6 de maio de 2014

Top 10 - Porra, Warner/DC!!


Enquanto a Marvel nada de braçada lançando um sucesso de bilheteria atrás do outro, utilizando um cronograma definido num universo cinematográfico tão coeso quanto o dos quadrinhos, a Warner/DC demonstra cada vez menos preparo em fazer o mesmo com seus super-heróis, anunciando filmes, séries e adaptações de forma absolutamente apressada e aleatória, vendo a concorrente sumir no horizonte. Em suma, a impressão que a empresa passa é que ela está mais perdida que puta em procissão, deixando seus fãs não com uma, mas com um circo inteiro de pulgas atrás da orelha.

De maneira mais organizada que a Warner/DC, o Blog do Rodman lista aqui um Top 10 com as notícias e boatos mais absurdos que surgiram nos últimos meses acerca daquela que era para ser a sequência de Man of Steel, mas que hoje mais parece um filme dos Superamigos!

Será que rola a aparição dos Super-Gêmeos?




Em forma de gelo!


Essa notícia foi uma das últimas veiculadas com relação ao filme que na última ComicCon havia sido designado apenas como Superman X Batman. Segundo a revista Variety, Victor Stone, o Cyborg é mais um dos personagens que vai dar as caras no filme. Após a reformulação do Universo DC conhecido como Os Novos 52, o Cyborg deixou de ser apenas um membro aleatório dos Titãs e se tornou membro efetivo da Liga da Justiça, cobrindo a cota de negros (que parece MESMO existir na equipe) que antes era ocupada pelo Lanterna Verde John Stewart e as vezes pelo herói Raio Negro. Segundo a mesma Variety e por vários outros meios midiáticos logo depois, quem viverá o ex-jogador de Futebol Americano que tem o corpo reconstituído por partes biônicas será o ator de teatro Ray Fisher, rosto pouco conhecido em Hollywood.


Nada contra easter-eggs e pontas de outros personagens conhecidos em filmes de heróis, mas o Cyborg não parece ser o único a enfileirar as presenças ilustres no filme Superman X Batman. A menos que ele seja bem inserido e que seu personagem tenha alguma relevância para a história, mesmo que só faça uma simples aparição, acho bem desnecessário desgastar um personagem tão bacana quanto Stone dessa forma.


No desespero de tentar fazer um filme tão grandioso quanto foi Os Vingadores não só pra Marvel quanto para o cinema de aventura, a Warner parece a fim de enfiar heróis goela abaixo dos espectadores, mesmo que isso não faça NENHUM sentido para o enredo.


Após o fim da Trilogia bem sucedida do diretor Christopher Nolan à frente do Batman, o único acerto da Warner/DC fora do cinema foi mesmo com a série Arrow (que já resenhei aqui e aqui), que insere o personagem Arqueiro Verde em um cenário realista e crível, tal qual os dois primeiros filmes de Nolan (relembre o que achei do Terceiro filme aqui). O sucesso de Arrow tem sido tão grande, que os mesmos criadores da série Greg Berlanti Andrew Kreisberg resolveram criar uma série derivada do universo do Arqueiro Verde, escalando ninguém menos que Barry Allen, o Flash, nos episódios 8 e 9 da Segunda Temporada.


A série solo do Flash já é uma realidade, mas uma notícia que pegou todos de surpresa dada pelos executivos da Warner, foi que o universo das séries de super-heróis seguirá separado do cinema, o que joga um balde de água fria em quem esperava uma interação do Arqueiro Verde e do Flash da TV com o Superman e o Batman da telona. Indo totalmente na contramão do que a Marvel tão bem fez em interligar a série Agents of SHIELD com seu universo cinematográfico, a DC prefere manter as coisas como já o eram na época do lançamento de Superman Returns que cagou e andou para o que acontecia na série Smallville (“Somebody saaaaaaave me!”).


Sem uma ligação, é possível que vejamos dois “Flashes” diferentes correndo por aí, o ator Grant Gustin na TV e algum outro mais famoso que ele (Uia!!) na tela grande. Não seria mais fácil integrar tudo e aproveitar o hype de uma produção sobre a outra, Warner? ÊÊ, Warner!
 

Todo mundo conhece a carreira meteórica de Zack Snyder. O cara fez uma excelente refilmagem de um clássico de terror com Madrugada dos Mortos, ganhou o mundo com a adaptação da HQ de Frank Miller 300 e quando a Warner lhe jogou nas mãos a adaptação de Watchmen, do escritor Alan Moore, ele já era O visionário.


Ninguém pode questionar a qualidade imagética que Snyder agrega em seus filmes. 300, Watchmen e Man of Steel são primorosos no quesito visual, mas o diretor mostra muita imaturidade quando tenta lidar com a linha narrativa de seus filmes, deixando-os demasiadamente superficiais e pueris, sem qualquer resquício de alma.


Ele quis melhorar a HQ de Moore e entendeu que seu Superman precisava matar seu oponente para que ele se enquadrasse nos padrões de “justiça” atuais, e isso mostra bastante o que podemos esperar da sequência de Homem de Aço, agora que o Batman também dará as caras no filme. Lembrando que se o Superman desse universo mata, imagina o que fará o fascistinha do Batman!!


Snyder também foi promovido à pica das galáxias do departamento “heroizístico” da empresa (mais ou menos o que Kevin Feige é na Marvel), e além de dirigir o vindouro filme da Liga da Justiça (?), ele também será o coordenador artístico de todos os filmes que envolvem heróis da DC.

É. Foi exatamente o que você leu.

