17 de julho de 2012

Review - O Espetacular Homem Aranha



Eu fui ao cinema para a sessão de O Espetacular Homem Aranha não com um pé atrás com relação à produção, mas sim COM OS DOIS pés atrás, isso por vários motivos já citados aqui por mim em outro post. A expectativa já estava lá embaixo, mas não é que o filme me surpreendeu?

Ele conseguiu ser pior do que eu esperava.

As comparações de O Espetacular Homem Aranha com os filmes, de certa forma ainda recentes da trilogia dirigida por Sam Raimi, são inevitáveis. É o que praticamente todo mundo que assistiu os quatro filmes está fazendo, por isso tentarei me ater ao “filho teioso” mais novo da Sony, sem falar de Sam Raimi (não prometendo que conseguirei). 

Ao sair do cinema após a sessão, fica claro que o que foi feito não é uma sequência e sim um reboot. Nada que foi visto anteriormente vale nesse filme. Esqueça teias orgânicas, esqueça Mary Jane e esqueça Peter Parker nerd e bobalhão. Somos apresentados a um Peter Parker (Andrew Garfield) muito mais descoladão, que apanha sim na escola, mas que enfrenta seus adversários de peito aberto, mais ou menos como o Steve Rogers fracote do filme Capitão América - O Primeiro Vingador.


O filme tenta nos manter interessados no passado secreto dos pais de Peter Parker logo em seu início, mas na metade do filme ninguém nem se lembra mais disso, já que o próprio filme se foca no relacionamento de “pai e filho” entre Peter e seu Tio Ben (Martin Sheen), com algumas participações especiais da Tia May (Sally Field totalmente subaproveitada na história).
O roteirista James Vanderbilt cria uma conexão entre um experimento que está sendo criado na Oscorp que visa tanto tratar uma doença que está matando Norman Osborn (que não aparece no filme) quanto satisfazer os desejos pessoais do Dr. Curt Connors (Rhys Ifans) em regenerar seu braço amputado (que nem explicam como ele perdeu). Richard Parker (Campbell Scott), o pai de Peter, trabalhava nessa fórmula com Connors quando então ele misteriosamente morre em um acidente aéreo com a esposa Mary (Julianne Nicholson), deixando Peter orfão com o irmão de Richard, Ben Parker.


Curioso quanto ao passado do pai, Peter começa a investigar por conta própria, a partir de anotações feitas por seu pai em um diário, a relação de Richard, Connors e a Oscorp, e bisbilhotando na empresa do todo poderoso Osborn ele acaba se vendo em meio a experimentos genéticos com animais feitos pelos cientistas. Após entrar em uma sala "secreta" com relativa facilidade, ele acaba se  deparando com várias aranhas “mutantes”, e sem saber, acaba saindo de lá com uma delas em seu pescoço. O resto você já pode imaginar.

Partindo do pressuposto de que todo mundo já sabe a trajetória do Homem Aranha desde que ele conseguiu seus poderes, Marc Webb imprime um ritmo corrido a seu filme, deixando de explicar ou simplesmente ignorando alguns pontos senão essenciais, necessários para o entendimento do filme.
Em pouco tempo o garoto é picado por uma aranha, troca pescotapas com alguns encrenqueiros dentro de um trem, descobre reflexos físicos que nunca teve, além de uma aderência incomum dos dedos... Embora desnecessária, foi uma forma inusitada e criativa de fazer Parker descobrir no filme que algo havia mudado em seu metabolismo depois do contato com a aranha alterada geneticamente. 


O acidente que dá poderes aracnídeos ao jovem rapaz não se parece com nada que eu já tenha visto ou lido antes, e a todo momento eu me perguntava se aquele era mesmo um filme do Homem Aranha ou de um Homem Aranha. Se trocassem o nome dos personagens e dissessem que aquele garoto com dons de aranha se chamava Miguel O’Hara ou sei lá, Rodrigo Guevara (Essa aliás, a melhor parte do filme!) eu nem me importaria tanto.
O fato é que em quase nada aquele se parece com o personagem que conheço há quase 20 anos, e embora eu tenha aprendido a perdoar alguns tipos de “liberdades poéticas” de roteiro ou adaptações cabíveis em filmes que visam levar para o cinema algum personagem de quadrinhos, pra tudo tem limite. Não me pareceu que Marc Webb e sua trupe quiseram fazer certas alterações no conceito do Homem Aranha como a atitude Sk8er Rock do Peter Parker ou mesmo nos fatos que levaram a morte do Tio Ben (pô! Isso não é Spoiler! Todo mundo sabe que ele empacota!) para que a história ficasse mais crível, e sim porque “ficaria mais descolado para a nova geração”. Não duvido que a nova política da Marvel de reaproximar o Aranha do público para o qual ele foi concebido tenha feito sombra sobre a produção do reboot cinematográfico, daí a necessidade de se apresentar um Peter Parker mais vida loka próximo da realidade atual. Afinal, quem é que hoje em dia ainda iria torcer por um nerd completamente idiota sem jeito com as mulheres em um filme?

Voltando a história.

