17 de agosto de 2015

Exterminador do Futuro Genisys – Velho e Obsoleto


Há algumas semanas eu fui conferir a nova empreitada nos cinemas da combalida franquia Terminator iniciada em 1984 e saí bem animado com o que vi. Essa animação, no entanto, não durou, quando eu percebi que o efeito nostalgia havia feito com que eu superestimasse Exterminador do Futuro – Genisys mais do que ele merecia. Uma pena!

Eu e a galera do AIJOVEM fizemos um podcast inteiro para tentar entender a linha cronológica de Terminator e eu precisei desenhar LITERALMENTE a tal linha para que essas idas e vindas no tempo ficassem minimamente inteligíveis. O que Terminator Genisys fez, na verdade, foi um desserviço ao restante da franquia, ficando no meio do caminho entre um Reboot, um Remake e um puta samba do crioulo afrodescendente desprovido das faculdades mentais, homenageando o primeiro e o segundo filme no início do filme, e fodendo toda a linha temporal do meio do filme pra frente.

Mas antes de entrar nos deméritos do filme, vamos falar de coisa boa primeiro!

Já ouviram falar da Tekpix? A câmera mais vendida no mundo?

Não. Zoeira!


Os primeiros minutos de Terminator Genisys mostram o futuro de 2029 já nos momentos decisivos entre os rebeldes liderados por John Connor (Jason Clarke) e as máquinas comandadas pela Skynet. Por mais impensável que isso possa parecer, os humanos estão vencendo a guerra (nunca entendi essa porra! Humanos... ganhando de robôs assassinos de mais de dois metros de altura!), e a Skynet num ato desesperado cria uma máquina do tempo para enviar um T-800 (linha de montagem com a cara do Arnold Schwarzenegger!) ao passado para dar cabo da então jovem Sarah Connor (Emilia Clarke), a mãe do líder rebelde que iria salvar a humanidade. Sim, a mesma história de Terminator 1, só que vista de um ângulo nunca antes retratado no cinema... O do futuro.

Mostrando que tem os hackers mais fodões do planeta ao seu dispor, rapidamente Connor aprende a dominar os comandos da engenhoca temporal, e decide enviar alguém de confiança para o ano de 1984 a fim de deter o T-800 assassino, seu braço direito Kyle Reese (Jai Courtney). Quando está se preparando para encarar o vórtice temporal da máquina, Reese que tem a missão de salvar a mãe de Connor no passado (e COPULAR com ela pra gerar o próprio John Connor!), vê seu líder sendo atacado por um exterminador disfarçado, mas nada pode fazer já que está sendo removido do tempo. O ataque faz com que a linha cronológica a qual pertence sofra alterações drásticas, e à caminho de 84, Reese é atingido por memórias de uma época que ele não se lembra de ter vivido.


A explicação do roteiro? Reese viu flashes de sua outra vida que foi criada com uma mudança súbita na história causada por eventos que ele só vai descobrir do meio do filme pra frente.

Está confuso, leitor? Calma que piora.

O que vem a seguir é uma baita de uma homenagem ao primeiro filme, e os fãs mais atentos puderam perceber que eles, inclusive, reeditaram cenas inteiras do clássico de 84 escrito e dirigido por James Cameron. Tem a cena da chegada de Reese pelado na parada de caminhões, tem ele fugindo por um beco com a roupa de um mendigo, tem ele sendo encurralado pela Polícia em uma loja de roupas, tem ele sendo perseguido por um T-1000 e... Mas hein?? T-1000?


Sim, do nada surge um filho da puta de um T-1000 no meio da quizomba toda, que não é o Robert Patrick (o T-1000 de T2) e nem o Tom Cruise, mas que pelo visto frequentou a mesma escola de corrida, estilo “nem respiro”. O sul-coreano Lee Byung-Hun corre pra caralho!

Sem que Reese saiba naquele momento, o T-800 que ele veio deter (a reconstrução digital do jovem Arnold Schwarzenegger tão comentada) foi abatido por outro... T-800 mais velho (o próprio Arnold) e é aí que as homenagens aos primeiros filmes acabam e T5 procura ganhar identidade própria.



Aqui os bastidores de como rejuvenesceram o velho Arnold digitalmente.



