7 de junho de 2015

REVIEW- Arrow - Terceira Temporada


No final de minha resenha sobre os nove primeiros episódios da mid-season, eu escrevi que Arrow continuava sendo minha série de ação da atualidade preferida. Com o fim da terceira temporada, no entanto, cheguei a conclusão que essa afirmação não faz mais sentido, até porque das três, essa foi a pior temporada de todas!



Nos primeiros episódios, comentei que a falta de um vilão do gabarito de Slade Wilson (Manu Bennett), que se tornou de fato o Deathstroke na segunda temporada, estava sendo um problema para Arrow, e isso se perpetuou por quase todos os episódios da série. Slade dava um sentido de urgência a Oliver Queen (Stephen Amell), o cara não só sabia sua identidade secreta como também nutria um ódio (infundado, de fato!) irrepreensível por ele, o que só aumentava o drama, já que Slade era humanamente mais forte que Ollie, devido a presença do soro mirakuru em sua corrente sanguínea. Com Slade trancafiado na “prisão de segurança máxima” (do qual Slade poderia ter saído A HORA QUE QUISESSE!) da ARGUS (a agência de segurança da Amanda Waller), Oliver pode, enfim, voltar a sua vida de vigilante, sem precisar se preocupar que sua família fosse atingida novamente.


Então um problema se criou para os produtores da série (incrivelmente os mesmos de The Flash):

Que vilão poderíamos inserir na série que fosse tão ameaçador quanto Slade Wilson?

Ra’s Al Ghul, é claro!



Nas HQs, Ra’s Al Ghul é um dos vilões mais picas que o Batman já encarou. Além de poder encarar o morcego no mano a mano, ele possui um poder financeiro tão invejável quanto o de Bruce Wayne e ainda possui asseclas mortais, que atendem pelo singelo pseudônimo de mariposa apaixonada de Guadalupe Liga dos Assassinos. Na série do Batman Verde, no entanto, essa fodacidade toda se diluiu, e Ra’s se tornou apenas um vilão raso com um sonho de tornar Queen em seu sucessor no trono de Nanda Parbat. E isso tudo por que? Porque Queen sobreviveu ao toque mortal de sua espada!



Ah, Rodman! Isso também acontece nas HQs. O Ra’s quer que o Bátema assuma seu lugar no comando da Liga dos Assassinos. O que tem demais?

O que tem demais, jovem padawan, é que após ser humilhado em combate pelo Ra’s, ser trespassado por sua espada e arremessado de um desfiladeiro, o filho da puta sobreviveu graças a penicilina. PENICILINA!



Ao fim da mid-season, todos já sabiam que Oliver retornaria dos mortos, óbvio, senão a série teria que acabar, mas esperávamos que arrumassem uma desculpa mais plausível para seu retorno, que segundo a própria mitologia da série, seria um banho rápido no Poço de Lázaro, que SIM, aparece e é citado nos episódios. Em vez disso, eles arrumaram a desculpa bunda de que a Tatsu Yamashiro (Rila Fukushima) tratou seus ferimentos com penicilina. PENICILINA, PORRA! Se fosse no Brasil, ele tomaria uma Dipirona receitada por um médico cubano do SUS e estaria novinho em folha!



Em primeiro lugar, se a espada não tivesse arrebentado algum órgão importante de Oliver, a queda em si o teria matado ou pelo menos quebrado algo. Ele não só não quebrou nada, como mal se recuperou, já estava lutando de novo como se nem tivesse ACABADO DE MORRER! Aliás, enquanto Oliver “permanece morto”, embora seus amigos em Starling sintam sua falta e comentem isso, para o espectador é só uma questão de tempo até que ele retorne a bater na bandidagem, já que eles não fazem mistério que alguém o salvou e que logo ele retorna. 



