carro falante KITT da série Supermáquina.

Além de sua notoriedade em filmes, desenhos e séries em que emprestou sua voz, Bardavid também é um rosto conhecido em algumas novelas da Rede Globo como A Padroeira, O Cravo e a Rosa, Chocolate com Pimenta e até em programas de humor como Zorra Total.

Abaixo Bardavid encarna Wolverine com as participações do mestre Orlando Drummond como Dentes de Sabre e Iara Riça como Jubileu:


"Tome cuidado com seus desejos, meu chapa. Eles podem se realizar."

Caiu até uma lágrima aqui revendo esse episódio de X-Men, a melhor série dos mutantes até hoje! Bardavid é mestre!



O desenho dos X-Men dos anos 90 tinha um elenco de dubladores de primeira, e entre as mulheres, Fernanda Baronne (antes Fernanda Fernandes), que dava voz à Vampira (que por si só já era o símbolo sexual da garotada) se destacava com seu timbre rouquinho e sexy. Não tinha como não se apaixonar por Fernanda, mesmo que ninguém soubesse seu verdadeiro rosto na época, e curiosamente a personagem mutante até ganhou uma personalidade mais amável a nossos olhos da 2ª temporada em diante, quando então a dubladora assumiu a personagem. Assim como as falas de Wolverine, muitas das falas de Vampira também estão impressas em minha mente.

Fernanda também dubla a atriz Jennifer Garner e a própria Anna Paquin, que viveu a Vampira na franquia cinematográfica dos X-men, além de ter substituído a própria mãe (Marlene Costa) no papel da doce Sheila do desenho Caverna do Dragão.

Abaixo, os principais trabalhos de Fernanda em sua carreira:




Eu me amarrava nesses gritinhos que ela dava! Heheheh!




Desde criança me lembro de ouvir a voz de Mario Jorge nos desenhos e nos filmes, e provavelmente sua voz consta como uma das mais conhecidas de todas no cenário do entretenimento audiovisual. Difícil ligar o nome à pessoa?
Mario Jorge dubla o Eddie Murphy, John Travolta, o Eric do Caverna do Dragão, o Gorpo do He-Man, o Mate da animação Carros e o hilário Burro do Shrek.

Além das sua atuações costumeiras, Mario também dublava sketches para o Casseta & Planeta, além de locuções esporádicas em outros programas da TV Globo. É com certeza um dos mais conceituados profissionais da área.
Abaixo um divertido bate papo com o próprio Mario Jorge dando uma palhinha de seus maiores trabalhos:




Simões é outra figurinha carimbada na TV aberta, e além de dar voz ao Reinaldo do Casseta no "crássico" Fucker & Sucker, assim como o parceiro Mauro Ramos e o próprio Mario Jorge, já fez várias locuções esporádicas para a Globo.


Sua voz é mais conhecida em atores negros, e é difícil assistir a algum filme dublado do Will Smith, Samuel L. Jackson ou Wesley Snipes sem que a voz de Simões esteja de fundo.


Além disso, Simões também é muito reconhecido em animações. Ele interpretou o Gênio do Aladdin (que no original é voz do Robin Willians), o Profº Xavier em X-Men Evolution, o Patolino, o vilão Randall de Monstros S.A e até o Diretor Skinner em Os Simpsons.


Abaixo, Simões solta a voz cantando o tema "Amigo insuperável" na animação Aladdin:



Já comentei aqui sobre Júlio Chaves e a importância desse experiente dublador em minha história. Como já disse antes, antigamente filmes com som original e legendas eram raríssimos exceto nos cinemas, exatamente por isso passei mais da metade da minha vida vendo filmes dublados na TV e nas fitas da locadora. A série Máquina Mortífera, onde Chaves dubla ninguém menos que Mel Gibson é uma das minhas favoritas por várias razões já citadas no próprio post sobre os filmes, e eu nunca vi nenhum deles com o som original. A meu ver, a voz de Mel Gibson é a de Chaves e é muito difícil me acostumar com a própria voz do ator em filmes com legenda.

Além de Gibson, Chaves tem um extenso repertório de atores e personagens que dublou,
incluindo Tommy Lee Jones (a carranca do ator combina com a voz de Chaves), o Michael Knight da série Supermáquina, os atores Clive Owen e Andy Garcia, além dos personagens de animação Arqueiro Verde da Liga da Justiça sem Limites, o pai do Nemo em Procurando Nemo, o chefe do Sr. Incrível em os Incríveis e até mesmo o Arqueiro da She-Ra.