Agora calculem o que teremos daqui pra frente. Um espetáculo visual deslumbrante de causar epilepsia nos filmes e roteiros mais vazios que lata de cerveja na mão de bêbado.


Dwayne “The Rock” Johnson é um dos caras mais carismáticos da atualidade em Hollywood. Seu porte físico gigantesco o coloca como alvo de especulações acerca de filmes de heróis há muito tempo (e isso não é nenhuma novidade), mas uma postagem sua no Twitter de Novembro de 2013 deixou a galera mais alvoroçada que torcida do Corinthians em dia de jogo. O grandalhão falou que estava em negociação com a Warner, e logo em seguida escreveu a seguinte frase com bastante ênfase no microblog: “John Stewart chutaria o rabo do Superman!”.


O que se seguiu logo após, foram diversas especulações e boatos de que The Rock havia conquistado o papel de John Stewart, o Lanterna Verde negro que certa vez substituiu Hal Jordan como protetor do Setor 2814, em um filme da Warner, mas ninguém sabia exatamente qual filme seria.


Qualquer fã ficaria muito empolgado de ver um quebra pau (como ele mesmo sugeriu) entre o Lanterna e o Superman, ainda mais tendo The Rock de um dos lados do ringue, mas duas coisas incomodam nessa notícia: Uma, Dwayne não é exatamente negro e Duas, existem zilhões de personagens que ele poderia interpretar no cinema sem necessariamente precisar “roubar” o papel que, faria muito mais sentido, na pele de um negro de verdade. Até porque Stewart não é qualquer personagem negro. Ele possui um background  e isso precisava ser levado em consideração. 


Sempre vi The Rock como um Adão Negro perfeito, até mesmo como Lobo, Órion... Mas John Stewart sinceramente seria forçar a barra demais!


Em entrevista, o ator chegou a sugerir que a população em geral o vê como uma pessoa negra e que não teria nenhum problema em interpretar Stewart, mas como diretor de casting eu conseguiria encaixar The Rock em papeis muito mais bem direcionados do que o Lanterna Verde. Seja como for, essa notícia nem chegou a ser confirmada, e The Rock segue mais como uma esperança do que como uma certeza no universo cinematográfico da DC.


Se há realmente um filme somente da Liga da Justiça nos planos da Warner/DC e que até lá a empresa pretende lançar mais um filme solo do Superman, POR QUE CARALHOS ENFIAR TANTOS SUPER-HERÓIS NESSA PORRA DE SUPERMAN/BATMAN?


Com todas as participações especiais que já foram boatadas para esse filme, e se for mesmo verdade que Aquaman, Flash, Mulher Maravilha e Cyborg farão aparições no filme, que até então colocaria o Homem Morcego de Gotham contra o Homem de Aço de Metrópolis, não há qualquer necessidade de existir um filme APENAS da Liga da Justiça. Façam DESSE filme a tal Liga da Justiça e parem de fazer cu doce enquanto a Marvel enche as burras de dinheiro até mesmo com personagens pequenos como um guaxinim de trabuco! Porra DC!


Man of Steel dirigido pelo visionário Zack só sei filmar em slow motionSnyder faturou US$ 291 Milhões em bilheteria, e longe de ser um fracasso, recolocou o personagem no eixo após o fraquíssimo Superman Returns do competente Bryanprefiro Wolverine do que o CiclopeSynger. Em um filme elogiadíssimo e também muito polêmico, a Warner decidiu apostar alto colocando um elenco de primeira linha encabeçado por Russelacho o Brasil uma merdaCrowe para encenar o reboot do super-herói mais popular do universo nos cinemas. A DC não só provou que ainda havia público para o escoteirismo do Azulão, como também criou um buzz gigantesco com o final questionável em que Superman, não vendo alternativa, dá cabo do General Zod.


Apesar de algumas críticas negativas, o filme foi um sucesso, e conseguiria garantir uma sequência digna, talvez apostando em outros vilões da galeria do Azulão como o Parasita, Metallo ou mesmo o Superciborgue. O fato é que nem mesmo a Warner pareceu acreditar que o Superman sozinho conseguiria fazer frente aos populares e divertidos filmes da Marvel, e decidiu não dar uma segunda chance a ele e juntá-lo logo com o personagem mais popular (e mais rentável) de seu panteão, o Batman.


Quando o filme que uniria os dois maiores personagens da DC foi anunciado, os fóruns de discussão e os nerds gordos e sebentos não falavam em outra coisa, e um show de especulações teve início. Falava-se até que seria uma filmagem em live-action de o Cavaleiro das Trevas (a HQ) com o Batman limpando o show com a cara kryptoniana do Superman, mas então a DC deixou a poeira assentar e não deu mais qualquer esclarecimento sobre o que podia se esperar desse filme. Ficava uma amarga sensação de que o anúncio só havia sido feito para rivalizar com o principal filme da concorrência para 2015, Os Vingadores 2 – A Era de Ultron. E foi mesmo!


De lá pra cá, as coisas só foram piorando, e entre uma notícia atravessada e outra, tudo que sabemos é que o Superman estará no filme, mas longe do glamour de ter todos os holofotes voltados somente para ele. A sombra do Morcego o espreita, e o lançamento do filme foi remarcado para 2016!


O Flash é um personagem complicado de se adaptar devido seus poderes de velocidade. No cinema, onde produtores, diretores e artistas em geral possuem um orçamento milionário para trabalhar em efeitos visuais de última geração (cada vez mais necessários atualmente) o Homem Mais Rápido do Mundo teria variadas possibilidades de dar certo numa mídia fora dos gibis... Mas em uma série semanal de TV? Tenho lá minhas dúvidas.