E aqui a cena em que o Arnold CGI é inserido

Misteriosamente, um T-800 foi enviado ao tempo antes de 84 e ele foi responsável pela criação de Sarah Connor desde a infância. Essa relação de Sarah com seu “Pops” é um dos pontos altos do filme, já que nos faz ter empatia não só pelo Arnold (que é O Arnold, né, galera!), mas também por Sarah, que chega para salvar Reese do T-1000 coreano assassino botando banca de fodona. Isso tudo você vê no trailer. Não soltei nenhum SPOILER. Aliás, parabéns ao editor do trailer que já soltou na cara de todo mundo o grande “segredo” que o filme teria! Filho da puta!


Calma aí, Rodman. Você está me dizendo então que alguém mandou um T-800 reprogramado mais para o passado ainda para salvar a Sarah Connor criança?

Exatamente, jovem padawan!

E relaxa que esse mistério NÃO É explicado até o fim do filme. É dito que a memória do T-800 (o Arnold véio) quanto a identidade de quem o enviou foi apagada, e isso meio que se torna um plot a ser desenvolvido no próximo filme, uma vez que T5 seria apenas o primeiro de uma nova trilogia. Quem espera isso, no entanto, pode tirar o Pé de Pano da chuva, porque o filme decepcionou nas bilheterias, mas daqui a pouco falamos disso.


Com dois exterminadores em seu encalço, o T-1000 (metal líquido) e o T-800 (Arnold jovem) “ressuscitado” pelo T-1000, o trio é obrigado a usar a cabeça para sobreviver, e eles acabam liquidando seus inimigos numa armadilha, pelo visto, planejada há anos por Sarah e seu “papi” metálico. Lembrando que essa versão de Sarah Connor foi treinada desde criança para ser uma militar fodona, e está longe de ser aquela garçonete ingênua vivida por Linda Hamilton em 84.


Além da tal armadilha ácida que dá cabo dos exterminadores, Sarah e Pops criam uma máquina do tempo no quintal de casa. Até porque essas coisas são comuns em 84.
Todo mundo criava máquinas do tempo no quintal de casa.

Isso é comum, gente.

Muito natural.


Aff!

O T-800 véio (que tem essa aparência porque os tecidos que revestem sua carcaça metálica envelhecem como pele comum) possui as memórias do que irá acontecer a Sarah Connor no futuro, e por isso ele calcula que o envio da moça no tempo, para antes da criação da Skynet, seja a única forma de parar as viagens e garantir sua sobrevivência e a de seu futuro filho John Connor. 


Impossibilitado de viajar com eles devido a exposição de seu esqueleto mecânico (lembram-se que somente corpos orgânicos podem ser enviados no tempo?), Pops fica pra trás e manda Sarah e Reese (pelados!!) para o futuro de Sarah.
Claro, eles viajam para 1997, que é quando o ataque da Skynet dará início ao Julgamento Final e...

Porra nenhuma!

Em sua primeira viagem temporal, Reese teve vislumbres de um futuro alternativo que mudou toda a história, e por isso, ele está certo que a Skynet só ganhará força em 2017, quando um Sistema Operacional chamado Google Genisys dará início ao VERDADEIRO Julgamento Final.


Tá. Não faz essa cara. É isso mesmo.

Bem, foda-se 1997! Nesse momento, tudo que você viu em T2 e T3 foi para o caralho, e viajando no tempo, Sarah e Reese têm que impedir que a Cybedyne lance o tal Sistema Operacional que vai conectar o mundo todo em uma só rede, que é mais ou menos o que o Google já faz, mas que ninguém fala nada.

Rebatizada de Genisys, a Skynet (que tecnicamente só vai nascer quando o contador para o lançamento do Genisys zerar) e a Cyberdyne (que por sua vez é dirigida pelo filho de Miles Tyson de T2) são financiadas por ninguém mais ninguém menos que...

John Connor!


E isso não foi SPOILER, porque essa merda aparece no trailer do filme. Não devia, mas aparece.

Sim, jovem padawan. A grande virada de roteiro, coloca John Connor, o líder da rebelião contra as máquinas, como figura central da CRIAÇÃO da própria Skynet e sim, do lado negro da força.