É dito que ele ficou fora por semanas, e enquanto isso a “Arrowsquad” formada por Ricardito (Colton Haynes), Canário “Magrela” Negro (Katie Cassidy), John Diggle (David Ramsey) e Felicity (Emily Bett-Rickards) tenta manter a ordem na cidade, que está sendo aterrorizada pelo novo chefão do crime Brick (Vinnie Jones).



Enquanto Oliver se recupera (o que não demora mais do que dois episódios), Laurel Lance decide assumir de vez o manto da irmã falecida, e após treinar com o boxeador Ted Grant (J.R. Ramirez) ela descobre nas ruas que força de vontade não é tudo que ela precisa para cair na porrada com os malandros da cidade, e apanha feito china de bugre! Aliás, é tudo que essa Canário sabe fazer! Apanhar!



Resolvido o morre “desmorre” do Arrow, (que já começou a afundar a série), vemos que a sombra de Ra’s Al Ghul continua a pairar sobre as cabeças de todos os envolvidos com o combate de honra proposto por Oliver a Ra’s com o intuito de salvar sua irmã Thea (Willa Holland), a verdadeira responsável pela morte de Sara Lance (Caity Lotz), e a Malcolm Merlyn (John Barrowman) fica claro que seu antigo mestre não vai desistir tão fácil da dívida pela morte de Sara, a amada de sua filha Nyssa (Katrina Law). Através de seu discípulo Al Sarab, o Maseo Yamashiro (Karl Yune) que decidiu mudar de vida após a morte de seu filho com Tatsu, Ra’s Al Ghul propõe uma conversa com Oliver, e nela, ele revela que quer que o defensor de Starling City seja seu sucessor. À princípio, Oliver se sente tentado, em especial quando o Cabeça do Demônio lhe diz que com o poder da Liga dos Assassinos ele poderia expandir suas ações para defender a cidade e mantê-la em paz definitivamente, mas por fim, ele decide recusar, sem saber, que na verdade, ele não tinha escolha.



Como resultado à recusa de sua proposta, numa ação de vingancinha, Ra’s começa a denegrir a imagem do Arqueiro Verde, colocando sósias dele para matar geral na vizinhança de Starling. Quando a polícia, incluindo o Detetive (agora Capitão) Lance (Paul Blackthorne) se volta contra o Arrow, Ra’s dá o golpe final, e revela a identidade secreta do vigilante para toda a mídia. Nesse meio tempo, o Capitão Lance, que já tinha descoberto que sua filha Sara estava morta, e que a mulher de preto que andava sentando o braço na bandidagem atualmente era sua outra filha Laurel, tornou a perseguição a Oliver Queen algo pessoal, levando-o inclusive à prisão e mais tarde a desmantelar o esconderijo do herói. 


Isso tudo também culminou em algumas situações constrangedoras na série, como Roy Harper assumindo ser o Arqueiro para livrar Oliver da prisão, e ao mesmo tempo se redimir de seu crime (quando ele matou um policial sob efeito do mirakuru), e sua posterior “morte” na prisão, forjada para tirar Roy da equação.  



À partir daí, morrer e voltar logo em seguida se tornou algo comum em Arrow. Nesse ponto, algo bem fiel às histórias em quadrinhos, mas péssimo numa adaptação live-action!

Obrigado a se aliar a Malcolm Merlyn, Oliver viu a confiança de seus amigos começar a enfraquecer, até o ponto em que ele percebeu que a única forma daquilo tudo acabar era, enfim, assumir o manto de Ra’s Al Ghul. Decidido a aceitar a proposta do Cabeça do Demônio, Oliver partiu em uma viagem sem volta, onde após um treinamento intenso, ele se tornou Al-Sahim, o substituto de Ra’s Al Ghul!



Falando assim, até parece algo foda, não é mesmo? Mas não foi. A série que já estava virando um melodrama insuportável foi afundando cada vez mais, em especial pelas cenas de lamentação entre Oliver e Felicity (que era bonitinho no começo da série, mas que se tornou um saco) e também entre Oliver e Diggle. Sem falar na mala da Laurel que buscava vingança pela morte de Sara! 