Arrow, série do qual Flash foi derivado, contém cenas de ação, perseguições e muita porradaria em um cenário urbano, o que não exige uma quantidade muito grande de efeitos visuais. No caso de Flash, não há como imaginar uma série em que só teremos Barry Allen investigando crimes em sua identidade civil sem um grande envolvimento do personagem título. E os poderes de velocidade? Correndo sobre a água? Vibrando através das moléculas? Viajando no tempo?


Para que tudo isso funcionasse, ia ser necessário que a Warner despendesse um valor alto de investimento, o que sinceramente, eu nunca vi na TV. Alguém lembra dos efeitos toscos de Smallville?



Na TV acho difícil manter uma série com o personagem sem que efeitos visuais sejam a grande cereja do bolo.


Quanto o visual do novo Flash o que mais me incomodou particularmente foi a cor sombria do uniforme. Sempre vimos o Flash como o corredor ESCARLATE, seu traje necessita de um tom mais intenso, que lembre a urgência do personagem. Sem falar que o material lembra couro, o que deixaria o pobre Barry Allen assado se tentasse correr vestido com essa porra! O visual meio magrelo do ator Grant Gustin o faz parecer, sei lá, o Bart Allen em vez do Barry, e tudo isso me fez meio que não acreditar muito no futuro dessa série. Até o uniforme do Flash dos anos 90 era mais crível que esse. A Warner vai ter que rebolar pra fazer “The Flash” funcionar.   


A disputa pelo papel de Lex Luthor tinha nomes como Bryan Cranston (de Breaking Bad), Terry O’Quinn (O Locke de LOST) e Mark Strong (que já viveu o Sinestro no filme merda do Lanterna Verde). Todos atores altamente gabaritados e com carreiras solidificadas na TV e no cinema. E quem Zack Snyder escolheu? 


Jesse Eisenberg!

Jesse Eisenberg é um daqueles casos de cara que tem 30 anos com aparência de 18, e essa é a principal razão para que ele seja uma escolha ruim para o papel de Lex Luthor, o grande arqui-inimigo do Superman. Assisti uns dois ou três filmes com ele (Zumbilândia é meu preferido), o garoto realmente é um bom ator, mas onde que ele vai me convencer que é uma das mentes mais brilhantes do mundo e que pode rivalizar mentalmente com o único sobrevivente de Krypton? Onde que Eisenberg vai ter peito pra encarar a montanha de músculos que se tornou Henry Cavill?


Nos quadrinhos Lex Luthor nunca foi um adversário físico para o Superman (exceto quando apela para sua armadura de combate), isso nós entendemos, mas nunca antes o vimos como um garoto que tenta destruir o kryptoniano. Em todas suas versões, ele parecia um cara mais velho e mais experiente, o que faria sentido seu "recalque" em não querer um alienígena mudando o destino dos cidadãos da cidade onde ele mora. Eisenberg pode ter na vida real quase a mesma idade que Henry Cavill, que vive o Superman, mas sua aparência não diz isso. Até Michael Rosenbaum, de Smallville, convencia mais na pele do empresário e cientista genial...



Começo a suspeitar que o diretor de casting da Warner é algum chimpanzé treinado, ou então eles possuem algum sistema randômico de escolha de elenco!


A única coisa que vi com Gal Gadot foi seu papel na franquia Velozes e Furiosos, desde o quarto filme. Mais nada.

Porém, no entanto, todavia, não é necessário muito esforço para perceber que por seu porte físico um tanto quanto esquálido, ela está longe de sequer parecer com alguma versão já concebida da Mulher Maravilha.


Faça um teste simples. Feche seus olhos e lembre o nome Mulher Maravilha. O que vem em sua mente? Alguma modelo magrela de passarela ou uma cavalona de coxas grossas, quadril bem desenhado, seios fartos e um rosto de deusa completado por belíssimos cabelos negros e olhos azuis?


Essa é a Mulher Maravilha, porra! Gal Gadot poderia fazer no máximo o papel da Donna Troy na adolescência, ou a Cassandra Sandsmark, a Moça-Maravilha loirinha.


Ninguém quer alguma mulher-macho musculosa pro papel, mas alguém que, no mínimo, tenha algumas curvas pra ficar bem dentro do shortinho estrelado ou da armadura grega de combate.

Não fode, Warner!


Logo que a Trilogia do Nolan se encerrou e que Christian Bale jurou de pé junto que não voltava mais para o papel de Morcego nem amarrado, a vaga para o emprego se abriu, e a boataria começou forte. Caras como Josh Brolin (46 anos), que se enquadrariam no perfil de um Bruce Wayne mais velho e cansado foram um dos primeiros a serem citados. Brolin tem uma carranca fechada e um bom porte para usar o traje do Morcego, porém sua escolha não passou mesmo de boatos. 



Outros atores mais franguinhos como Ryan Goslin (Drive) e Armie Hammer (O Cavaleiro Solitário) também chegaram a ser cogitados, e até o primeiro Flash Thompson do filme do Sam Raimi e atual brucutu (atuando ao lado de Schwarzenegger em Sabotage) Joe Manganiello foi considerado para o papel. Manganiello tem a força física para um Batman style Jim Lee, mas não teria a agilidade que o personagem necessita, algo que Goslin e Hammer teriam bem mais. De todos os citados, Brolin me agrada bem mais, apesar da idade, mas a escolha de Zack Snyder foi muito mais ousada.