No futuro de Kyle Reese, o exterminador que atacou Connor no momento em que ele é enviado ao passado, na verdade o inoculou com uma tecnologia que é capaz de “melhorar” o corpo humano com uma espécie de nanotecnologia. Essa nanotecnologia torna os humanos capazes de reconfigurarem seus corpos assim como regenerá-los, os tornando imbatíveis. A missão de Connor é convencer Reese e Sarah de que a evolução dos seres humanos é algo necessário e que eles não precisam ser inimigos. O envio de Connor no tempo (não me pergunte como ou quando!!) para o ano de 2017 é a cartada final da Skynet, que percebe que seu erro foi sempre tentar matar Connor, quando na verdade ele deveria se aliar a ele. É uma saída bem bosta, claro, mas causa uma reviravolta interessante, transformando o grande herói da franquia no principal vilão.

Muita coisa fica em aberto em T5, como por exemplo, de onde diabos veio aquele T-1000? Quem enviou o T-800 para o passado de Sarah, uma vez que Connor virou vilão, que nada é mencionado sobre sua esposa Kate e já que Reese foi jogado de volta no tempo? Quem poderia se beneficiar com algo assim no futuro?


Com a mudança na linha cronológica, Sarah e Reese permaneceram em 2017, ficam juntos, Pops é “destruído” para matar Connor, mas acaba sendo “atualizado” ganhando meio que status de T100, capaz de remodelar sua forma e o Genisys acaba sendo detido... Por ora. Com o fracasso de bilheteria, tendo o filme faturado apenas US$ 27 Milhões no primeiro fim de semana de estreia (vale lembrar que Jurassic World faturou US$ 208 Milhões só no primeiro fim de semana!) é bem difícil que o filme ganhe continuação, o que vai fazer com que essas questões nunca sejam respondidas. Foi notório o esforço que o ator Arnold Schwarzenegger fez para divulgar o filme, viajando a vários países para promovê-lo, postando fotos nas Redes Sociais, fazendo vídeos engraçadinhos para atrair o público mais jovem, participando de Pegadinhas e até mesmo tirando depoimentos de James Cameron, que foi um dos grandes responsáveis pelo sucesso da franquia Terminator. Cameron chegou a declarar que se o público gostou de T1 e T2, ele iria aprovar tudo o que havia sido feito em T5, mas nem isso reaqueceu o interesse do público pelo filme.


A minha opinião sincera é de que, apesar de muitos deslizes como os que comentei até aqui, Genisys NÃO É um filme ruim. Ele é bem competente no quesito ação, consegue te deixar interessado pelos personagens, faz com que você se importe com eles e cria uma boa relação entre o trio principal. Tirando Jai Courtney que tem sempre aquela cara de paisagem (e não querendo puxar a sardinha para o primeiro Kyle Reese de 84, o ator Michael Biehn, que também era MUITO RUIM!), todos estão muito bem em seus papeis. Jason Clarke convence como o John Connor fodão do bem e também do mal, ele transparece a imagem do militar fodão e também do empresário maquiavélico, e essa dualidade é bem representada. Emilia Clarke não é nem de perto a Sarah Connor Badass de T2, mas é bem melhor que a Sarah Connor ingênua de T1. Ela não compromete o papel, mas é estranho ver a Daenerys carregando armas e explodindo a porra toda, já que na série Game of Thrones, tudo que ela faz é fugir de batalhas... Embora tenha três dragões na garagem. E como ela é linda, hein! Jesus amado!


O bom e velho Arnold não está velho e obsoleto como seu “Pops” insiste em dizer, mas desta vez não são suas cenas de ação que impressionam (até porque é tanto CGI e tanto dublê que nem sei se ele fez alguma cena de ação!) e sim o carisma que seu personagem exala. E nem estou falando das risadas forçadas do T-800 véio, mas do carinho que ele demonstra ter com relação a “sua Sarah”, a protegendo o tempo todo como um pai indestrutível. 