Correndo para nos apresentar um Homem Aranha diferente de tudo que já vimos, o roteirista do filme muda o foco das preocupações do personagem a cada meia hora da fita. Primeiro ele quer saber quem são os pais, depois ele está preocupado com seus novos poderes, depois ele está querendo vingança contra o bandido que matou o Tio Ben, depois ele está ocupado com sua vida de super-herói e no meio disso aparece um Lagarto gigante atacando a cidade de Nova York enquanto Peter tenta impressionar a garota dos seus sonhos Gwen (Emma Stone) falando logo de cara que ele e o Homem Aranha são a mesma pessoa


Ufa!!
Não há um foco específico, e tudo parece meio jogado na trama, de forma meio inconsequente.  A motivação de Peter Parker em se tornar um herói sempre partiu do assassinato de seu tio, o drama de ter podido impedir o bandido que tirou a vida daquele que fora um pai para ele e não ter feito nada, e essa culpa me pareceu diluída no filme, trocada apenas pelo desejo de vingança puro e simples. O que chama o rapaz para a dádiva dos ninjas dos grandes poderes, grandes responsabilidades (frase que não é dita com essas palavras) é um acidente na ponte em que o Aranha acaba salvando várias pessoas do ataque do Lagarto (em uma cena sem apelo dramático algum!), mas em nenhum momento isso é inspirado pela morte do tio Ben.
Talvez eu esteja sendo levado por minha “fanboyzisse”, pelo Aranha ser meu herói preferido e por eu o ter visto tão descaracterizado na tela, mas muita coisa me desagradou enquanto eu via o filme. O que me preocupa é que meu sentido de Aranha estava ligado o tempo todo para que eu não me equivocasse em não gostar do que estava vendo apenas por picuinha, por gostar (ainda) muito do filme de Sam Raimi (o primeiro), mas então me ative ao fato de que em Vingadores também mudaram muita coisa do conceito básico dos personagens (Gavião Arqueiro agente da SHIELD, Jarvis Inteligência artificial, Viúva Negra nos membros fundadores), mas nenhuma das alterações me fez gostar menos do filme, porque o todo valeu e muito a pena. Vi o filme duas vezes no cinema e me diverti como poucas vezes consegui, enquanto em o Espetacular Homem Aranha eu só bocejava na última meia hora de filme. 


O que mais me desagradou em O Espetacular Homem Aranha foi o exagero. A cena da ponte em que o Aranha segura um carro com a força do braço e deixa vários outros veículos a salvo presos a sua teia foi uma das mais forçadas que já vi. A variação de força do personagem chegou a confundir às vezes, uma vez que um cara que é capaz de segurar um carro teria esmagado os ossos dos policias na cena em que ele luta contra a Polícia, visto que ele nem havia aprendido a controlar seus poderes. As demonstrações de “sou foda, na cama te esculacho, no beco ou no carro” também são ridículas. O que dizer da demonstraçãozinha de Air Jordan na quadra contra Flash Thompson (Chris Zylka) em que Parker arrebenta a tabela de basquete ou no campo de futebol em que ele entorta a trave com um arremesso?


E das cenas desnecessárias como ele tecendo sua teia nos esgotos para captar as vibrações nos fios na tentativa de localizar o Lagarto e que no fim das contas não serviu pra nada?
Reclamaram tanto dos filmes do Sam Raimi nunca terem explicado como diabos Peter conseguiu fazer aquela fantasia de Homem Aranha sendo que ele contava moedas para poder comprar um carro e impressionar a Mary Jane, e só porque em O Espetacular Homem Aranha aparece o personagem pesquisando por uns dois segundos o material que ele usaria para a roupa todo mundo já ficou satisfeito. Grandes coisas!
Sem falar na rapidez com que ele construiu o lançador de teias (sim, porque ele é um gênio!), baseando-se em experimentos feitos na Oscorp! A meu ver, em um filme que pretende ser realista, nenhuma dessas desculpas é suficientemente boa, nem no filme atual e nem nos anteriores. 


Se colocar na balança, acho que O Espetacular Homem Aranha tem mais erros do que acertos, mas das coisas que em minha opinião Marc Webb fez muito bem foi evitar o uso de CGI. As cenas em que vemos o Homem Aranha de verdade se balançando em sua teia ou nas cenas de ação dão um tom menos ficcional ao filme, e esse é um ponto positivo com relação ao que Sam Raimi fez em sua trilogia, já que ele usava um boneco digital até mesmo em cenas desnecessárias, em que um ator comum ou um dublê poderiam fazer sem problemas.
Ver o Aranha sacaneando o bandido na cena que já aparecia nos trailers (do arremesso de teia supersônico) também foi bem bacana, e deu um tom meio babaca ao personagem, que já vimos em várias oportunidades nas HQs. Um dos motivos para que todos os vilões odeiem o herói aracnídeo é exatamente esse: Seu poder de irritar todo mundo com suas gracinhas. É uma pena que isso não foi explorado o suficiente para que pudéssemos simpatizar com o personagem. 