Decidido a passar para o lado negro da força, Oliver traiu a confiança de Felicity, Diggle, Laurel e até mesmo do boneco de cera Ray Palmer (Brandon Routh), mas mal sabiam eles que o vigilante tinha um plano, e esse plano consistia em se fingir de mal, sequestrar a mulher do Diggle, sentar-lhe a porrada, voltar a matar geral e fazer a galera de casa imaginar como é que toda essa merda seria desfeita!



Estava algo no nível de “e se o Anakin Skywalker resolvesse se arrepender de seus atos depois de matar as criancinhas jedis no templo e arrancar a mão do Mace Windu?”. Seria tenso, não é mesmo? Na série, uma conversinha básica com Diggle e um soco na cara acabou resolvendo a treta entre eles causada pela falta de confiança, e depois disso, todos resolveram partir juntos para tentar deter o plano malévolo que Ra’s queria colocar em prática de espalhar a arma química Alfa-Ômega em Starling e dizimar sua população.

Lembra os flashbacks medonhos de Oliver e o casal Yamashiro na China que tanto critiquei na outra resenha? Só serviram para introduzir esse vírus Alfa-Ômega na série, além de mostrar uma irmã gêmea da Shado de forma completamente inútil!



O episódio final que tinha tudo para ser épico, afinal, mostraria a revanche de Oliver contra Ra’s Al Ghul foi patético, e acabou com Ra’s sendo derrotado em combate por Oliver e a força policial metendo bala no Arqueiro após sua vitória. Pareceria um final claro de redenção do herói depois que ele passou para o lado negro, não é mesmo? Mas para piorar, quando ele despenca da ponte onde se deu a luta contra Ra’s, eis que a Felicity surge voando dentro do traje ATOM, já que Ray Palmer se encontrava impossibilitado de ajudá-lo por estar cuidado do antídoto para os infectados por Alfa-Ômega. Show de horror, gente!



Mas e os tiros que ele levou, Rodman?

Relaxa. O traje da Liga dos Assassinos que ele usava era à prova de bala!

Talvez eu tenha exigido demais de uma série para canal aberto cujo meio de transmissão é conhecido por fazer séries água com açúcar que forçam no drama, mas que costumam resolver essas situações dramáticas de forma bem banal (Supernatural, Cof! Cof!), mas pelo potencial mostrado na segunda temporada em especial, Arrow parecia que nos proporcionaria bem mais do que o que nos foi oferecido nessa terceira temporada. A mulherada adora a parada romântica, e mesmo entre os espectadores homens havia muita gente torcendo pelo casal “Ollicity”, mas deram uma forçada monstruosa na barra nos 23 episódios para fazer com que eles terminassem juntos. 



Mesmo as cenas de ação deixaram a desejar, e o vilão Ra’s Al Ghul não era assustador como o Slade. Ele só era um velho chato que não conseguia responder nenhuma maldita pergunta sem ficar duas horas filosofando e dando voltas e voltas em um discurso monótono



Porra! O Ra’s Al Ghul do Liam Neeson comeria (no sentido gastronômico) esse Ra’s mala no café da manhã!



Arrow me desapontou muito (fazendo uma paráfrase à expressão famosa da série) nesse final de terceira temporada, e pouca coisa se salvou na temporada inteira. Parece que a criação do Flash nesse universo televisivo meio que apagou a importância do Arqueiro Verde de tal forma que ele não parece mais ser capaz de sustentar a própria série. Flash foi excelente em sua temporada solo, o que não parece que vai se repetir com o restolho de personagens das duas séries que vai ser Legends of Tomorrow, o spin-off que, inclusive, já vai reviver a Sara Lance e que reaproveitará o Eléktron (ATOM, NEUTRON, enfim!) genérico do Homem de Ferro nas aventuras dos heróis do amanhã. Acho que isso vai fedeRRR. E digo fedeRRR com todos os éRRes!