Nesse filme, fica claro que, afinal, as máquinas podem desenvolver sentimentos (em T2 precisaram remover um módulo de seu cérebro para isso!) e as interpretações de Arnold, sempre tão criticadas devido seu sotaque austríaco bizarro ou por sua incapacidade cênica, conseguem SIM segurar o filme em boa parte. Acho que não existiria Genisys sem a presença de Schwarzenegger nele, e exatamente por isso o fracasso na bilheteria é tão dolorido para nós que crescemos vendo esse cara destruir tudo nas telas do cinema e faturando milhões de dólares com um sucesso atrás do outro.


Como o Fábio Barreto disse no Rapaduracast sobre o filme, infelizmente, Schwarzzas, assim como outros contemporâneos como o Stallone ou o Bruce Willis já não garantem mais público pela sua simples presença num filme, e nem retornando ao papel que lhe alçou ao estrelato definitivamente (o T800) a nova audiência se convence de que Arnold ainda pode contar boas histórias. No quesito Blockbuster, acho que T5 fez sua parte. Ele é animado, tem cenas impactantes, ação desenfreada e nos deixa interessados pela história, mas o problema é que tudo isso os demais filmes da franquia também entregavam e de forma muito mais bem ajambrada (tirando T3 e T4 que são duas bostas!), e se é pra fazer mais do mesmo, é melhor não fazer.

Para nós fãs é triste dizer, mas a franquia Terminator está velha e obsoleta.

Nota: 7,5

PS.: Quem teve a brilhante ideia de contratar o J.K. Simmons pra fazer aquela figuração de luxo que foi seu papel em Terminator 5? Um ator oscarizado não precisava passar por isso!



NAMASTE!

20 de julho de 2015

A Maior Bilheteria de 2015 (até aqui!)


Em Maio e Junho, o Blog do Rodman colocou no ar uma enquete para que os leitores opinassem qual seria a MAIOR BILHETERIA de 2015, e seis grandes Blockbusters foram colocados no páreo.

Com 48% da preferência do público, Vingadores 2 - Era de Ultron foi o grande campeão, deixando Star Wars - O Despertar da Força em segundo (34%), Velozes e Furiosos 7 (7%) em terceiro, seguido de Jurassic World (4%) e Jogos Vorazes - Esperança Parte 2 e Cinquenta Tons de Cinza empatados com 2% da preferência. 


Assim como o grande público, eu também esperava BEM MAIS de Era de Ultron (resenhado aqui), um dos filmes mais aguardados do ano, só que o filme da Marvel não só perdeu em bilheteria para Velozes e Furiosos 7, como nem sequer conseguiu alcançar seu antecessor Vingadores (2012) no ranking de MAIORES bilheterias do mundo, que também foi atropelado pela franquia liderada por Vin Diesel, caindo para quarta posição. Jurassic World também bateu o primeiro Avengers no quesito melhor estreia em um final de semana, arrecadando US$ 208.806.270



Quem diria, hein!

Nunca na história desse país do cinema, a sétima parte de uma franquia conseguiu tanto destaque e popularidade, e Velozes e Furiosos 7 conseguiu mostrar que mesmo uma série de cinema tão extensa consegue SIM renovar seu fôlego e se manter interessante para o público, coisa que outras franquias como Jogos Mortais (também com 7 filmes) e Sexta-Feira 13 (com 12 FILMES... 12... Desgraçados... Filmes!) nunca conseguiram.


Mas Rodman, Fast & Furious 7 só conseguiu tanto destaque por causa da morte do Paul Walker!

Isso não é bem mentira. Paul Walker era um dos protagonistas da série Velozes e Furiosos desde o início, ele fazia as vezes do cara bonitão e bom moço que conquistava boa parte do público. Com o passar dos filmes, ele melhorou muito em atuação, e seu personagem cresceu e se desenvolveu a tal ponto que ele conseguia dividir espaço com o brucutu Vin Diesel. A relação de Brian e Toretto só melhorou depois que eles pararam de rivalizar e se tornaram amigos (amigos não... Família!), e pra quem acompanhou a saga toda até o sétimo filme, é de cortar o coração a forma como a história é obrigada a se encerrar após o trágico acidente que vitimou Paul Walker em 2013.