Outro ponto positivo na produção foi a escolha do elenco, que deu prioridade a artistas tarimbados como Martin Sheen e Sally “mãe do Forrest” Field e outros que não fizeram feio como Rhys Ifans que deu vida a um Curt Connors crível, possível de existir na vida real, diferente daquele seu alter-ego grotesco e sem profundidade de roteiro que mais parecia uma mistura de Dino da Família Dinossauro com o Godzilla.
Andrew Garfield tem a cara de Zé Mané que o personagem necessita, e se mostrou competente na interpretação de Peter Parker, apesar de eu discordar completamente da caracterização que quiseram imprimir ao personagem. Ele mostrou que consegue passar do drama ao humor sem perder o ritmo, e se dá bem também nas cenas de ação, apesar de parecer um tanto quanto magrelo, se assemelhando mais ao Aranha desenhado por Steve Ditko (mais tarde revisitado por Ron Frenz) do que o de John Romita (o pai). 


Não vi muito da Gwen Stacy que conheci nos quadrinhos (a do Universo 616 pelo menos) em Emma Stone, mas ela está mais próxima da personagem do que Bryce Dallas esteve no trágico Homem Aranha 3 de Sam Raimi. A interpretação da garota, no entanto, fez jus ao que o público podia esperar do interesse romântico do herói e já me agradou mais o fato de não vê-la como a eterna mocinha em perigo, pelo menos não diretamente, já que ela corria risco sim, dentro da Oscorp enquanto o Lagarto pretendia foder a porra toda com seu plano “brilhante” de transformar toda a população em lagartos humanos. 
Aliás, em se tratando de motivação de vilões, quando é que a Marvel vai fugir desse plano clichê que vem se repetindo em todos os filmes praticamente desde X-Men 1? Os vilões querem sempre a mesma coisa: Transformar a população em seres semelhantes a eles!
O casal Peter e Gwen não chega a emocionar ou passar muita credibilidade, mas funciona melhor do que Peter e a Mary Jane piriguete dos filmes, que só se interessou por ele depois que descobriu que ele era o Aranha. Seja como for, achei meio forçada a situação de Peter Parker já revelar sua identidade para a garota em seu primeiro encontro, numa tentativa desesperada de fazê-la se interessar mais rápido. Se bem que eu me perguntei se eu não faria o mesmo se ganhasse poderes de uma hora para outra. Acho que todo mundo faria!


Em suma, O Espetacular Homem Aranha não é um filme horrível do tipo Elektra ou Motoqueiro Fantasma e nem espetacular (apesar do título) como Vingadores, mas é “assistível”. Não saí decepcionado (como em Homem Aranha 3) do cinema, até porque a expectativa já estava lá embaixo, mas confesso que eu queria ser surpreendido positivamente. No fundo no fundo eu esperava que o filme tivesse um efeito X-Men First Class, que levantou a franquia mutante (derrubada em X-Men 3) de forma inteligente e competente. Na minha opinião passou longe disso, e ainda fico com a emoção que tive ao ver o Homem Aranha no cinema pela primeira vez em 2002.
A falta de cenas impactantes, de momentos de exaltação, daqueles que nos fazem pular da poltrona torcendo pelo herói me fizeram achar o filme de morno para frio, e nessa hora é bem difícil não preferir o primeiro longa em que Tobey Maguire representava o Peter Parker que eu conhecia.  

Depois de Homem Aranha, desisto de ver filmes em 3D comum no cinema. Além de não acrescentar nada a história ou às cenas de ação, o efeito acaba incomodando em alguns planos, tornando-se desnecessário. Não me lembro de praticamente nenhuma cena em que o 3D me deu aquela sensação de “Uau”, e só o vi bem empregado ao fim do filme, quando o Escalador de Paredes joga sua teia na cara da plateia. O som (mais uma vez) baixo demais também deixou a desejar (puta que pariu, hein, Cinemark!) e não ajudou a me empolgar. Pelo contrário. A sessão me deixou com sono.
Na próxima vez dou parte do dinheiro que gastaria com alguma sessão em 3D para algum mendigo na rua. Aposto que será uma grana muito mais bem gasta!


Se você ainda não viu, não veja vá ao cinema e tire suas próprias conclusões. Percebi muita gente se divertindo bastante nas cenas “engraçadinhas” do filme enquanto eu achava tudo muito chato, portanto, acho válido indicar o filme a outras pessoas que não gostem tanto assim do personagem e que só queiram desligar o cérebro por algumas horas.
O único momento em que ri na sessão foi quando ao aparecer uma figura misteriosa para falar com o Dr. Connors, já na cena pós-créditos, alguém na fileira de trás perguntou: “Quem é esse? É o Thanos?”. Rachei de rir.

NOTA: 6

NAMASTE!

13 de julho de 2012

O Diabo é o pai do Rock?



"Então é everybody rock
O diabo é o pai do rock
Enquanto Freud explica
o diabo dá os toques"

Pensei numa forma atrativa e instigante de começar esse texto, e procurei encontrar algo que representasse a essência do estilo musical a ser abordado, então pensei “por que não usar uma pergunta polêmica e os versos de um dos maiores representantes brasileiros desse gênero tão querido (e maldito) chamado Raul Seixas”? Voilá! Eis o início perfeito de um post em homenagem ao Rock n’ Roll.
Sim, meninos e meninas. Tirem as camisetas pretas do armário, coloquem suas munhequeiras de espinhos metálicos, usem seus coturnos, espetem seus moicanos atochem a calça de couro, porque hoje nós vamos falar de Rock n’ Roll.