Ben Affleck já havia participado de um criticado filme de super-herói nos anos 2000 e parecia longe da boataria devido sua recente, premiada e bem sucedida carreira como diretor. Com o filme Argo, Affleck havia ganhado o respeito e a credibilidade que poucos atores/diretores já haviam conseguido em Hollywood, e parecia um retrocesso que ele aceitasse o papel de um super-herói novamente, sendo que seu Demolidor pela Marvel já havia dado errado. 


Pois é. 

Pois ele aceitou o papel, e causou uma das maiores revoltas que já presenciei nas Redes Sociais, deixando os fãs mais putos da cara que o Alborguetti.


Para o esguio Demolidor, Affleck era um bom candidato, e particularmente nem acho sua atuação tão ruim assim como o advogado cego da Cozinha do Inferno, a meu ver, os problemas desse filme são outros. Para o Batman, no entanto, sempre esperamos alguém que imponha respeito por debaixo daquele traje negro, o que nem de longe é o caso de Affleck, cuja característica principal é aquela sua cara de aparvalhado. Suas interpretações no cinema também nunca foram consideradas dignas de Oscar, e como ator ele sempre foi bem mediano fazendo papeis sem sal e totalmente insossos. Como ator de ação, não temos muitas referências, exceto o próprio Demolidor - O Homem sem Medo e O Pagamento, filme bem movimentado em que ele atua com Uma Thurman. E sinceramente? Nem como astro de ação ele serve.


Juntando todas essas características negativas, acho difícil esperar algo de positivo do Batman de Affleck, e menos ainda do filme Superman/Batman/Mulher Maravilha/Aquaman/Cyborg em si, que até agora não mostrou nada de definitivo para que tenhamos uma noção, mesmo que rasa, do que vem pela frente. A ideia inicial (Superman X Batman) era boa, e embora tivéssemos esse Batman meio frango, esperávamos ótimas sequências de ação e conflitos ideológicos interessantes entre os dois personagens. A Warner/DC quer colocar tantos ingredientes nessa sopa, no entanto, que no final ela vai nos servir um ensopado frio e daqueles bem mal temperados, do qual a gente só come pra não fazer desfeita com a dona da casa.


Pela expectativa quase nula, já saio com uma nota 4 de 10 para esse filme, e espero muito ser contrariado. Me surpreenda, Warner/DC!

NAMASTE!

1 de maio de 2014

Wolverine: O Cabra que não Morre!


Eu não tive a oportunidade de escrever sobre Wolverine Imortal (The Wolverine) quando o filme estreou nos cinemas por aqui em terras tapuias, mas agora com o lançamento do Home-Video (DVD , Blu-Ray) essa chance retorna para a ponta dos meus dedos. Afinal, o que eu, que critiquei tanto o primeiro filme solo do Carcaju canadense (num dos primeiros posts aqui do Blog do Rodman), achei da segunda empreitada da FOX com o personagem?

Sigam-me os bons!


Em primeiro lugar devo ressaltar que The Wolverine me agradou bem mais que X-Men Origens: Wolverine. O filme é mais bem dirigido, possui um roteiro mais elaborado e cenas de ação muito melhor produzidas que seu antecessor. James Mangold (de Os Indomáveis com Russel Crowe e Johnny & June com Joaquim Phoenix), o diretor da bagaça, tinha um roteiro pronto com a HQ escrita por Chris Claremont e desenhada por Frank Miller em mãos (resenhada aqui por mim), mas como nem sempre tudo são flores, ele contou com a ajuda de Scott Frank (Minority Report) e Mark Bomback (O Vingador do Futuro com Colin Farrel) para fazer a adaptação da história em quadrinhos, e isso ocasionou o que podemos chamar de uma pequena pulga atrás da orelha não só para os fãs de Eu, Wolverine (a HQ), mas também para quem em geral é fã do personagem mutante.


O enredo se passa algum tempo depois de X-Men: The Last Stand, e após um flashback em que acompanhamos Wolverine (Hugh Jackman) em Nagazaki  salvando a vida de um jovem soldado chamado Yashida (Ken Yamamura) em plena Segunda Guerra Mundial, vemos que o Carcaju abandonou seus amigos mutantes e se isolou em uma caverna, atormentado pelo espírito de Jean Grey (Famke Jansen), a mulher que ele amava e que fora obrigado a matar. Inquieto com seus próprios demônios pessoais, Logan vive o grande drama que permeia toda a história de The Wolverine: Como pode ele suportar a dor de perder aqueles que ele ama enquanto seus dons fazem dele um ser imortal?


Disposto a ficar isolado, achando assim que pode afastar a dor das perdas, seu destino se altera quando ele é abordado por uma habilidosa jovem japonesa chamada Yukio (Rila Fukushima) que o convence a viajar para o Oriente a fim de se despedir do agora velho Yashida, o mesmo homem que ele salvara da explosão atômica de Nagazaki no passado. 


Uma vez no Japão, Logan descobre as reais intenções de Yashida (Hal Yamanouchi) e se vê tendo que escolher entre sua imortalidade e uma vida comum, sendo capaz de envelhecer e morrer como qualquer pessoa. 


Próximo do inevitável fim e convencido que Logan não lhe dará seu fator de cura de bom grado, Yashida coloca a vida de sua neta Mariko (Tao Okamoto) sob a proteção do herói canadense, alegando que forças maiores desejam liquidá-la tão logo ela se torne a herdeira de toda a fortuna da família. Decidido a ir embora, Wolverine volta a ser atormentado pelos pesadelos com Jean à noite, quando então ele recebe uma inesperada visita da oncologista que trata Yashida, a perigosa Víbora (Svetlana Khodchenkova). Após esse evento, Logan percebe que sua vida não será mais fácil como antes, e que ele agora goza da mais pura e simples mortalidade.