Muito gente criticou o filme por ele ter uma história superficial e com mais furos que queijo suíço (como se isso fosse alguma novidade em Velozes e Furiosos!), mas as pessoas que se ligaram nos filmes desde o primeiro têm sim o direito de se emocionar com os momentos finais de Velozes 7, que é uma linda homenagem da equipe de direção, da produção, do estúdio e PRINCIPALMENTE do elenco para com o amigo que se foi de forma tão dolorosa, deixando cenas inacabadas a serem filmadas e uma dura tarefa aos irmãos de Walker e aos animadores da WETA em recriarem o rosto do ator digitalmente para que o filme fosse, enfim, concluído após uma paralisação de quase um ano.


O resultado?

Quer saber? Velozes 7 é um PUTA de um filme de ação, igual a aqueles que a gente assistia quando era pequeno (Rambo, Comando para Matar, Duro de Matar), tão descerebrado quanto e tão divertido quanto. Me diverti pra caralho com as cenas de luta entre Jason Statham e The Rock, Paul Walker e Tony Jaa (Ong Bak) e a treta final entre o Toretto e o irmão de Owen Shaw (do Sexto Filme) Deckard, vivido por Jason Statham. E como bate esse filho da puta!


As cenas impossíveis estão lá, SIM, as marmeladas que seriam impossíveis de acontecer na vida real estão lá, SIM, mas é isso que queremos ver quando se trata de Blockbuster. Velozes e Furiosos tem nos entregado tudo que queríamos ver em Os Mercenários e que até agora não rolou, por isso dou uma nota 9 ao filme.



Por enquanto galera, a bilheteria (Mundial) dos filmes que entraram na enquete está assim:


1- VELOZES E FURIOSOS 7 - US$ 1.511.636.779
2- JURASSIC WORLDUS$ 1.465.838.000
3- VINGADORES 2US$ 1.388.522.000
4- CINQUENTA TONS DE CINZA US$ 569.651.467


Vale lembrar que da lista, os únicos que ainda não estrearam foram O Despertar da Força, que é um forte concorrente a BLOCKBUSTER DO ANO e o capítulo final da Saga Jogos Vorazes Esperança - parte 2. Será que algum deles consegue superar Velozes 7 e Jurassic World?

NAMASTE! 

COMBO BREAKER #002 - Poltergeist, Divertida Mente e Jurassic World


Um dos maiores prazeres que tenho na vida é ir ao cinema para ver um bom filme. E seja esse filme um Blockbuster no sentido amplo do termo, um filme mais cabeça ou mesmo um filme mais pipoca, o prazer deve ser invariavelmente o mesmo. Poltergeist, Divertida Mente e Jurassic World foram os últimos filmes que vi no cinema, e vou dividir com vocês minhas experiências com eles! Sigam me os bons!

POLTERGEIST

Dirigido por Gil Kenan (A Casa Monstro e Cidade das Sombras) Poltergeist é um remake do clássico filme de terror dos anos 80 que coloca a família Bowen de mudança para uma nova casa, onde, sem que eles saibam, estranhos fenômenos costumam acontecer. Nunca vi o Poltergeist clássico (podem jogar pedras) e dele só conheço mesmo a fama de maldito que permeou a produção durante um longo período. Não era raro surgirem boatos (pelo menos eu achava que eram boatos) sobre atores que morreram ao fim das filmagens ou objetos de cenas que pareciam MESMO ganhar vida no set, mas fora isso, eu pouco sei sobre o filme.


A versão de 2015, no entanto, não me convenceu NEM UM POUCO no quesito terror, e se esse era mesmo o objetivo dos produtores (coisa que comecei a duvidar do meio do filme pra frente), pelo menos comigo, a estratégia falhou miseravelmente. Sam Rockwell é o único rosto mais conhecido no começo do filme, e como o pai de família bonachão e divertido ele se sai bem. O problema é quando ele tem que demonstrar tensão, medo ou preocupação... O tom gozador não sai de seu semblante em nenhum momento, e mesmo quando os tais espíritos obsessores raptam sua filhinha e a levam para... dentro da TV (!!), Rockwell, que é um excelente ator e que já nos convenceu que pode fazer um sujeito completamente pirado em cena em À Espera de um Milagre, não consegue nos entregar esse sentimento. 


Sinceramente eu nem sei o que ele está fazendo nesse filme! Fiquei com aquela impressão de que ele estava precisando de uma grana pra pagar um agiota, sei lá, e aceitou o papel, mesmo sem ter o intuito de se entregar ao personagem.