Não sei se é porque já me acostumei, mas todos os atores e personagens citados ficam bem na voz de Chaves.
Abaixo, a minha dublagem favorita. Chaves dubla Martin Riggs em Máquina Mortífera na cena hilária do suicídio.


Adoro Máquina Mortífera!


Por muitos anos eu tinha a voz do dublador Jorge Ramos impressa em minha mente como a mais perfeita de todas. Esses anos se passaram (rápido), Ramos parou de atuar com a frequência de outrora, porém o timbre que só ele possui continuou a soar em minha memória todas as vezes que um filme novo estava para ser lançado e na saída do vídeo ele falava "Sexta-Feira nos cinemas". Até hoje eu imito Ramos falando esse bordão, toda vez que a propaganda de um filme a estrear passa na TV.

O cara dublou inúmeros papeis no cinema, incluindo o Scar em O Rei Leão (clássico), o tenebroso Rasputin do desenho Anastacia e o Jed Clampett de A família Buscapé. Pensa naquela vozeirão com sotaque caipira! Cansei de repetir as falas do Sr. Clampett imitando o timbre de Ramos, e me divirto até hoje com esse filme por conta de sua dublagem impagável.

Abaixo, o sinistro "tio Scar" joga todo seu veneno sobre o pequeno Simba num dos clássicos da Disney:




Que voz é essa?? Sensacional!


Ele é um dos dubladores do Jim Carrey, dublou praticamente todos os filmes do Tom Hanks e do Robert Downey Jr., ficou conhecido como a voz do Charlie Sheen e substituiu Alexandre Lippiani (que faleceu em um acidente automobilístico) como a voz do Woody em Toy Story a partir do 2º filme. Marco Ribeiro é um dos meus dubladores preferidos, e isso desde o Máskara, filme estrelado por Jim Carrey que foi um dos filmes mais importantes na carreira do ator, aquele que abriu-lhe as portas de Hollywood.


Ribeiro de 40 anos, iniciou sua carreira de ator aos 12 anos de idade. Em 1986 entrou para a empresa Herbert Richers como dublador. Neste mesmo ano trabalhou na Rádio Boas Novas AM e na Rádio Melodia FM como locutor. Em 1988 trabalhou também na Rádio Cidade FM no Rio de Janeiro como locutor. Atuou em peças profissionais no teatro e como ator na televisão, na extinta Rede Manchete, depois foi contratado por cinco anos como ator da Rede Globo.

Ribeiro é reconhecido hoje como um dos mais importantes dubladores nacionais e é impossível não se relacionar pelo menos um personagem ou ator a ele. Meu DVD do Forrest Gump, infelizmente não conta com a versão que ele dublou para a TV, e é bem diferente ver Tom Hanks em cena sem a voz de Ribeiro na dublagem.

Abaixo, um trailer de Toy Story 3 com o cowboy Woddy dublado por Ribeiro:



E aqui a dublagem de Ribeiro no filme Máskara.
"Que demais! Alguém me segure!"Hehehe!
Cansei de repetir essa frase!


OK. O Batman dos desenhos animados não era um anãozinho fracote como o Michael Keaton dos filmes do Tim Burton. Era como deveria ser (segundo a visão de Frank Miller) um sujeito parrudo e de queixo quadrado. Poucas vozes se encaixariam tão perfeitamente nesse enquadramento do personagem quanto a de Márcio Seixas, também conhecido como "A voz do Batman".


Márcio Seixas, ao lado de Jorge Ramos já citado, possui uma das vozes mais perfeitas no cenário da dublagem brasileira, e é muito difícil ver o Batman com aquele design criado por Bruce Timm para os desenhos, sem a voz de Seixas. Quando ele foi substituído por outro dublador lá pela 3ª temporada do desenho, a série perdeu um pouco da graça, que só foi retornar quando surgiu o desenho Liga da Justiça, onde Seixas voltou a dublar o personagem.
Além do Homem Morcego Seixas já dublou desenhos como The Tick e o Homem Pássaro, o Spock na redublagem dos anos 80 da série Jornada nas Estrelas, deu voz aos atores Leslie Nielsen (o que seria de Corra que a Polícia Vem aí sem a voz de Seixas?), Morgan Freeman e Michael Caine (curiosamente nos filmes Batman Begins e Batman o Cavaleiro das Trevas ele dubla Caine como Alfred).
Seixas além de dublador é também locutor de rádio (a @patydelphim sempre comenta: "Imagina você ligar o rádio e ser acordado pela voz do Batman! Bom dia, são 8 horas!") e faz diversas locuções para canais à cabo e também para comerciais veiculados em TV aberta.

