28 de maio de 2016

Capitão América – Uma Guerra como nunca Civil


Capitão América – Guerra Civil é o décimo terceiro filme lançado pela Marvel Studios, e embora tenha vários elementos que nos fazem lembrar das demais produções (que todo mundo já conhece como o “jeitinho Marvel”), consegue surpreender com um roteiro muito bem alinhado e cenas espetaculares de ação, dirigidas pelos irmãos Anthony e Joe Russo.

Os irmãos Russo que vinham de trabalhos pouco visados e em sua grande maioria comédias, já haviam surpreendido na direção de CapitãoAmérica 2 –Soldado Invernal, considerado como o filme mais sóbrio da Marvel desde o lançamento de Homem de Ferro 1 de 2008. O tom engraçaralho das produções da Marvel precisaram de uma revisão depois de Soldado Invernal, cuja história não só mergulhou o universo dos heróis num inferno, como também redefiniu o conceito da SHIELD e do próprio Capitão América. Se Nick Fury (Samuel L. Jackson) era a liga entre os principais personagens desse universo, à partir de Soldado Invernal ele se tornou apenas uma sombra que daria suporte apenas quando a coisa tivesse MUITO feia. Já em A Era de Ultron ele admite que já não tem a mesma influência de antes, e que agora precisa agir realmente na “encolha” enquanto vê o mundo ser cercado cada vez mais de ameaças que nem ele e nem a defasada SHIELD podem mais lutar contra.


Em Guerra Civil vemos o mundo começar a temer os imensos poderes dos super-humanos, que na tentativa de proteger as pessoas, acabam causando destruições incalculáveis por onde passam. Tendo como porta-voz a figura do agora Secretário de Defesa Thaddeus E. “Thunderbolt” Ross (William Hurt) os governos de 117 países se unem para criar o Tratado de Sokovia, algo que funciona como uma lei de registro para super-humanos e que permite que eles utilizem seus poderes sob o controle da ONU. O nome do tratado se refere à tragédia causada pelo robô Ultron na cidade que acabou sendo destruída pelos Vingadores, e uma vez aprovado, torna automaticamente um fora-da-lei aquele que não se sujeitar a aceitar ordens da ONU.


Após novo incidente em um hospital causado pelos poderes da Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) em Lagos, uma cidade africana, o Tratado é colocado em prática, e coloca em xeque os Vingadores, que começam a se sentir responsáveis pelas destruições causadas por suas ações em Nova York (Vingadores), em Washington (Capitão América – Soldado Invernal), em Sokovia (Vingadores - Era de Ultron) e em Lagos. Reunidos na Mansão dos Vingadores, os heróis começam a se posicionar com relação ao tratado, pressionados por Ross, e o lados começam a se formar.


Após uma palestra em que anuncia fundos de sua empresa para o financiamento de projetos de estudantes do MIT, Tony Stark (Robert Downey Jr.) se vê confrontado pela mãe de uma das vítimas da passagem dos Vingadores em Sokovia, e aquele encontro o deixa inclinado a aceitar o Tratado, principalmente porque ele sabe lá no fundo que grande parte do ocorrido foi tanto culpa sua quanto de seus parceiros de ofício. Quando se reúne com os demais Vingadores e o Secretário Ross, Stark já tem sua opinião formada, e ele tenta convencer os demais a aceitarem o acordo como uma forma de fazer com que as pessoas voltem a confiar nos heróis e não mais os vejam como ameaças. Enquanto James Rhodes (Don Cheadle), Visão (Paul Bettany) e a Viúva Negra (Scarlett Johansson) se posicionam à favor da ONU segurar as rédeas de suas ações e se responsabilizar por elas, Steve Rogers (Chris Evans) se mostra contra o Tratado de Sokovia, acreditando que aquilo vá cercear sua liberdade de combatente e impedi-lo de agir como e quando ele julgar melhor em pró da segurança das pessoas. Se sentindo responsável pela explosão que matou várias pessoas em Lagos, Wanda Maximoff fica de pensar a respeito de assinar ou não o Tratado, mas Sam Wilson (Anthony Mackie) se mantém fiel ao amigo Steve, ficando a seu lado não só contra o Tratado mas também quando este recebe a notícia de que sua antiga amiga Peggy Carter (Hayley Atwell) faleceu.