O filme?

Cara! Eu não sei se esse argumento de espíritos obsessores que te levam para dentro de eletrodomésticos existia no filme original, mas achei esse lance de uma falta foda de criatividade, além de não causar QUALQUER medo nos espectadores os efeitos visuais exagerados que fazem as coisas na casa da família se moverem e tentar matar todos. Na animação A Casa Monstro (e se você prestou atenção até agora no texto, sabe que é do mesmo diretor), quem em teoria foi feita para um público mais jovem, esses recursos de “ai meu Deus a casa está querendo nos matar!!” são bem mais convincentes do que em Poltergeist, mas o fator terror ficou muito aquém do que deveria.


Sério! Eu vi o filme todo com um ar entediado na cara, enquanto esperava que a cada minuto a história virasse e me entregasse mais do que eu estava vendo. O roteiro mais do que batido de “família se muda para nova casa do subúrbio e coisas estranhas começam a acontecer” pode SIM ser bem trabalhado. Basta darem uma olhada em Invocação do Mal que é um dos melhores filmes de terror dos últimos dez anos, que te causa um cagaço inacreditável e que não soa clichezento. Poltergeist - O Fenômeno é de uma pobreza criativa de dar pena, e não recomendo a ida ao cinema. Espere chegar em DVD ou na Netflix.


Vale lembrar, que a produção do filme é de Sam Raimi, o criador da franquia Evil Dead e de Homem Aranha.

NOTA: 6


DIVERTIDA MENTE

Fazia tempo que a PIXAR não fazia um filme de animação tão tocante quanto Divertida Mente, e se você foi ao cinema, assistiu, acompanhou a história de Riley e seus sentimentos e não esboçou qualquer reação... Sério, cara. Provavelmente você já está morto por dentro!


Escrito pelos principais nomes envolvidos nas maiores animações dos últimos anos como Up, Toy Story e Monstros S.A., Divertida Mente é um resgate da alma da PIXAR, que parecia ter se desgastado nos últimos tempos com fracas animações como Carros 2, Aviões e até mesmo o apenas bacaninha Universidade Monstros. Desde Valente que a PIXAR não parecia mais ser capaz de fazer frente à própria Disney ou a Dreamworks, que nos últimos anos vinha ganhando cada vez mais espaço e fazendo animações senão melhores, pelo menos equivalentes à qualidade sempre entregue pela PIXAR. Divertida Mente é uma parceria PIXAR/Disney como tem sido desde Toy Story 3, e todo esse esmero e competência que os profissionais da empresa sempre fizeram questão de entregar exala por todo os quase 120 minutos de filme.


Como dito, anteriormente aqui, Riley é uma menina de onze anos que precisa se mudar de sua cidade junto com os pais. Deixando para trás seus amigos e o time de hockey onde jogava, Riley é obrigada a recomeçar sua vida num novo lugar, além de se adaptar à nova escola. Enquanto externamente esses problemas começam a afetar a menina, somos jogados para DENTRO de sua cabeça, onde conhecemos os avatares de seus principais sentimentos: A ALEGRIA, o MEDO, o NOJINHO, a RAIVA e a TRISTEZA. Cada avatar tem a sua vez de comandar as ações de Riley cada vez que as situações externas começam a exigir certas atitudes da menina, mas é a ALEGRIA quem sempre procura manter as coisas em seu devido lugar, afastando a Tristeza do controle e mantendo os demais sob rédeas curtas.


Os roteiristas desenvolveram uma forma tão espetacular de representar os sentimentos e toda a logística por dentro do cérebro humano, que é impossível não sair do cinema e começar a imaginar se não é daquele jeito que as coisas funcionam mesmo em nossa cabeça. Além da sala de controle dos sentimentos, ver que há uma espécie de “prateleira” onde as memórias-chave, aquelas que formam nosso caráter desde a infância, são armazenadas, ou saber que há funcionários responsáveis por organizar nossos arquivos de memória, excluindo aquelas que não estão mais sendo usadas, foi uma das saídas mais didáticas que vi para explicar o cérebro. 