Parece um bom enredo, certo?

Pois é. Só parece.

É realmente incrível a capacidade que alguns roteiristas têm de transformar em merda uma linha de texto tão fácil de fazer dar certo, e após nos deleitarmos com ótimas cenas de ação em que Wolverine retalha os capangas da Yakuza mandados para acabarem com Mariko enquanto ele a protege, o filme embala numa ladeira sem fim, que só volta a subir lá por volta da cena pós-crédito, que aliás dá um gancho perfeito para X-men: Dias de um Futuro Esquecido.



Ai, Rodman! Mas o filme é massa!

Em certos aspectos concordo com você, jovem padawan, as cenas em que Wolverine utiliza livremente suas afiadas garras de adamantium para tirar do caminho os agentes da Yakuza são felomenais, parafraseando o grande Giovanni Improta, e embora não vejamos uma só gota de sangue, existem sequências bem agressivas no filme. O fato do poder de cura de Wolverine ser reduzido a zero também consegue tornar as suas situações heroicas bem interessantes, a medida que ele começa a ser alvejado de todos os lados tentando salvar a vida da herdeira do império Yashida e não se recupera com a mesma velocidade que antes. Porra! No começo do filme ele sobrevive a queimaduras de uma bomba atômica, e lá pela metade do mesmo ele sangra sem parar com um “tirinho” de doze bem na caixa dos peitos!


Considerando que na época do lançamento de Eu, Wolverine o personagem ainda não era o imortal mothafucka que é hoje, e que ele apanhava de um tiozinho com uma espada de madeira e levava dias para se recuperar de um shuriken envenenado, é interessante a maneira com que Mangold e seus roteiristas encontraram para reduzir essa vantagem de Logan sobre seus adversários. Tirando isso e algumas cenas isoladas (como o “flechamento” ninja), não vemos muito mais da HQ no filme, e é aí que o roteiro peca.


Pra começar, o plano de Yashida para obter à força o fator de cura de Logan é algo digno de Dr. Evil!


Como uma criança mimada ele subjuga o herói e absorve seus dons (através das garras??), voltando a sua aparência juvenil da época da Segunda Guerra, e isso depois de utilizar uma técnica de vilão do Scooby-Doo de se fingir de morto e aparecer vivo ao final do episódio  ao ser desmascarado!


O grande vilão de Eu, Wolverine, o velho que espanca Wolverine com uma espada de madeira é rebaixado no filme a um pai invejoso que deseja a morte da filha para conseguir seu objetivo: A conquista! A conquistaaaa! 

Shingen (Hiroyuki Sanada) mais parece um homem “recalcado” com a própria falta de talento para os negócios da família do que necessariamente um vilão, e embora seu combate final com Wolverine seja fotograficamente muito bem produzido, toda a linha narrativa do personagem é desnecessária na trama, já que ele não passa de um invejosinho de merda cujo pai (Yashida) preferiu deixar o controle dos negócios para sua neta (Mariko) em vez dele.


A personagem Víbora, que além do colante verde em mais nada se parece com a Víbora (Madame Hidra) dos quadrinhos, é uma boa vilã, mas seus nojentos poderes de serpente a descaracterizam completamente, deixando-a longe da mulher que chegou a casar com Wolverine nas HQs. Tudo bem que ela era uma mercenária, mas qual seria seu real ganho com a conquista de Yashida? Em nenhum momento seu verdadeiro objetivo fica claro para o espectador, e parece que ela é má, apenas por querer ser assim.


Outro desperdício completo é o personagem Kenuichio Harada (Will Yun Lee) que no filme sofre de uma bipolaridade foda, mudando de lado na batalha como um barco à vela conduzido pelo vento. Nas HQs, Harada é o homem que veste a armadura do Samurai de Prata e que chefia uma facção da Yakuza. Por lá, ele é meio-irmão de Mariko e no filme os dois tiveram um interesse romântico na juventude, o que o torna obcecado em protegê-la. Apesar disso, ele não pestaneja em se aliar a Víbora para raptar a moça sabendo que ela será morta, e mais rápido ainda ele se volta contra a vilã enquanto o Samurai de Prata (que não é ele!!) ameaça cortar Wolverine em dois, matando Mariko também no processo. Por que colocar Harada no filme se ele não é o Samurai de Prata? E pra que desperdiçar o personagem com essa bipolaridade e falta total de caráter?


Toda essa confusão e suposta ganância familiar cria um quiproquó generalizado no ato final do filme, manchando o que até então era uma história bacana de um ronin que procura seu caminho enquanto reaprende a viver com sua maldição.


Como um filme de samurais, The Wolverine é bem interessante, tem ótimas referências à cultura japonesa, há nuances da disciplina oriental da Terra do Sol Nascente em alguns personagens, tem ótimas tomadas de cenários tipicamente japoneses e uma fotografia muito bonita devido esse cuidado em representar o país. Infelizmente isso não segura sozinho o filme, e mais uma vez a ânsia dos produtores de encher a história com personagens acaba tornando vários deles vazios e desnecessários para o enredo. Mais uma vez uma pena. Quem sabe eles não acertem no terceiro filme (se houver um), o que promete ser o último de Hugh Jackman na pele do Wolverine, agora que o ator já anuncia sua provável aposentadoria do herói. Apesar do físico invejável, Jackman que está com 45 anos já apresenta algum desgaste nas cenas de ação e infelizmente ele não possui o fator de cura de seu personagem.