Pra quem viveu em Marte nos últimos cinquenta anos, cabe lembrar que o Rock nasceu da mistura de outros gêneros musicais muito difundidos da cultura negra norte-americana, o Blues, o Jazz e o Country. Naquela época, música de branco era música de branco e música de negro era música de negro, e nenhum dos dois procurava uma união ou mesmo algo em comum que pudessem compartilhar. O mundo vivia o pós Guerra, a sombra nazista de Hitler havia imposto o caos e a desconfiança em cada recôndito mais escuro do mundo, e as pessoas precisavam de referências, de algo com o qual pudessem se apegar para esquecer do terror da ameaça nuclear e da separação de etnias e classes. O Rock n’ Roll serviu como uma luva a esse propósito. 

É necessário ressaltar que o Rock que conhecemos hoje não existiria se não tivesse sido criado pelos negros com todo seu ritmo e ginga naturais. Usado a princípio como uma forma de protesto contra o mundo que desde sempre os escravizava, o Rock surgiu da mescla das letras melancólicas do Blues, o som das guitarras elétricas e da voz poderosa dos negros, ganhando suas mais reconhecidas características ainda na década de cinquenta.
A fórmula perfeita para sacudir as estruturas do mundo estava criada, agora só faltava um meio que a divulgasse.


Curiosamente (ou ironicamente) foi o rosto de um homem branco que ficou mais conhecido por representar o poder do Rock, e muitos anos mais tarde, após a criação desse “ritmo quente”, Elvis Presley, o garoto caipira de Mississipi, serviu como o veículo que levou ao conhecimento massivo do público aquilo que chamavam de Rock n’ Roll. O próprio Elvis dizia que não estava fazendo nada diferente do que caras como Chuck Berry, Little Richard, Buddy Holly ou Jerry Lee Lewis já não o tinham feito, e o assim mais tarde conhecido como “Rei do Rock”, reconhecia as origens daquilo que ele ajudara a popularizar, dando total valor aqueles que o haviam precedido.
Elvis podia não ser o mais talentoso de todos os artistas da época (em início de carreira ele não passava de um caipira carismático!), podia não ser o mais importante do gênero, mas foi o cara que fez com que o mundo conhecesse o Rock em toda sua glória, por isso merece todas as honrarias e festejos em sua homenagem.
 
Desde sua origem nos guetos dos Estados Unidos, o Rock soava como algo transgressor cujo caráter “moderninho” incomodava e causava arrepios por onde era executado. Mesmo depois de cair nas graças dos brancos, que viram na figura de Elvis um motivo para requebrar seus quadris ao som das guitarras elétricas, o Rock continuou a soar como algo marginal, que ia contra a moral e os bons costumes. Enquanto os jovens vibravam em bailes e em shows, seus pais e avós maldiziam aquela “música do Capeta” que instigava o mau comportamento e a rebeldia de seus filhos, o que desde sempre impôs uma sombra de maldição sobre o ritmo, sombra essa enxergada até mesmo por artistas já célebres da época como o cantor Frank Sinatra, que chegou a declarar: Rock n’ Roll é a coisa mais brutal, feia e degenerada que eu já tive o desprazer de ouvir.
Se você queria transgredir leis, regras e mandamentos, você deveria tocar Rock.
Com o passar das décadas, com a morte dos principais representantes negros da música e a vertiginosa queda do Rei para o mundo das drogas, o Rock parecia ter encontrado seu derradeiro fim, quando então novos nomes e símbolos decidiram assumir o bastão da contraversão, surgindo também em outros lugares do mundo. Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, The Doors, Janis Joplin e tantos outros assumiram a batuta, e mantiveram o legado, criando e influenciando a perpetuação de novos segmentos dentro do próprio Rock.
Sim, meus amigos. O Rock havia encontrado uma forma de se tornar imortal, diferente de seus representantes.


O poder autodestrutivo que os astros do Rock acabaram assumindo para suas personas começou a se tornar algo comum a todos eles, e após a melancólica morte de Elvis Presley (que fora encontrado em sua mansão no dia de sua morte com diversos tipos de drogas circulando em seu corpo), várias outras mortes trágicas acabaram marcando o mundo do Rock, como a de Jimi Hendrix, Janis Joplin e o polêmico líder do The Doors Jim Morrison, todos com 27 anos e por efeito das drogas. Por ora odiado ao ensinar trejeitos sexuais aos jovens com o requebrar dos quadris de Elvis, outras vezes adorado por dar ao gênero um visual “engomadinho” com os meninos de Liverpool em começo de carreira, o Rock sofreu altos e baixos em sua popularidade desde sempre, o que de maneira alguma permitiu que ele fosse exaltado ou considerado um ritmo “do bem” durante um período muito longo. 


Nem os próprios Beatles conseguiram sustentar por muito tempo a cara “limpinha” que eles trouxeram ao estilo, e quando na década de 70, por influência de drogas alucinógenas misturada a uma visão mais pacifista eles deixaram os cabelos e as barbas crescerem, assumindo seu lado “riponga”, os ingleses, embora reverenciados por sua música, também caíram no espectro negativo do Rock, e se juntaram a todos os demais “filhos do Capeta”. Impossível negar as inúmeras referências ocultistas que os quatro roqueiros começaram a inserir em suas canções, nas capas de seus álbuns e em suas próprias vidas pessoais a partir de então.