Certamente esse filme será um sucesso entre as crianças durante um longo tempo, até pela forma lúdica como ele trata algo que até cientificamente é complicado de explicar. Colocar um pirralhinho em frente à TV para que ele entenda como funciona a sua cabeça, ou como ele deve se comportar para que as “ilhas” de sua mente não comecem a ruir, vai ser muito mais fácil nesse sentido.


E como Divertida Mente é bonito, gente!


O trailer do filme e os pôsteres nos entregam uma trama DIVERTIDA, alegre e alto astral, onde o elemento central é o humor, afinal, ter avatares coloridos comandando nossas ações parece mesmo engraçado... Só que o filme em si, chega a ser profundo, e se torna comovente, a tal ponto que é impossível segurar as lágrimas quando elas veem. A jornada na Alegria e da Tristeza para retornarem a sala de comando depois que elas se perdem procurando manter intactas as memórias-chave de Riley, é uma verdadeira aventura dentro da mente da menina, onde elas encontram os perigos do vácuo do esquecimento, pra onde vão as memórias apagadas ou esquecidas pela infância, e onde correm o risco de serem também esquecidas para sempre. 


A participação de Bing Bong, o amigo imaginário da Riley que é uma mistura de elefante, coelho e gato, é de cortar o coração. Ele representa aqueles anseios da infância que vão ficando para trás à medida que nós crescemos, e não há como fazer uma referência, por exemplo, à passagem da infância da dona da Jessie de Toy Story 2 à adolescência, que é quando ela abandona a pobre boneca por já não ter mais interesse nela. Com Bing Bong, o sentimento de abandono é o mesmo, e consegui ouvir alguns “Ahhhhh” no cinema quando o amigo imaginário se vai. :’(


Em geral a dublagem brasileira com sua mania de incorporar atores globais e gente sem o menor talento pra coisa tem estragado toda a experiência de ver uma boa animação nos cinemas, algo que prefiro ver em DVD, já que tenho a opção em meu controle remoto pelo som original. 


Porém, em Divertida Mente, a dublagem acabou sendo um ponto positivo. Não há exageros, maneirismos ou vícios de linguagem, e todos os sentimentos acabaram sendo bem interpretados por Miá Mello (Alegria), Otaviano Costa (Medo), Danni Calabreza (Nojinho), Léo Jaime (Raiva) e Katiuscia Canoro (Tristeza). 


Alguns deles se tornaram irreconhecíveis devido o excelente trabalho vocal empregado, algo que amadores não conseguiriam fazer (Luciano Huck, COF! COF!), e como todos têm experiência com atuação, suas vozes acabaram sendo um ponto positivo para a animação, deixando a história mais fluída. Todos foram muito bem, mas o destaque especial vai para Miá Mello que tornou a Alegria verdadeira e a Léo Jaime, que fez um engraçadíssimo Raiva, com várias entonações graves e seguras.


Não sei bem o que aconteceu, mas apesar de ter me emocionado e curtido à vera Divertida Mente, eu senti que ele ainda não foi perfeito, e que em alguns momentos se tornou meio que cansativo, algo que nunca senti em Toy Story 3 e Wall-E, duas animações que estão no topo de minha preferência. Seja como for, vale muito a pena ver no cinema seja com sua namorada, esposa, filho, filha ou amante. Emoção garantida!

NOTA: 9

JURASSIC WORLD

Seria injusto pautar a avaliação de Jurassic World apenas pelo ridículo que foi ver uma mulher correr em terreno irregular, fugindo de dinossauros, o filme todo em seu sapato de salto inquebrável. Algo desse tipo soa estranho em um filme de aventura? Soa! Mas a continuação de Jurassic Park vai muito além do que o salto alto de Bryce Dallas Howard!

Devo salientar, claro, que Jurassic World é o PRIMEIRO filme da franquia que vejo no cinema, e por ser um fã incondicional do primeiro filme, dirigido em 1993 por Steven Spielberg, me senti comovido pelas homenagens que Jurassic World presta a Jurassic Park. Dirigido por Colin Trevorrow, que não tem quase nada relevante no currículo, O Mundo dos Dinossauros mais parece uma continuação direta de Jurassic Park, fazendo questão de ignorar o segundo (Mundo Perdido, de 1997) e o terceiro filme (Jurassic Park 3, de 2001), nos jogando na história 20 anos após o fracasso da inauguração do parque de John Hammond (Richard Attenborough), que é citado o tempo todo.