Nota: 6,5

NAMASTE! 

31 de maio de 2015

REVIEW - 2ª Temporada de Agents of SHIELD


Sim, sim, sim, Salabim! A segunda temporada de AOS não foi lá essa Coca-Cola toda, mas o último episódio apresentou, em pouco menos de duas horas, TUDO que não mostrou a série toda!

Pra quem não lembra, ou não leu, eu fiz um review dos primeiros nove episódios da série aqui, portanto darei ênfase aos episódios que se seguiram depois do mid-season. Sigam-me os bons!



Depois do acidente em Atillan Porto Rico onde tanto Skye e Trip (B.J. Britt) quanto Raina foram expostos às névoas terrígenas oriundas do Divinador Kree, como era de se esperar, as personagens de Chloe Benett e Ruth Negga foram transformadas, enquanto Trip foi levado de encontro ao mistério da morte. De volta ao “ônibus” da SHIELD, sem saber o que esperar da amiga exposta pela tal névoa, os comandados de Phil Coulson (Clark Gregg) a colocaram em quarentena, enquanto Raina escapava dos agentes colocados atrás dela para caçá-la. 


Com uma aparência monstruosa e cheia de espinhos (muito gente apostava que ela se tornaria a Tigresa dos Vingadores da Costa Oeste!), Raina logo descobriu que o destino pelo qual ela esperava era muito mais cruel do que imaginava, e ela recorreu a ajuda de seu parceiro Cal, o Doutor (Kyle MacLachlan). Desolada com sua nova aparência, Raina tentou se matar, foi quando ela foi resgatada por um homem que surgiu do nada de dentro de um clarão, o inumano chamado Gordon (Jamie Harris).


Na base da SHIELD, enquanto isso, Fitz (Iain De Caestecker) foi o primeiro a descobrir que as propriedades celulares da amiga Skye haviam sido alteradas de alguma forma, e que todos ali podiam estar correndo risco de morte. Skye agora era capaz de causar e manipular vibrações ao seu redor, algo que todos puderam experimentar a contragosto quando tremores começaram a afetar a estrutura da base todas as vezes que as emoções de Skye sofriam abalos. 


Toda essa parte da descoberta dos poderes de Skye e como eles afetavam sua interação com os demais personagens foi muito bem construída pelos roteiristas da série, mais até mesmo que os próprios filmes dos X-Men, que deviam tratar desses assuntos, já que sempre foram os mutantes da Marvel aqueles que mais sofriam com o preconceito dos humanos comuns devido suas habilidades especiais. Enquanto Fitz a tenta proteger do olhar de desaprovação de Coulson e May (Ming Na Wen), Simmons (Elizabeth Henstridge) logo percebe que há algo errado, e condena Fitz por ele ter escondido de todos a nova condição de Skye.


No episódio 12, os Agentes da SHIELD saem no rastro de uma anomalia em... Portugal!! Lá chegando, eles descobrem que uma Lady Sif (Jaime Alexander que já havia aparecido na série antes) sem memória está caçando o responsável por sua derrota, sem saber que se trata de um soldado Kree, que está na Terra atraído pelo acionamento do Divinador. Depois de muita porradaria, os agentes (incluindo a Bobbi Morse, Adrianne Palicki que fala até português no episódio!) descobrem que o Kree está ali para resgatar um carregamento inteiro de Divinadores, e ele os alerta do perigo que a exposição aos cristais em seu interior pode trazer aos humanos.


No episódio 13, enquanto Coulson indica que Skye trate seus novos traumas e o lance de super poderes com o psicanalista Andrew Garner (Blair Underwood) que já foi da SHIELD, e também o marido da Agente May, o Doutor Cal forma uma espécie de “Legião do Mal” para liquidar Coulson, e se vingar dele por ele não tê-lo deixado matar Daniel Whitehall (Reed Diamond) anteriormente. 