Foi na mesma década com Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple que o Rock ganhou de vez o rótulo de maldito, e para desespero das carolas, beatas e defensores da moral e bons costumes o ritmo passou a defender a liberação do Sexo e das drogas, aliada ao próprio estilo musical. Com essa trinca sendo difundida mundo afora, a preocupação dos pais com seus filhos e o temor que eles começassem a não só adorar aqueles “cabeludos”, mas que também seguissem seus “ensinamentos” era crescente, e o cenário se virou completamente contra a música que nascera como uma forma de protesto contra a opressão. 


A atitude Rock n’ Roll, o consumo excessivo de drogas pesadas como LSD e Ácido, as bebedeiras homéricas e a lascívia dos bastidores dos shows contribuíram e muito para sua má fama, e atualmente não há quem consiga botar a mão no fogo por qualquer um dos integrantes da sua banda favorita. “Os meus ídolos não se drogavam”. “O meu cantor favorito jamais faria isso!”. Não se engane, jovem padawan. Ninguém entra na chuva para não se molhar, e usar pelo menos cinco tipos de drogas diferentes é pré-requisito básico para se tornar um astro do rock.

Além da perversão, o mau costume do uso desenfreado de alucinógenos e das quebradeiras costumeiras em hotéis onde as bandas se hospedavam antes e depois das turnês, outro estigma que marca até hoje as bandas de Rock é o do satanismo. O Rock nasceu como um grito de independência sobre dogmas e religiões, mas isso foi muitas vezes confundido com adoração ao lado negro da Força, o que não deixa de ser um exagero. Nem todo mundo que não possui uma religião definida é adorador do demo.


Quem nunca ouviu falar do pacto demoníaco feito por Gene Simmons e sua trupe do KISS para alcançar o sucesso ou os rituais satanistas que a banda teoricamente executava no palco em pleno show?
Quem nunca experimentou girar o LP (os velhos bolachões) ao contrário para ouvir as mensagens subliminares deixadas pelos integrantes do Led Zeppelin nas faixas de suas músicas?
Quem aí não se arrepiou com o lanchinho da tarde que o velho Ozzy Osbourne fez no palco com a cabeça de um morcego?
E a história de que os caras do Slipknot (banda contemporânea e um dos últimos resquícios de Rock moderno) usam máscaras por causa de um pacto que eles fizeram para conseguir sucesso e fama? 


Histórias de rituais, pactos e ofertas de almas ao Coisa Ruim feitas por astros do Rock povoam o imaginário do público há décadas, e muito de fantasia acabou se criando ao redor desses diversos relatos. Mas afinal, o que é verdade e o que é mito nesse papo de Rock do Diabo?
Tenho uma história de infância com o clássico do Led Zeppelin "Stairway to Heaven", música cujos versos falam de uma dama misteriosa que quer encontrar sua escada para o céu. Interpretações para o que a música realmente quer dizer também existem aos montes (ocultismo e uso de drogas são algumas delas), mas é fato notório que a banda de Robert Plant e Jimmy Page sempre esteve no topo das mais relacionadas a satanismo e outros tipos de bruxarias. Os fatos macabros que ocorreram com integrantes do grupo ao longo de sua carreira como o acidente que deixou Plant longe dos palcos por um bom período além da morte estúpida do baterista John Bonham, são só algumas das passagens bizarras envolvendo a banda, mas o que fica mais evidente são mesmo as mensagens subliminares deixadas pelas letras de suas canções. 


Page chegou a comprar a mansão e alguns pertences de Aleister Crowley (o “Mr. Crowley” da canção do Ozzy e o criador da frase “Faz o que tu queres, há de ser tudo da lei” da música “Sociedade Alternativa” do Raul Seixas), um reconhecido bruxo e filósofo inglês do século XIX. Stairway to Heaven, uma de minhas músicas favoritas, segundo pesquisadores, possui diversas reverências ao Você-sabe-quem, e embora saibamos que religiosos acabam forçando a barra de vez em quando para que essas mensagens subliminares apareçam (quem vai ficar procurando mensagens virando um disco de trás pra frente durante horas??), alguns trechos são intrigantes.
No trecho da música em que Robert Plant canta "Your stairway lies on the whispering wind" a mensagem que dizem se conseguir ouvir ao inverso é: "I will sing because I live with Satan" (Eu vou cantar porque vivo com Satan. Aqui o arquivo em MP3 do trecho para baixar).
Só mesmo um cara possuído pra ter essa capacidade de criar uma frase que tenha um significado falada normalmente e outro completamente diferente falado de trás pra frente! Criatividade do capeta, literalmente!