Extras

Vale a pena dar uma conferida nos extras do DVD de Wolverine Imortal. Enquanto rolam algumas cenas de bastidores (incluindo algumas delas sem os efeitos especiais e Chroma-Key) os atores, diretores e produtores dissertam sobre a ótica do filme sobre o personagem Wolverine. O próprio Chris Claremont, escritor da HQ que inspirou o roteiro do filme, explica de onde surgiu sua parceria com Frank Miller e sua visão peculiar sobre o Carcaju canadense. Claremont acrescenta que, apesar de Hugh Jackman ter quase um metro e noventa de altura, ele sempre representou a essência do Wolverine das HQs no cinema, o que o tornou apto ao papel desde o início. Realmente carisma nunca faltou a Jackman à frente do personagem, e apesar de ser um Wolverine muito mais brando na telona daquele que estamos acostumados a ver nos quadrinhos, ele merece sim nosso respeito pelo que fez até hoje na franquia X.


Basta saber, quem será o próximo a assumir as garras de adamantium no cinema. Vocês têm alguma aposta?

NOTA: 7,5

NAMASTE!

24 de abril de 2014

Capitão América 2 - O Inverno está chegando


Depois de Os Vingadores e o frenesi retumbante que a reunião dos Maiores Heróis da Terra ocasionou no mundo do entretenimento, o que fez com que o filme abocanhasse a terceira maior bilheteria do cinema de todos os tempos (ficando atrás apenas de Avatar e Titanic), era natural que esperássemos nada menos do que sequências à altura desse sucesso pela Marvel Studios, o que tirando as devidas proporções, acabou não ocorrendo com os filmes que vieram logo depois. Homem de Ferro 3 e Thor 2 acabaram sendo filmes divertidos, mas nada que fizesse sequer sombra ao que Os Vingadores representou em termos técnicos e em grandiosidade. Acabou ficando aquela sensação de desgaste no ar, uma preocupação de que, enfim, o gênero super-heróis havia encontrado seu derradeiro declínio e que nenhum coelho mais iria sair da cartola.

Então veio Capitão América 2 – O Soldado Invernal... E todos se regozijaram.  


Dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo, que além de alguns seriados para TV têm no currículo comédias como Máfia no Divã (Com Robert De Niro) e Dois é bom, Três é Demais (com Owen Wilson), Capitão América 2 – O Soldado Invernal é um baita de um filme de ação e espionagem, recheado de elementos que, até então, só encontrávamos nos quadrinhos. Vendo a filmografia dos dois diretores (que já estão confirmados para Capitão América 3), é difícil acreditar que eles tivessem faro para cenas tão bem coreografadas e incrivelmente visuais como são as sequências de batalha, perseguição e tiroteio de Soldado Invernal, mas os caras provaram que dão conta do recado, transformando o roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely (que também colaboraram com o texto de Capitão América – O Primeiro Vingador e Thor 2) num dos melhores filmes de super-heróis até esse momento.

O enredo mostra Steve Rogers (Chris Evans) dois anos após os eventos mostrados em Os Vingadores. O antigo herói de guerra ainda está tentando se adaptar ao novo mundo onde fora despertado após passar décadas congelado, e agora ele presta serviços à SHIELD, descobrindo que, apesar de ter ajudado a organização a salvar o mundo da invasão Chitauri, seu chefe Nick Fury (Samuel L. Jackson) ainda não confia totalmente nele, escondendo detalhes importantes das missões que lhe são dadas. 


Após uma bem sucedida missão de resgate de agentes da SHIELD sequestrados por piratas em um barco (entre eles o agente Jasper Sitwell, vivido no filme e também na série Agents of SHIELD pelo ator Maximiliano Hernandez), o Capitão América ao lado da intrépida e misteriosa Viúva Negra (Scarlett Johansson) se vê frente a frente com um soldado argelino (que fala francês) conhecido por Batroc (vivido pelo lutador de MMA Georges St. Pierre), o que o mantém ocupado tempo suficiente para que a Viúva roube um pendrive contendo informações sigilosas sobre um projeto secreto da SHIELD que estava nas mãos dos piratas. Irritado por não ter o controle total da missão que lhe foi dada, Rogers confronta Fury e o velho soldado acaba descobrindo que a SHIELD tem planos nada amistosos para proteger os cidadãos americanos. Três gigantescos porta-aviões estão armados e preparados para fazer a “segurança” americana deixando o Sentinela da Liberdade em dúvidas sobre o que realmente é justiça para Fury e seus comandados.


Enquanto Rogers questiona o Modus Operandi da SHIELD e se adapta a esse admirável mundo novo com a ajuda do ex-combatente Sam Wilson (Anthony Mackie), o próprio Fury começa a se ver enrascado com a alta cúpula da SHIELD, presidida por Alexander Pierce (Robert Redford), uma vez que ele questiona a utilização do Projeto Insight que visa determinar ameaças globais em meio à população civil antes que elas aconteçam, e a verdadeira razão desse projeto existir. Incriminado e colocado como arquiteto do roubo ao barco da SHIELD por razões escusas, Fury se vê emboscado por falsos policiais num cruzamento de Washington, e sem apoio, acaba se tornando vítima de um atentado concluído pelo Soldado Invernal, uma espécie de agente “fantasma” utilizado através das décadas para dar cabo de altas personalidades capazes de mudar o rumo da história. O enredo entra num crescendo colocando Rogers como o principal alvo por trás do atentado a Fury, e tanto ele quanto a Viúva Negra, que se dispõe a ajudá-lo, são obrigados a fugir da própria SHIELD que é colocada contra os heróis, enquanto Alexander Pierce e seu principal agente Brock Rumlow (Frank Grillo) colocam em prática o Projeto Insight que envolve os três porta-aviões transformados em máquinas de guerra.