Abaixo Márcio Seixas aplica um sermão em Guilherme Briggs... quero dizer, Batman aplica um sermão no Superman!



Chegamos enfim ao pódio desse Top 16 e ninguém menos do que o saudoso Newton da Matta para abri-lo, a eterna voz do Bruce Willis e do Lion dos Thundercats.


Newton da Matta nasceu no Rio de Janeiro, em 1946 e foi um ator escritor, locutor, dublador e diretor de dublagem. Iniciou suas atividades artísticas no rádio, atuando também nas emissoras TV Tupi, Mayrink Veiga e Nacional, no Rio de Janeiro, aos onze anos. Mais tarde, na Rádio Nacional, foi escritor de novelas e diretor de elenco. Na televisão, atuou como ator e autor de Tele-Peças, na Rede Tupi, TV Rio e Rede Globo.

No teatro, foi o primeiro Pedrinho do Sítio do Pica-pau Amarelo no Teatro Ginástico e Copacabana, no Rio de Janeiro.

Foi um dos diretores do musical "Alô Dolly" no Teatro João Caetano. A partir de 1960, foi convidado por Herbert Richers e Vitor Berbara a dirigir e atuar como dublador e participou do surgimento da dublagem na cidade do Rio de Janeiro.

Faleceu aos 60 anos, na tarde de 6 de março de 2006, em Bragança Paulista, interior do estado de São Paulo, onde estava internado havia mais de trinta dias no Hospital Universitário São Francisco, deixando muitas saudades em seus amigos, parentes e em seus fãs.

Sua voz acabou sendo imortalizada no ator Bruce Willis em filmes como Duro de Matar (em que ele só não dublou o 4, por motivos óbvios), Armageddon e O Quinto Elemento. Foi no desenho Thundercats que ganhou ainda mais notoriedade com o público jovem, e seria impossível vermos as aventuras de Lion sem a voz marcante de Newton.
Abaixo, a melhor abertura de desenho animado EVER com Da Matta soltando o fôlego para gritar Thunder, THUNDER, THUNDERCATS, HOOOOOOOOOO!


E aqui algumas das cenas mais emocionantes de Armageddon. Interpretações maravilhosas de Newton da Matta e do próprio Bruce Willis:


Essa é a voz do Bruce e ponto final.



Guilherme Briggs hoje é muito mais do que um dublador ou um diretor de dublagem. O cara tornou-se uma figura conhecida no mundo nerd e nas redes sociais, onde se destaca pelo seu carisma e pela admiração que tem pelo trabalho que faz. Em todas as suas entrevistas, fica claro o empenho com que ele desenvolve a profissão e todo o carinho que ele tem pelos colegas de trabalho. É um apaixonado pelo que faz, e com certeza esse é um dos segredos de seu sucesso. Fazer bem o que se ama fazer.
Já o acompanhei em entrevistas e bate-papos nos Nerdcasts do Jovem Nerd e até no Rapaduracast, além dos vídeos postados no Youtube onde ele sempre brinca com os entrevistadores, demonstrando-se sempre à vontade também frente às câmeras. Seu blog o Teatro dos Bonecos é um portal de maluquices criadas pelo próprio Briggs, e não há como não se divertir com as brincadeiras que ele faz com seus bonecos e o mundo do cinema e entretenimento.

Eu já gostava de seu trabalho muito antes de saber quem ele era. Sua dublagem clássica do Brendan Fraser em A Múmia está entre minhas preferidas, e só pra citar alguns dos personagens que ele já deu voz vai de Superman da Liga da Justiça, Freakazoid, Padrinhos Mágicos, o Rei Julian de Madagascar (Briggs rouba a cena nessa animação) e o incrível Buzz Lightyear de Toy Story até atores reais como Jim Carrey, Jean Claude Van Damme e Denzel Washington, substituindo brilhantemente Garcia Jr. que até então fazia a voz do ator.

Tudo que for falado de Briggs é como chover no molhado. Abaixo um episódio do amalucado Freakazoid, uma das paixões do dublador:



Aqui o hilário Rei Julian na sequência de Madagascar na cena do sacrifício.