Se destrinchado, esse papo sobre mensagens subliminares vai longe, portanto vou me ater apenas ao que foi falado até aqui, deixando para falar mais sobre isso num post vindouro.
O fato é que, assim como tudo no mundo, o Rock n’ Roll também possui seu lado negativo, e o negócio é se preocupar apenas com a parte boa. O Rock é acima de tudo um ritmo contagiante, feito também para entreter, e é isso que atrai tantas pessoas há cinco gerações. Para mim, o Rock é uma forma de abstrair do mundo quando este me parece demasiadamente injusto, e tem dia que não há nada melhor do que colocar um fone de ouvido e descarregar toda a tensão enquanto um riff furioso ou melódico atinge o tímpano, te fazendo sacudir a cabeça e embalar o corpo num balanço que te faz bem. Rock é bem estar. Rock é um alimento para alma.
Com certeza existe Rock do Diabo e feito para o Diabo, mas duvido muito que o mesmo tenha sido criado pelo dito cujo. Ele não teria a capacidade de criar algo tão empolgante. 


Viva o Rock n’ Roll, e que Deus abençoe todos os roqueiros! Amém!


Feliz Dia Mundial do Rock!


NAMASTE!

Top 10 - Maiores Pauleiras do Rock


Nunca fui uma pessoa muita eclética com relação a gosto musical, por isso logo que conheci o Rock N' Roll no final dos anos 90 me identifiquei muito com esse tipo de som e com as bandas que até hoje uso como minhas referências do estilo. A fase musical atual em especial no cenário do Rock está péssimo, não se faz mais música como antigamente e poucas (ou quase nenhuma) das bandas boas ainda sobrevive, o que me faz andar com muita "velharia" salva no MP3.

Chega de papo e bora conferir as minhas porradas prediletas do cenário Rock!!


Rock N' Roll na véia!!

 

Gravada pela primeira vez pela banda britânica Iron Maiden em 1983, a porrada "The Trooper" foi escrita pelo baixista Steve Harris, inspirada em um poema de Lord Tennyson. O poema conta a história da Batalha de Balaclava (ocorrida em 1854), e tanto a música quanto o poema tratam da narrativa de um único soldado britânico (daí o título da canção "Trooper") que sem esperanças, porém munido de muita coragem, avança sobre o as linhas de defesa russas.
Durante a execução da música, o vocalista Bruce Dickinson costumeiramente ergue uma bandeira inglesa e a faz tremular pelo palco, enquanto a plateia em delírio, canta o refrão e os versos de uma das mais poderosas músicas gravadas pelo Iron Maiden.

"Você tomará a minha vida mas eu tomarei a sua também
Você irá disparar seu mosquete mas eu irei trespassá-lo
Então quando você estiver esperando pelo próximo ataque
Melhor ficar firme, não existe maneira de voltar"
 




Formada em 2001 após a junção de membros do finado Rage Against to Machine e do Soundgarden, o Audioslave emplacou logo de cara uma sequencia de pauladas musicais como "Like a Stone" e "I am the Highway". Muitas de suas pancadas embalaram minhas viagens de trem de volta para casa do curso técnico que fazia em meados de 2002 e 2003 e a banda se tornou logo uma das minhas preferidas. Infelizmente sua vida foi curta e ela se desfez em 2006 com apenas três álbuns lançados.

A música "Cochise" é uma das mais emblemáticas da sua curta discografia, e uma das mais pesadas unindo a voz poderosa de Chris Cornell com todo o talento do Rage Against the Machine em fazer barulho.

"Eu não sou um mártir
eu não sou um profeta
e eu não vou fazer sermões para você
mas aqui está perigoso
melhor você entender
que eu não quero segurar sua mão
mas se precisar de ajuda para melhorar
então eu não quero parar"

"Cochise" foi um dos mais afamados líderes Apache, que resistiu às intrusões em suas terras, feitas por mexicanos e estadunidenses durante o século XIX.




Considerada por muito tempo uma das representantes do movimento grunge iniciada na década de 90, a banda Pearl Jam de Seattle (de onde veio também o Nirvana) passou muitos anos gravando músicas desse gênero, até que no álbum "Yield e Live on Two Legs" (1998) ela se livrou do estigma (não que isso fosse ruim) grunge e passou a tocar o Rock n' roll puro. "Do the Evolution" não só possui um dos mais críticos e criativos videoclipes da história (produzido por Todd McFarlane, o criador do Spawn) como também é um dos mais poderosos hits do playlist da banda. Sobe o som!


 

"Enter Sandman" é uma canção da banda norte-americana de heavy metal Metallica, lançada no seu álbum homônimo de 1991 "Metallica". Foi escrita pelos guitarristas Kirk Hammett e James Hetfield, juntamente com o baterista Lars Ulrich. A letra, elaborada por Hetfield, fala sobre pesadelos, e é uma das melhores músicas do Metallica no quesito paulada, cujo playlist também tem obras de arte do metal como "One", "King Nothing" e "Master of Puppets". Das bandas de tiozões, é uma das únicas (ao lado do Iron) que se mantem em plena forma, embora nesse quesito a banda inglesa tenha tido muito mais regularidade musical que o Metallica, que lançou várias bombas durante os anos 90.