Quando um novo atentado na Sede da ONU, aparentemente causado pelo Soldado Invernal (Sebastian Stan), interrompe a assinatura do Tratado de Sokovia e mata o Rei T’Chaka, pai do príncipe T’Challa (Chadwick Boseman) de Wakanda, um novo capítulo é escrito, e coloca todas as autoridades e os heróis que assinaram o tratado, numa caçada sangrenta ao antigo parceiro de guerra do Capitão América, o que faz com que o herói junte forças com seus amigos para tentar provar a inocência de Bucky.

A Viúva Negra, que demonstra uma lealdade muito grande ao Capitão América durante todo o filme, apesar de concordar em assinar o tratado para evitar que novas tragédias como a explosão do prédio da ONU voltem a acontecer, ainda tenta dissuadir Steve de tentar encontrar Bucky, mas com a ajuda da sobrinha de Peggy, Sharon Carter (Emily VanCamp) e seus contatos na CIA, ele acha uma pista que o conduz até Bucky, que nega ter sido o autor da explosão que matou o Rei de Wakanda. Quando a Polícia chega até o apartamento de Bucky na Romênia, ele luta por sua sobrevivência, e acaba sendo confrontado por um novo adversário que surge em meio ao combate: O Pantera Negra.
Após uma perseguição implacável pelas ruas romenas, o Soldado Invernal, o Capitão América, o Falcão e o Pantera Negra acabam sendo encurralados pela Polícia e pelo Máquina de Combate, que dão por encerrada a busca de vingança do Príncipe T’Challa, que se mostra ser o rosto por trás da máscara do Pantera Negra.


Detido e sem seu escudo, Steve Rogers tem nova conversa com Tony Stark sobre o Tratado de Sokovia e as vantagens que ele pode trazer a comunidade super-heróica. Enquanto os dois discutem, um novo elemento entra em cena, e acaba ativando o comando mental soviético que ativa o Soldado Invernal desde os tempos da Guerra Fria. Descontrolado e livre de sua prisão, Bucky enfrenta todos os heróis presentes no prédio que serve como contenção provisória, e se mostra um alvo difícil de deter. 


Enquanto o Capitão quase se sacrifica para capturar o amigo e levá-lo para longe do Secretário Ross e de Tony Stark, Helmut Zemo (Daniel Brühl), o verdadeiro autor por trás do pulso eletromagnético que desativa o prédio e controla o Soldado Invernal disfarçado de psiquiatra, escapa, e parte para a Sibéria, onde ele vai finalizar seu plano de destruir os responsáveis, segundo ele, pela morte de sua família em Sokovia.


Semelhanças com a Guerra Civil das HQs

Tirando o plot inicial em que Homem de Ferro e Capitão América divergem sobre aceitarem ou não serem comandados por um governo cujos interesses podem mudar a qualquer momento, o filme tem muito pouco a ver com a HQ escrita por Mark Millar e desenhada por Steve McNiven. E ainda bem!


A Guerra Civil dos quadrinhos foi lançada entre 2006 e 2007, e foi considerada a HQ da Marvel mais importante da década, já que rachou a comunidade heroica no meio durante um período relativamente grande. Enquanto Tony Stark procurava provar que os heróis precisavam ser controlados e registrados como agentes governamentais para que as pessoas pudessem confiar neles novamente após os diversos incidentes que as colocavam em perigo constante, o Capitão América se opunha a essa decisão, alegando que eles não podiam ser controlados e dirigidos por um governo cujos interesses podiam se modificar do dia para a noite. De acordo com Steve Rogers, o segredo da identidade dos super-heróis que se registrassem podia cair em mãos erradas, colocando assim em risco a vida de seus familiares. Além disso, Rogers acreditava que ninguém tinha o direito de dizer o que um herói deveria fazer ou quando, e isso ia totalmente contra ao que ele acreditava ser liberdade.