No final, descobre-se que Skye não está conseguindo conter seus poderes vibratórios e sim direcionando-os para si mesma, o que começa a lhe causar micro fraturas internas. Pra piorar ainda mais o clima no avião da SHIELD, Hunter (Nick Blood) começa a desconfiar de que Mack (Henry Simmons) e sua ex-esposa Bobbi estão escondendo algo terrível, o que ele acaba descobrindo da pior forma, sendo raptado por Mack e levado para uma base em alto-mar controlada por Robert Gonzales (Edward James Olmos), que se diz diretor da VERDADEIRA SHIELD.


A VERDADEIRA SHIELD faz com que a equipe de Coulson se torne fora da lei, e enquanto Bobbi, Mack, May (se sentindo traída por Coulson devido os segredos que ele escondera dela) e Simmons (que fica para ajudar Fitz) ficam com Gonzales, Coulson foge e é ajudado por Hunter, que não só escapa de seu cativeiro, como também aceita fazer parte da equipe renegada de Coulson. Ao se ver em desvantagem, Coulson aciona a ajuda do ciborgue aprimorado Deathlok (J. August Richards) e começa uma caçada secreta as células da HIDRA que continuam plantadas no mundo enquanto a SHIELD luta entre si. Depois de Daniel Whitehall, parte do poderio da HIDRA está sob controle do Barão Von Strucker, e o vilão começa a trabalhar no aprimoramento de super-seres com base no cetro do Loki e a joia incrustada nele (como vimos em Vingadores 2).     


Nesse meio tempo em que Coulson recupera um banco de dados entregue a ele por Nick Fury e o utiliza para garantir a vitória dos Vingadores sobre Ultron (isso só é comentado na série, claro!) Skye que estava escondida num casebre usado pelo Hulk e pelo Capitão América em diferente oportunidades, se vê atacada por agentes da verdadeira SHIELD, que querem capturá-la. Quando a moça é obrigada a usar seus dons para derrotar seus captores, Gordon, o inumano teleportador reaparece, e leva Skye para um local remoto de onde ninguém tem a localização.


De tudo que a série Agentes da SHIELD mostrou em sua segunda temporada, com certeza a coisa mais broxante foi a cidade dos Inumanos. Pra quem acompanha quadrinhos e viu várias referências a krees, inumanos e super-poderes desde a primeira metade de AOS, era comum uma certa ansiedade para ver a forma como esse conceito ia ser usado e... Ele só foi jogado de forma bem relapsa na tela. Não há Atillan ou qualquer citação aos Inumanos que conhecemos desde sempre nas HQs (Raio Negro? Medusa? Gorgon? Crystalis, Dentinho que seja!!!), só uma cidade que parece localizada em alguma região da Ásia, comandada pela mãe da Skye, a chinesa com fator de cura que foi dissecada por Daniel Whitehall.


Pouquíssimos personagens são mostrados nessa “misteriosa” cidade asiática, além de Jiaying (Dichen Lachman) e Lincoln (Luke Mitchell), o inumano (e ator da extinta Tomorrow People) que ajuda Skye a entender seus poderes e o que realmente aconteceu com ela quando ela foi exposta as névoas terrígenas. De início acreditamos que os Inumanos são um povo pacífico que só quer viver em paz em seu refúgio indetectável, mas com o passar dos episódios, começamos a perceber que sua líder Jiaying não é exatamente alguém que se pode confiar, e que seu renascimento após a dissecação que sofreu a deixou diferente. Na reta final da série, após conseguir rastrear o teletransporte de Gordon, Gonzales e sua SHIELD agora com o apoio de Coulson tenta reaver Skye, que está vivendo uma relação de certa forma estável com seus pais, já que Cal também está na Atillan de araque. Quem também está na cidade inumana é Raina, que além da mutação em sua aparência também ganhou os dons de prever o futuro.  