"Agora eu me deito para dormir
Peço ao senhor para guardar minha alma
Se eu morrer antes de acordar
Peço ao senhor que leve minha alma"





 

"Fear of the Dark" é uma canção escrita por Steve Harris (ele de novo!), baixista e compositor principal da banda, fazendo parte do álbum homônimo de 1992 "Fear of the Dark". Do playlist da banda, é com certeza uma das minhas preferidas e a que mais embalou meus momentos de "fúria adolescente" sem razão.
Curiosamente a versão de estúdio da música não me agrada tanto quanto a versão ao vivo. Uma das melhores versões live da canção aconteceu no Brasil, no Rock in Rio de 2001.
Outro fato curioso (ou não) pelo qual tenho uma afeição pela música é que num dia de prova na ETEC, numa avaliação de lógica de programação eu não tinha a menor ideia no que colocar em resposta a um algoritmo quando então no pátio da escola começou a tocar Fear of the Dark. Inspirado pela música, de repente eu consegui responder as duas questões de lógica e me dei bem na nota. Eu prefiro acreditar que o Iron Maiden conseguiu me ajudar daquele apuro. Valeu Iron!




A banda armeno-americana System of a Down tornou-se uma especialista em criar hits extremamente furiosos na década de 2000, e no quesito pauleira eu poderia citar pelo menos umas 5 canções dos cinco álbuns de estúdio que eles lançaram. Quando lembro de fúria musical e de revolta, me vem logo na cabeça "Shop Suey" e "Toxicity" e a energia que esses dois hits trazem. É pra ouvir no último volume e pirar! 
"Ei, o que você quer com o mundo?
O que você possui é desordem, desordem,
Agora, em algum lugar entre o silêncio sagrado
Silêncio sagrado e sono
Em algum lugar, entre o silêncio sagrado e sono
Desordem, desordem, desordem"




"Shoot to Thrill" é a segunda música do álbum "Back in Black", da banda australiana de rock AC/DC, e pra quem ainda não ligou "o nome" à "pessoa" é aquela pauleira que embala uma das primeiras cenas do filme Homem de Ferro 2, pouco antes da chegada de Tony Stark ao palco da sua própria feira de tecnologia. 

"Eu sou como o mal, eu controlo sua pele

Exatamente como uma bomba pronta para explodir
Porque eu sou ilegal, eu tenho tudo
Isso que todas vocês mulheres talvez precisam saber"

Sabe-se lá Deus se essa música fala de drogas ou de um cara que toda mulher quer ter ao lado por ser "ilegal", mas ninguém pode negar, é um som pra lá de contagiante! Essa é uma das bandas que consta na minha lista que preciso ver antes de morrer (ou deles morrerem de velhice).




O Gun N' Roses é sem dúvida uma das melhores bandas que já surgiram no cenário do Rock e o fim dos anos 80 foi presenteado com uma porção de porradas (e não só musicais) que a banda formada por Axl Rose (Vocais), Izzy Stradlin (guitarra rítmica), Slash (Guitarra solo), Duff McKagan (baixo) e Steven Adler (bateria) tocou na época. Há quem torça o nariz para os caras, mas se hoje a banda não passa de uma sombra esquálida do que já foi num passado mais ou menos distante, houve uma época que eles detonavam tudo.
"Paradise City" é uma canção que foi um dos singles de "Appetite for Destruction", primeiro álbum de estúdio da banda, lançado em 1987.

Diz a lenda que a letra de Paradise City é sobre Los Angeles e toda a sua corrupção da época. Já outros, presumem que Axl Rose e Izzy Stradlin falavam sobre a cidade de Lafayette (Indiana) na música. Axl Rose, em entrevista para a revista Hit Parader, declarou que os versos são mais sobre estar na selva, e o coro sobre estar voltando para Midwest, ou qualquer outro lugar.
Não importa, para mim é uma das melhores pauleiras de todos os tempos do Guns e não dá pra ficar no lugar ouvindo isso! "Take me down to the Paradise City".


 


Por muito tempo, no fim da década de 2000 o Foo Fighters foi uma das únicas bandas de Rock Alternativo que ainda sobreviviam à onda EMO que começava a se estender por todo o mundo em especial do cenário Rock. Em particular, é minha 2ª banda preferida depois do Aerosmith e a que contém mais hits salvos no meu HD (me processem?). Conheço poucas músicas dos caras que me agradam menos e qualquer uma delas, exceto as baladinhas (por motivos óbvios) poderiam entrar no meu Top 10. Minha escolhida, no entanto, é "The Pretender", canção composta pela própria banda e produzida pelo produtor musical Gil Norton. Lançada como primeiro single do álbum "Echoes, Silence, Patience & Grace" em 21 de agosto de 2007, é uma das mais bem sucedidas canções da banda; apenas "Learn to Fly" e "Best of You" alcançou uma melhor posição na parada de sucessos Billboard Hot 100. O motivo?? O clipe da música fala por si só. Aumenta o volume!





Goste ou não, o Nirvana consta em qualquer lista ou ranking como uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. O álbum "Nevermind" vendeu em torno de 26 milhões de cópias e consagrou a banda no cenário musical em especial pela destrutiva faixa "Smells Like Teen spirit", escrita por Kurt Cobain e produzida por Butch Vig. "A canção usa o formato verso-refrão, e o riff principal é usado durante a introdução e refrão para criar uma dinâmica de alternância entre as secções de maior e menor violência sonora" (segundo o Wikipedia) e não é preciso da enciclopédia livre para se entender o fenômeno que foi a música no início da década de 90 e que é até hoje. Poucas músicas causam um furor tão grande quanto essa, e ouvi-la com o volume baixo é quase um sacrilégio. Se o sonho de Cobain era se manter no cenário underground (ou underworld) ele não devia nunca ter criado Smells like. Por sorte ele o fez, e criou uma das músicas mais fodas (com o perdão do palavrão) de todas.