Numa mistura incrível do seriado 24 Horas (em que sempre vemos a UCT invadida por algum espião traidor), dos filmes de Jason Bourne e do próprio roteiro de Ed Brubaker para as HQs do Sentinela da Liberdade (a meu ver a melhor fase do herói nos últimos 50 anos), Capitão América 2 – O Soldado Invernal é o filme mais ousado da Marvel no quesito ação. Os Vingadores possuem cenas memoráveis e lutas inesquecíveis como o quebra-pau entre Thor e Hulk ou entre os demais heróis e Loki, mas em Capitão América 2 temos combates mais realistas e plausíveis, como a primeira luta entre Rogers e Batroc (o lutador francês de savate que nas HQs queria roubar o escudo do Capitão), que só complementa a melhor sequência inicial de um filme da Marvel. 


Toda a invasão do Capitão e da Viúva ao barco da SHIELD é sensacional, e nunca antes havíamos visto o herói bandeiroso retratado no cinema como ele é nos quadrinhos como vemos nesse longa. Passou longe em O Primeiro Vingador, chegou perto em Os Vingadores, mas ele só se revelou genuíno nesse segundo filme, usando e abusando de suas habilidades acrobáticas e sua técnica apurada de combate. O bom e velho escudo também nunca antes havia sido tão bem utilizado no cinema, e a arma, que em teoria só serviria de defesa, expande o alcance do Capitão de forma incrível, exatamente como sempre vimos nas HQs ao longo dos mais de 50 anos de história do personagem.


Sem dar grandes SPOILERS sobre o filme, sou obrigado a citar também a cena do elevador, em que Rogers se vê cercado por mais de vinte soldados da SHIELD e da Tropa de Elite da organização, a STRIKE (liderada no filme pelo personagem Rumlow, que nas HQs é o homem por trás da máscara do Ossos Cruzados). Assim como se tentassem dominar um animal feroz, os agentes usam tudo que podem para conter Rogers, que entre pancadas, choques elétricos e muita força bruta derrota todos, como podemos ver já no trailer do filme. 


Ao Capitas resta apenas a fuga, e numa sequência que lembra bastante a deserção de Steve Rogers na primeira edição de Guerra Civil, o herói escapa de todo o poderio bélico da SHIELD, derrubando um jato ao melhor estilo “sou foda, na cama te esculacho”. Toda a sequência é de cair o queixo, e depois disso o clima de conspiração vai ladeira a baixo, com o Capitão e a Viúva perseguidos por todos os lados e a sensação nos espectadores de que há algo de muito podre no reino da SHIELD. Hail HIDRA!!

Personagens

Capitão América – o Soldado Invernal não é um filme só de Steve Rogers. A Viúva Negra e Nick Fury também possuem participação muito grande no filme, fazendo a liga essencial para que a trama funcione. Enquanto Steve não consegue confiar totalmente àqueles a sua volta, tanto Natasha quanto Fury procuram por seu apoio, vendo que sua coragem e liderança são essenciais para expurgar os agentes invasores que começam a dissecar a SHIELD.


Mais pé no chão (trocadilho infame para o único personagem que possui asas no filme!), no entanto, está a figura de Sam Wilson, o Falcão, que dá o suporte humanizador que Rogers necessita quando tudo mais falha e ele não pode confiar em mais ninguém. Apesar de achar forçado o início da amizade de ambos (o que podia ser resolvido facilmente se eles já fossem amigos quando o filme começa), fica claro que o Falcão está ali para ser a figura que traz Rogers mais próximo de sua humanidade (afinal, o Falcão é “só” um cara que voa!), além de servir como alívio cômico. 


A parceria de ambos é bem construída durante a história (dois soldados que perderam amigos na guerra), apesar do início mal ajambrado, e ficamos tão confortáveis com a presença do personagem na trama devido seu carisma (e também de Anthony Mackie) que nem nos damos conta de o quão é inútil um cara que só possui asas em um combate aéreo, servindo de alvo... 


Mas damos um desconto porque as cenas de voo são muito bem executadas.

O retorno de Bucky Barnes nas HQs foi um dos ressurgimentos mais interessantes que já aconteceram em toda a história da Marvel. Sem apelar para clones, possessão alienígena ou socos na realidade, o escritor de quadrinhos Ed Brubaker foi lá e apenas pensou como seria se o Bucky não tivesse morrido na explosão do avião do Barão Zemo, tivesse perdido um braço e tivesse sido transformado num soldado à serviço dos russos em plena Guerra Fria. Como se não bastasse, Brubaker também substituiu o braço humano de Bucky, perdido na explosão, por um biônico, o que somado a enxertos de memória e um treinamento militar extensivo, tornaria Barnes um soldado especial de alta periculosidade: O Soldado Invernal.


O passado do “falecido” Bucky Barnes em Capitão América 2 é um pouco diferente das HQs, mas sob a supervisão do próprio Brubaker, ele é funcional, já que faz com que a HIDRA, a principal organização nazista da década de quarenta, seja também a responsável por transformá-lo no Soldado Invernal. Assim sendo, congelado de tempos em tempos para ser preservado e ativado quando for necessário, Barnes é uma perfeita máquina de matar posto à serviço da organização de várias cabeças, o que o torna dessa forma, o principal adversário do Capitão América, tanto física quanto mentalmente. Os quebra-paus entres os dois no filme estão também entre as grandes cenas de combate realizadas pelos irmãos Russo. 