Na HQ, todo o universo Marvel acaba sendo afetado pela guerra, e quem não aceita se registrar é caçado impiedosamente pelas forças especiais da SHIELD. O evento é grandioso, e mexe com a vida de praticamente todos os personagens, excetuando o Hulk, que se encontrava no Planeta Hulk, na época, o Thor, que estava morto após o Ragnarok, Os X-Men que decidem se abster da escolha de lados e do Doutor Estranho, que assim como os mutantes, decide não se envolver. No filme, a “Guerra” civil acaba envolvendo apenas os Vingadores, e o conflito não se compara em grandiosidade ao dos quadrinhos, embora seja tratada de forma mais realista no modo como a lei de registro (no filme, Tratado de Sokovia) afeta cada personagem. Seja como for, em dado momento, a HQ se concentra mais na pancadaria entre os dois lados do que na discussão sobre o registro de heróis, e isso a torna um produto menos politizado e mais atraente para o público consumidor de quadrinhos.

Problemas do filme

Guerra Civil trata de um assunto polêmico que tanto Alan Moore quanto Frank Miller em Watchmen e Cavaleiro das Trevas (Dark Knight Returns) já haviam tratado nos anos 80. O que aconteceria com o mundo se leis governamentais botassem coleiras em super-heróis e os fizessem seguir suas ordens, em vez de agirem por conta própria e causarem desastres por conta disso? Tanto em Watchmen quanto em Cavaleiro das Trevas, os heróis decidem se aposentar quando seus governos assumem o controle sobre suas responsabilidades, e somente aqueles que aceitam ser subjugados continuam oficialmente na ativa, em Watchmen o Doutor Manhattan e em DK o Superman (que age em segredo, apesar de ter licença do Presidente em exercício).


O universo Marvel, tanto dos cinemas quanto dos quadrinhos se passa em sua grande maioria em cidades e países reais, e os efeitos disso são mais fáceis de serem digeridos. Imagine se você morasse em Nova York e de repente você visse uma chuva de alienígenas sobre sua cabeça. Você está em um restaurante almoçando e de repente dois super-humanos surgem quebrando tudo, atravessando paredes. Tudo isso faz com que uma Lei que obrigue esses seres superpoderosos a se reportar a alguém seja mais fácil de ser aceita, e por isso Guerra Civil é tão importante para o universo Marvel cinematográfico.
Embora a execução de um conflito tão imenso nas telas do cinema tenha sido satisfatória, alguns problemas não deixam de incomodar, no entanto. O primeiro deles é sobre a extensão dos poderes do Soldado Invernal.


Em O Primeiro Vingador, James Buchanan é um combatente normal do exército americano até que ele é capturado pelo Caveira Vermelha, que aparentemente faz algum experimento com ele. Isso não fica claro no decorrer do filme. Em Soldado Invernal, o segundo filme do Sentinela da Liberdade, Bucky reaparece vivo após ter despencado de uma altura inimaginável em missão, e o antigo parceiro do Capitão acaba virando cobaia de um novo experimento orquestrado agora por Arnin Zola, o maior aliado do Caveira Vermelha. O braço perdido na queda é substituído por um biônico, que obviamente lhe concede mais força. Mas o que aconteceu com o restante de seu corpo?


Em combate contra o Capitão ainda no segundo filme, ele demonstra se equivaler em força com o ex-amigo, mesmo quando não usa o braço mecânico, o que nos leva a crer que ele é mais do que um humano normal. No terceiro filme da franquia, Bucky se mostra capaz de feitos surpreendentes como correr tão rápido quanto um carro e de cair de alturas espetaculares pousando tranquilamente no chão. Nem o Capitão consegue isso, precisando amortecer a queda com seu escudo! E ele tem o supersoro do super-soldado nas veias!

A cena em que ele é libertado pelo Zemo e que sai na porrada com TODOS os Vingadores presentes e ainda se safa, é espetacular, mas deixa claro que deram uma “overpowerizada” em suas capacidades físicas.


Já na primeira grande cena de ação do filme, vemos os Novos Vingadores em ação, e não dá pra dizer que vê-los trabalhando tão sincronizados não é divertido. Nessa sequência, no entanto, acontece algo bem forçado e que pouca gente percebeu, que é quando a Viúva Negra consegue sobreviver a uma explosão de granada, presa dentro de uma van.


Aiiinn, Rodman! Ela abafou a explosão com o corpo do capanga do Ossos Cruzados!

Sim, ela fez isso, mas ainda não justifica como ela sobreviveu, exceto se aplicarmos a Lei da Suspensão de Descrença para filmes de super-heróis.