A antiga “Flores” (como ela era chamada por Garret na primeira temporada) começa a ter estranhas visões com as pessoas que residem ali, e numa delas ela prevê um ataque da SHIELD aos inumanos, o que coloca Jiaying e Gordon em alerta. Quando uma visita amigável é agendada dos agentes à cidade, Raina descobre os planos futuros da chinesa, e ela é sumariamente eliminada pela mulher, que a tira do caminho juntamente com suas visões precognitivas. O plano de Jiaying é forjar um falso ataque da SHIELD a seus comandados, e após petrificar Gonzales com um dos cristais terrígenos, ela se dá um tiro, e manda que Gordon sequestre um dos quinjets e atire contra a cidade para causar terror. Após a simulação, os Inumanos acabam ficando ao lado de Jiaying e a favor de uma guerra contra a SHIELD, colocando inclusive Skye contra seus amigos. Aliás, a luta entre ela e a Melinda May é SENSACIONAL!


Em retaliação ao falso ataque causado pela SHIELD, Jiaying cria uma força-tarefa para destruir a nova base flutuante da agência, e com o apoio de Gordon, Lincoln e outros inumanos super-poderosos ela leva consigo um carregamento de cristais terrígenos, pretendendo pulverizá-los e matar um a um os agentes da SHIELD. Enquanto Mack com o auxílio de Skye (que se convence das pretensões de sua mãe quando a vê matando Raina) lidam com a invasão inumana, Fitz, e Coulson procuram deter Gordon que quer espalhar o carregamento de cristais pelo porta-aviões. Longe dali, Bobbi que havia sido sequestrada por Ward (Brett Dalton) e a Agente 33 (Maya Stojan)  é torturada por eles, que buscam um “pedido de desculpas” de Bobbi por ela ter sido indiretamente a causadora da prisão e da manipulação mental que a Agente sofreu nas mãos de Daniel Whitehall. Presa agora a uma máscara digital que simula as feições de outras pessoas, Kara Lynn se aliou ao traidor Ward para enganar a SHIELD e sequestrar Bobbi, colocando-a numa armadilha para matar a pessoa com a qual ela mais se importa: Hunter.


No encalço do quinjet que desapareceu durante a missão pacificadora até Atillan a cidade dos Inumanos, a Agente May e Hunter caçam Ward e Kara quando descobrem que eles foram os responsáveis pelo desaparecimento de Bobbi. Lá chegando, presa a uma armadilha que irá estourar os miolos do primeiro que abrir a porta para resgatá-la, Bobbi dá um jeito de saltar na frente quando a porta é aberta por Hunter e ela leva um tiro quase fatal. Nesse meio tempo, quando vê surgir em sua frente a Agente May, Ward não pensa duas vezes e atira diversas vezes, apenas para descobrir que aquela que ele atingiu é na verdade Kara com as feições de May, e ela acaba morrendo em seus braços.


O desfecho da série é alucinante, e enquanto Jiaying se vê obrigada a matar a própria filha para que ela não impeça sua fuga, usando seus poderes de absorção de energia (algo como os poderes da Vampira dos X-Men), é a vez da redenção de Cal, que salva Skye usando a força proporcionada pelas drogas que ele toma para se transformar em um ser superior (o Mr. Hyde, porraaaa!!).


As vezes parece injusto os mimimis dos fãs da Marvel reclamando sobre Agentes da SHIELD ser uma série muito aquém do que o universo cinematográfico apresenta, mas é importante não confundir a expectativa que NÓS criamos com relação ao que a série deve ser com o que ela é realmente. E Agents of SHIELD NÃO É uma série ruim, ela só não mostra aquilo que pensamos ser o mais importante, que são seres dos quadrinhos saltitando a cada episódio na TV. E até que os roteiristas têm se esforçado, afinal, Tremor, Inumanos, Mr Hyde, Angar o Gritador, Nevasca e Lady Sif não aparecem toda hora em nenhuma mídia relacionada a Marvel!