O novo parque, reforçado com recursos tecnológicos de ponta (pero no mucho!) funciona agora como um Sea World ou qualquer parque da Disney, e por incrível que pareça, seus administradores encontram dificuldades para tornar as pessoas interessadas por “esses dinossaurozinhos aí”. Ao que consta na história, o novo parque já parece estar em funcionamento há algum tempo, sob a batuta da doutora Claire Dearing (Bryce Dallas Howard) e financiado pelo bilionário Simon Masrani (Irrfan Khan), que investe boa parte de sua grana em aprimoramento genético. 


A maré vira para os dois ambiciosos administradores quando os cientistas da InGen (empresa de pesquisas desenvolvida por John Hammond), tendo em vista a criação de algo nunca visto no parque, resolvem mexer alguns “pauzinhos genéticos” para desenvolver um dinossauro híbrido e consequentemente mais aterrador e mais poderoso. Afinal, quem ainda se impressiona com um T-Rex de algumas toneladas, não é mesmo???


Esse super-dinossauro chamado de Indominus é desenvolvido em cativeiro dentro dos limites do parque, e passa por testes enquanto cresce e se desenvolve sem a presença de qualquer outro dinossauro por perto. É dito inclusive que haviam sido feitos dois espécimes fêmeas, e que o Indominus teria devorado sua pobre irmã, mostrando o quão foda é o bichão!


Cê é bichão mesmo, hein Indominus!

Claro que dá merda, e após enganar os tratadores fingindo que escapou de seu isolamento simulando que pulou o muro, o Indominus consegue fugir DE FATO de sua prisão, e passa a tocar o terror no parque, que naquele dia está recebendo mais de vinte mil visitantes, incluindo os dois sobrinhos de Claire, Zach (Nick Robinson) e Gray (Ty Simpkins).


Cabe ao encantador de velociraptores, Owen Grady (Chris Pratt) assumir a caçada ao Indominus e tentar salvar os dois meninos, que àquela altura dos fatos, estão perdidos pelo parque alheios ao perigo que estão correndo.


Diferente do que aconteceu em Jurassic Park, o elenco jovem de Jurassic World não consegue convencer nas cenas de susto e medo. 


Simpkins e Robinson são bem mais fracos em atuação que os irmãos Murphy Ariana Richards e Joseph Mazzello. Como esquecer a clássica cena em que a menina percebe que algo muito grande está se aproximando, vendo o líquido de um copo tremer no painel do carro? Ou quando o irmão da menina se vê perseguido por velociraptores em um ambiente fechado?


A cena da girosfera (veículo terrestre que conduz os visitantes pelo parque) em que o Indominus tenta despedaçar a esfera e matar os sobrinhos de Claire é o único momento em que realmente vemos os garotos em perigo, e mesmo assim, ambos não parecem saber demonstrar isso para o público. Não sentirmos medo pelos personagens também é algo que se estende no restante do filme, e apesar de estarem sendo seguidos por monstros gigantes assassinos, não nos parece que algo de ruim vai acontecer a eles. Jurassic Park é bem mais competente nesse sentido.


As cenas de ação, no entanto, são de um impacto visual bem expressivo, e são a força-motriz que fazem de Jurassic World o grande arrasa-quarteirão que em um único final de semana conseguiu desbancar a marca que pertencia a Vingadores desde 2012, com $ 208.806.270. Difícil descolar os olhos da tela quando o bicho começa a pegar (LITERALMENTE) no filme, e quanto a isso, Jurassic World deixa pouca coisa a dever para seu antecessor de 1993.


Para contrabalancear o elenco infantil que é bem fraco, Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Vincent D’Onofrio (o Rei do Crime de Marvel’s Daredevil) e Omar Sy estão muito bem em cena, nos passando toda a realidade das cenas de perigo e ação.


Não vá ao cinema esperando que Jurassic World vá ser melhor que Jurassic Park, mas vá esperando ver um filme Blockbuster de costume, daquele que te convence pelas cenas visuais e os efeitos digitais. Nisso, ele cumpre seu papel.

NOTA: 8,5


NAMASTE! 

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