Briggs mata a pau com esse personagem! Muito bom!


"Eu como boinas verdes no café da manhã!" (Comando para Matar)

"Estou sacando!" (Exterminador do Futuro 2)

"Nossa! Você é muito feio!" (Predador)

"É hora de transformar essa preguiça em músculos" (Um tira no Jardim da infância)

Essas são só algumas das frases ditas por Arnold Schwarzenegger em seus filmes fixadas em minha memória, mas claro que não estou falando da verdadeira voz do ex-Governator, e sim do mestre Garcia Jr., o dublador que por anos fez a voz do Arnoldão e que nos fez esquecer de seu sotaque austríaco.

Garcia iniciou sua carreira na TV atuando como ator mirim, até que decidiu encarar seu primeiro trabalho com dublagem aos 10 anos, influenciado pelo pai, que já era diretor de dublagem. O personagem (pasmém!) era o Pica-Pau, e de lá pra cá foram anos de dedicação a seu trabalho.
Quem tem mais de 20 anos deve se lembrar da sua voz no desenho oitentista He-Man, e se não lembra deveria morrer!
Caso você se inclua nesse hall de alienados aí vai uma amostra da poderosa voz do Garcia Jr., atenuada com o Príncipe Adam e vocalizada ao máximo depois da transformação em He-Man, o herói da cueca de pelúcia:


Garcia também dublou atores como Harrison Ford, Willian Shatner, Dolph Lundgren, Richard Dean Anderson (Como assim "quem?" O Mac Gyver!!), Patrick Swayze em Ghost ("Um elefante incomoda muita geeente"), Van Damme em alguns filmes, Christopher Lambert em Highlander e (pasmém²) o coelho Roger Rabbit, no icônico Uma Cilada para Roger Rabbit!

Abaixo, Garcia Jr. dubla Schwarzenegger em O último grande herói:


"Ser ou não ser? Não ser".

Hehehehe!
Adoro esse filme!
Apesar de não estar mais atuante hoje em dia, Garcia Jr. ainda é meu dublador preferido, e fica a torcida para que Schwarzenegger volte a fazer filmes em breve para que sejamos novamente presenteados pela voz de Garcia, matando assim um pouco as saudades da infância e adolescência.

Tentei ser o mais justo possível com meu Top 16, mas claro que deixei de fora um monte de dubladores inesquecíveis. Caberia fácil aqui um Top 30, Top 50 devido a quantidade de artistas que eu ia me recordando conforme fazia a pesquisa para o post.

De antemão, posso citar aqui grandes mestres que nem precisariam fazer parte de nenhuma lista já que seu talento e reconhecimento são unânimes. Orlando Drummond o eterno Scooby Doo, José Santa Cruz, voz inconfundível de personagens como Dino da Família Dinossauro, Magneto dos X-Men e o pai do He-Man, o saudoso André Filho, dublador do Sylvester Stallone em Rocky e Rambo, além das dublagens clássicas do Superman de Christopher Reeves e Selma Lopes, a inesquecível voz da Marge Simpson.

Além dos grandes mestres, posso citar os profissionais que merecem também essa homenagem por fazerem parte das nossas vidas tanto quanto os demais: Carlos Seidl (Seu Madruga), Nelson Machado (Quico, Darkwing Duck), Manolo Rey (Homem Aranha/Peter Parker, Marty McFly na redublagem), Cecília Lemes (Chiquinha, Anri do Jaspion), Sylvia Sallusti (Jean Grey, Gwyneth Paltrow, Kimberly dos Power Rangers), José Sant'anna (Duas Caras do desenho do Batman), Miriam Ficher (Lilica do Tiny Toon, Charlene da Família Dinossauro), Nizo Neto (Presto de Caverna do Dragão, Sean William Scott [Stifler]) e o saudoso Francisco Milani, que por anos dublou Sean Connery.
Faltou alguém? Com certeza, mas seria impossível citar todos os grandes nomes da dublagem brasileira aqui sem que esse post ficasse infinito.

Todos os que foram citados representam esses profissionais que na maioria das vezes estão escondidos e não têm seus rostos conhecidos pelo grande público, mas suas vozes já fazem parte de nossa memória.
Vida longa à dublagem e que essa arte não seja esquecida e nem apagada nunca.

NAMASTE!

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