ORAÇÃO DO ROCK

Rock nosso que estais na veia
Muito escutado seja
vosso solo
Venha a nós o riff inteiro
Seja feito barulho a vontade
Assim em casa como nos shows
Musica boa de cada dia nos daí hoje
Perdoai nossas loucuras
Assim como perdoamos os pagodeiros e sertanejos
Com aquelas músicas horríveis
Não nos deixeis cair em funk carioca
E livrai-nos do axé

NAMASTE!

5 de julho de 2012

Um bando de loucos em festa



Eu preferia começar esse post com uma piadinha infame ou com a risadinha do Nelson, como costumeiramente faço, mas, como disseram alguns amigos corintianos, o dia 4 de Julho foi reescrito (alguém lembra da Independência Norte-Americana?) no Estádio do Pacaembu, e o Corinthians sagrou-se nessa data campeão pela primeira vez da Taça Libertadores, calando adversários e silenciando para sempre qualquer tipo de piada sobre a falta do maior título das Américas.
A vitória em campo foi incontestável, apesar das dúvidas e desconfianças que sempre rolam quando vemos a mídia exaltando exaustivamente uma equipe de futebol (A Globo era praticamente o "Canal Corinthians" durante as últimas semanas!), mas o time do técnico Tite mostrou a força da raça, e superou o Boca Juniors até mesmo naquilo que eles mais utilizam como arma: A provocação.
O time argentino começou bem o jogo, administrando os primeiros vinte minutos da partida de forma a deixar tensa a torcida corintiana. A partir de então, no entanto, os erros de passes dos Hermanos começaram a ditar o andamento da peleja, e o Corinthians começou a reagir, embora até o fim do primeiro tempo nenhuma das duas equipes tenha levado real perigo a meta adversária. Pra quem estava de fora, apenas assistindo a partida de forma neutra, foi um dos 50 minutos (por causa dos acréscimos) mais entediantes do campeonato. 


As piadinhas no Twitter e no Facebook tiveram seu último suspiro durante o intervalo. 

Se ainda restava alguma esperança no time argentino por parte de sua torcida (e do resto do Brasil!!), ela se esvaiu no segundo tempo, e os erros de passe do Boca sacramentaram o resultado do jogo, quando então a equipe paulista fez o primeiro gol com Emerson, jogador recusado por equipes cariocas e que acabou brilhando no último jogo do campeonato, marcando duas vezes (o primeiro aos 8 min e o segundo aos 27 min). O que faltou em futebol na partida, sobrou em catimba e em faltas. Como era de se esperar, os argentinos vieram para o Pacaembu na tentativa de desestabilizar psicologicamente o time de Tite (já que talento com a bola estava em falta), porém o feitiço virou contra o feiticeiro, e o Corinthians soube usar bastante de catimba para irritar os jogadores Hermanos. O que dizer das provocações do jogador Emerson para cima de seu marcador argentino e vice-versa?
Ah, tudo bem, o Cleber Machado aprovou, então está tudo certo. 


Está mais do que claro que não há nada que movimente mais as opiniões e exalte mais os ânimos no Brasil do que futebol, e foi impressionante a comemoração prévia da torcida corintiana ao longo do dia 4 de Julho. Em vinte e tantos anos de vida, só tinha visto uma movimentação de torcida assim tão grande em época de Copa do Mundo, e até mesmo a comemoração pela vitória se assemelhou a noite de Réveillon (fogos, provavelmente acumulados desde a Libertadores passada!! Hehehehe! Desculpem, piada inevitável!).
Pra quem é de fora, a alcunha "um bando de loucos" cabe aos torcedores corinthianos como uma luva, afinal, poucas torcidas têm um amor tão grande e tão alucinado por seu time do coração como o Corinthians. Só quem torce para o time pode entender realmente a paixão (ou amor xiita) que controla cada um desses aficionados, e é difícil tentar explicar ou entender essa energia avassaladora que emana dessa torcida tão fiel. Não é a toa que seus maiores seguidores se denominam "Gaviões da Fiel", e também não é a toa que igualmente há tanta torcida contra o Corinthians. Ninguém é lá muito favorável a pessoas fanáticas como alguns desses torcedores acabam se tornando. 


Ok. Corinthians campeão. Comemoração garantida até Novembro, quando então o Timão enfrentará o Chelsea no tão sonhado Mundial (se passar pelos times intermediários), povo feliz, a lona do Circo bem hasteada, jogadores milionários (agora vendidos para o exterior) com a vitória, você cada vez mais na merda pra seguir seu time aonde quer que ele vá (porque afinal, ele é sua vida) e todo mundo sorrindo com os dentes que lhe restam. Salve o pão e circo!

Parabéns Corinthians! Bem vindo ao grupo seleto dos campeões da Libertadores da América. Valeu o esforço de toda a campanha de 2012 e em especial seu resultado final.

Ps.: A vitória do Corinthians na Libertadores é o primeiro indício claro de que o fim dos tempos irá mesmo acontecer em 2012!

NAMASTE!

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