O braço biônico é utilizado à máxima potência, e em alguns momentos dá a entender que Barnes também possui algum tipo de aprimoramento de força. Sempre achei que quando Steve o encontra na base do Caveira Vermelha no primeiro filme, haviam feito experimentos com ele (até porque ele estava amarrado a uma maca), mas isso não ficou claro pelo roteiro. Vai saber. Seja como for, o Soldado Invernal é um dos grandes destaques do filme, méritos também ao ator Sebastian Stan que o interpreta. Aguardemos o retorno do personagem nas próximas atrações da Marvel.

Elenco

Chris Evans parece que finalmente conseguiu se sentir à vontade no papel do Sentinela da Liberdade depois de dois filmes (sem contar sua participação hilária em Thor 2), e atualmente conseguimos vê-lo como alguém digno de vestir o traje bandeiroso do Capitão América. Embora algumas cenas pudessem ter exigido mais da capacidade de atuação do moço, como o reencontro com Peggy Carter (Hayley Atwell), nós vemos que nas cenas de tensão e ação ele se sai bem, apesar de ainda não possuir a carranca de um velho soldado de guerra. 


É triste saber que o próprio ator já não se sente bem mais atuando, e em entrevistas recentes ele já admitiu que pretende parar de atuar logo que seu contrato com a Marvel se encerrar. Vale lembrar que ele ainda tem três filmes para viver o Capitão América antes de pendurar as chuteiras de ator, e esperamos que no mínimo, ele saiba respeitar o personagem até o fim do contrato, algo do qual sempre duvidamos.


Robert Redford atua como é de costume para um ator com anos e anos de estrada. Seu papel não é definido como um vilão logo de início, porém ele apresenta nuances perversas quando a casa ameaça cair para as principais pessoas que realmente controlam a SHIELD. Na história ele é o cara que colocou Nick Fury no comando da organização e ambos chegaram a atuar juntos em algumas missões, e para Redford, um papel de comando cai feito uma luva. Havia boatos de que seu personagem Alexander Pierce seria na verdade a nova faceta do Caveira Vermelha (sugado pelo Tesseract no primeiro filme), porém nada disso é confirmado, fazendo com que Pierce seja (SPOILER!!) o grande manipulador da HIDRA infiltrado na SHIELD. Redford segura bem o papel de chefão, e sem usar de artifícios comuns a esses personagens como trejeitos exagerados e tiques, seu Alexander Pierce parece ser ameaçador sem que sua expressão sequer se altere.


Scarlett Johansson já está bem à vontade na pele da espiã russa Natasha Romanova (ou Romanoff) e tanto nas cenas de ação, quando então ela senta o braço (e o tiro) nos inimigos, ou quando tem que agir com a frieza de uma verdadeira espiã, sem demonstrar grandes emoções, Scarlett se sai muito bem. Seu papel já é aceito sem nenhum questionamento quando se trata da presença feminina no nicho super-heróis, e embora ela vá dividir esse espaço com a Feiticeira Escarlate em Os Vingadores 2, ela por enquanto, é a principal heroína do universo Marvel cinematográfico, mesmo que essa palavra não descreva exatamente o que ela é. O que mais posso dizer sobre Scarlett... Hmm! Bem...


Danada!

Em suma Capitão América o Soldado Invernal é hoje o segundo melhor filme da empreitada Marvel Studios no cinema, e isso somando todo o resultado final. Roteiro, direção, fotografia, elenco... O filme não peca em quase nenhum desses fatores , transformando o Blockbuster num grande sucesso (comprovado pela bilheteria), batendo de longe as últimas fitas do estúdio. Só não ganha de Os Vingadores porque a união dos Maiores Heróis da Terra não é apenas um filme e sim a maior aposta já feita com relação a super-heróis desde o primeiro Superman de 1978. Nunca havia se visto uma junção de personagens com tanta química na mesma tela dentro de uma trama tão cativante e ativa como vimos em Os Vingadores, e por essa razão Capitão 2 ainda não consegue destronar o filme como o melhor do gênero quadrinhos na tela. Mas tá quase lá.


Eu sempre fui fã do personagem Capitão América e já dissertei as razões disso em infindáveis posts (aqui, aqui e aqui, por exemplo), e esse segundo filme me deixou muito satisfeito pela maneira respeitosa com que ele foi tratado na telona, nos mostrando porque afinal, ele é o líder dos Vingadores por mérito e direito. Já aguardo ansioso para ter seu Blu-Ray adicionado a minha coleção.

Ps. Não me admiro que a SHIELD tenha sido infiltrada pela HIDRA. Com Charles Widmore de LOST e o contador Lau de The Dark Knights fazendo parte da alta cúpula da organização isso só podia dar merda, Capitão!

Ps. 2 – Fiquem até o final dos créditos. O filme possui duas cenas pós crédito, sendo que a primeira dá um gancho lindo para OsVingadores 2.

Ps. 3 - Esperava uma participação mais ativa da Sharon Carter, a Agente 13 vivida pela atriz Emily VanCamp (de Revenge). Nem sequer foi citado seu parentesco com a Peggy Carter, se é que nesse filme elas serão parentes. Quem sabe em Capitão América 3?

NOTA: 9,8

NAMASTE!

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