Ao que consta, o spin-off de Agents of SHIELD que seria estrelado pela Agente Bobbi Morse e pelo Hunter rodou bonito, já que a simples notícia do fato desagradou muitos fãs, que não viam necessidade do desatrelamento dos personagens ao universo criado para eles em SHIELD. Aliás, nem eu via uma razão de existir desse spin-off, já que a própria série tem encontrado dificuldades para manter o público interessado. Seja como for, a terceira temporada foi confirmada, e mais uma vez, vermes que somos, estaremos lá esperando em vão novas aparições de personagens dos quadrinhos que nunca irão dar as caras. Que pelo menos as cenas de luta fodonas que AOS apresenta se mantenham. Eu não reclamo de ver Bobbi, Skye e May saindo na porrada por mais uma temporada! Eu gostcho mutcho!

Nota: 8


NAMASTE! 

19 de maio de 2015

REVIEW - MAD MAX - ESTRADA DA FÚRIA


Eu sou velho o suficiente para ter visto todos os filmes da franquia Mad Max na TV e ter me tornado fã, assim como quase todo mundo da minha geração é, mas sou uma exceção à regra. E não é que eu não goste de carros envenenados, perseguições alucinantes pelo deserto ou mesmo do protagonista vivido nos três primeiros filmes por Mel Gibson. Eu gosto de TUDO ISSO, mas é que não tive a oportunidade de ver os filmes e nem gostar deles na época.



Trinta anos se passaram desde que A Cúpula do Trovão (um excelente nome para um filme, aliás) estreou no cinema, e após algumas tentativas frustradas de uma retomada da franquia (uma inclusive em 2003, que incluía Mel Gibson no elenco), em 2013 George Miller finalmente conseguiu carta branca da Warner para dar início a um novo projeto envolvendo sua maior criação, um quarto filme de Mad Max, desta vez sem Gibson à frente do papel. E quer saber? Ele conseguiu fazer a melhor aventura de todas!



Pra começar, George Miller é da velha guarda de diretores de cinema que estão acostumados a pensar em suas cenas e executá-las usando efeitos práticos. Você, jovem imberbe, que nasceu numa época em que o filme de maior expressão no cinema era Matrix, o ápice do efeito digital como elemento gráfico e de composição, nem deve mais saber o que são efeitos práticos, mas são objetos, veículos e até mesmo artifícios criados de verdade, à mão, na raça, e não um efeito desenvolvido com a ajuda de um computador. E quase tudo em Estrada da Fúria obedece a esses conceitos, o que o faz ser incrivelmente grandioso.


O que fez de Mad Max uma franquia tão reverenciada pelos fãs ao longo dos anos, além das cenas de ação, foi o clima pós-apocalíptico que pauta toda a história de Max Rockatansky (antes Mel Gibson, agora Tom Hardy), um ex-policial que viu seu mundo ruir quando uma gangue de motoqueiros assassinou sua família, tornando-o um nômade errante a vagar sozinho pela Austrália em busca de paz. Em meio a um mundo caótico pós-guerra, ele tenta sobreviver enquanto uma luta frenética por água e combustível se faz necessária em meio ao deserto, fazendo com que um tirano enlouquecido após outro se declare responsável pela manutenção desse caos.


No novo filme, Max é capturado pelos homens do ditador da vez, o terrível Immortan Joe (Hugh Keays-Birne), um homem que não é visto por seus seguidores apenas como um líder, mas sim a reencarnação de um messias. Sendo usado como uma “bolsa de sangue” por um desses seguidores, o “Garoto da Guerra” Nux (Nicholas Hoult), Max acaba entrando a contragosto bem no meio do entrevero entre Immortan e sua anteriormente segunda comandante, a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron). 


Cansada dos mandos e desmandos do tirano Immortan, a Furiosa decide desviar-se de seu caminho tortuoso, levando consigo as “parideiras” de Joe, a bordo de seu caminhão “amamentador”, rumo a seu antigo lar, local que a moça acredita ser o último refúgio da Terra.


No meio do caminho, os objetivos de Furiosa e Max acabam se nivelando, e ele decide ajudá-la a acabar com a tirania de Immortan bem como fazer com que ela chegue em segurança até seu lar. É o que acontece no filme nesse meio tempo que o faz se tornar um dos Blockbusters mais bem realizados do ano, deixando o espectador na ponta da poltrona quase que o tempo todo, aflito pelo que vai acontecer na próxima cena de ação.
Todo o conjunto do filme o faz ser grande. 


Charlize Theron, Nicholas Hoult, Zoe Kravitz (Toast) e até mesmo Tom Hardy com suas poucas falam, mas diversas expressões e gestos, estão muito bem em cena. As interpretações não chegam a ser viscerais, mas nos mostram exatamente o sentimento que cada personagem está representando. A meu ver, Theron e Hoult se destacam nesse quesito, cativando o público ao longo da história apesar de começarem o filme do “lado negro da Força”. O desfecho de ambos os personagens na história é bem emocionante, sinal de que eles fizeram com que a gente se importasse verdadeiramente com eles.


Pra quem gosta de carros, motores, máquinas de locomoção em geral, perseguições, choques alucinantes e explosões, o filme é um deleite. Há todo tipo de veículo motorizado em cena, e o cenário desértico da Austrália só contribui para que essas máquinas possam ser vistas e reverenciadas. 


A história não só faz jus ao que já conhecíamos dos antigos Mad Max, como acrescenta elementos que só agregam valor a história, nos fazendo acreditar que a humanidade realmente chegou a seu limite. 


E não piraríamos todos nós se nos faltasse o elemento básico da vida, a água? E não nos tornaríamos também loucos insanos em busca de uma gota que fosse de combustível para abastecer nossos veículos? Claro que George Miller eleva essa insanidade à décima potência, nos colocando num freak-show perturbador (algo que me incomodou nos primeiros vinte minutos de filme) desde o começo da história. Aquilo que nos é estranho nos causa um certo distanciamento, é comum do ser humano. As pessoas deformadas, atrofiadas e mutiladas criam um ar meio desesperador a história, mas todos esses elementos fazem parte dos artifícios que Miller tem em mãos para compor sua história, e ela é perfeita dentro de suas imperfeições.


Mad Max – Estrada da Fúria arrecadou mais de R$ 10,2 Milhões em seu primeiro final de semana de lançamento no Brasil, atraindo mais de 600 mil pessoas ao cinema. O trailer veiculado semanas antes de seu lançamento deve ter convencido muita gente a ver o filme, os demais, foram atraídos pela fama e pelo poder incutido no nome Mad Max


A saga da Imperatriz Furiosa em tirar as jovens noivas do cárcere do Immortan Joe causou uma curiosa “revolta” na comunidade dos ativistas pelos direitos do homem, um grupo de “machões” que se sentem ameaçados pela força que a personagem apresenta no filme inteiro, deixando inclusive aquele que deveria ser o protagonista à margem disso. Para eles, Estrada da Fúria é um filme feminista, que tira o foco de um personagem masculino em detrimento das vontades de uma mulher.


A quem viu o filme como uma propaganda feminista em vez de um excelente Blockbuster de ação vertiginosa, com atuações impactantes e com cenas inesquecíveis... Fica apenas uma dica: VAI TRANSAR! Sério, cara! Você está precisando!


Ps.: A trilha sonora de Mad Max - Estrada da Fúria faz jus ao climão do filme. Composta por Tom Holkenborg, o som da orquestra por vezes se iguala a grandes clássicos do cinema, acompanhando o ritmo alucinante do filme. Vale a pena ouvir. Parte dela está disponível no Youtube, e os assinantes do Spotify também podem conferir. 

NOTA: 9

NAMASTE!

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