Outro grande problema do filme é em seu vilão, mais uma vez. Embora aja nos bastidores causando a “Guerra” que leva Tony Stark a querer liquidar o Capitão América, o Helmut Zemo não parece uma ameaça forte o suficiente para fazer frente aos Vingadores. Suas motivações são justas, sua visão distorcida de “justiça” nos faz entender o porque de suas ações, mas num universo onde existe Loki, Ultron e Thanos, a importância de um Zemo diminui bastante. Quem sabe ele ganhe mais notoriedade nos próximos filmes em que aparecer (se é que vai), mas por enquanto ele não fez jus ao que o vilão representa nas HQs do Capitão América.

Pantera Negra

É complicado não comparar Guerra Civil com Batman V Superman, principalmente se levarmos em consideração que o plot de ambos os filmes é bem parecido. Enquanto na Warner/DC a história se torna confusa com a inserção de vários personagens, mesmo que alguns sejam totalmente sem importância, pelo lado da Marvel, a inserção de novos elementos só acrescenta na história. Em pouco tempo de tela, nós já somos capazes de entender as motivações do personagem T’Challa, e nos vemos envolvidos por suas ações. Embora saibamos que o Bucky é inocente, nós achamos justa a busca do wakandano por sua vingança, e até certo ponto torcemos por ele.


O visual do Pantera também é incrível em seu traje de batalha, e sua máscara nos faz pensar porque diabos nunca fizeram o Batman com olhos brancos no cinema?!

Ah, Rodman! Você é burro! O Nolan já o deixou com os olhos brancos e a armadura do Ben Affleck também tem!


É, mas em grande parte vemos os olhos “humanos” do Batman por trás da máscara e aquela maquiagem preta tosca por baixo. A criação do personagem Batman por Bruce Wayne era baseada no terror que ele queria causar nos corações dos bandidos, e o que mais funcionaria se ele os fitasse com olhos completamente inumanos quando os capturasse?


Outro detalhe que nos faz pensar que o Pantera Negra é um Batman MUITO melhor do que o do Ben Affleck é que ele só precisou espionar por alguns minutos o Bucky para sacar que ele NÃO ERA o responsável pela morte de seu pai. Enquanto isso, o Batman levou DOIS ANOS numa cruzada cega para MATAR o Superman por ACHAR que ele era uma ameaça.


É preciso dar mérito ao ator Chadwick Boseman por sua atuação como T’Challa. Suas expressões faciais nos momentos de raiva e seu desempenho físico em ação contra o Bucky são bem impressionantes, e isso faz com que o personagem seja um dos grandes nomes do filme, e que nos crie uma expectativa boa com relação a seu filme solo, que será lançado já em Fevereiro de 2018.

Homem Aranha

A vinda do Homem Aranha para o universo cinematográfico da Marvel causou um BOOM nas redes de notícias e nos fóruns nerds, e a presença dele em Guerra Civil quase que ofuscou, para muitos, a história do filme em si. É inegável que o Amigão da Vizinhança é o personagem MAIS POPULAR da Marvel, nivelado ao que Batman, Mulher Maravilha e Superman representam para a DC, e era esperado que o simples fato dele DAR AS CARAS no filme já causaria grande agitação.


Para a história do filme, no entanto, a participação do Homem Aranha é pontual. Ele é adicionado em um momento chave do enredo e traz o COLORIDO pelo qual os filmes da Marvel são reconhecidos, e que devido o clima tenso da Guerra, acaba ficando de lado. O ator Tom Holland aparentemente entrou de cabeça no personagem, e sua interação com Robert Downey Jr. na cena em que nos apresenta Peter Parker e sua tia May, vivida pela linda Marisa Tomei (a tia May mais maravilhosa da história!!) é fantástica. O humor dos dois personagens cria uma esfera muito agradável para o filme, e nos dá aquela sensação de que poderíamos ver mais disso no cinema, fato que pode se concretizar no filme solo do personagem.


Desde 2002 tivemos duas encarnações de Homem Aranha nos cinemas, a de Tobey Maguire dirigido por Sam Raimi e a de Andrew Garfield, comandado por Marc Webb, e embora cada um deles tivesse pontos parecidos com o personagem dos quadrinhos, Tom Holland foi o único que trouxe a juventude pela qual o Aranha foi principalmente reconhecido no começo de sua carreira. O seu Aranha é basicamente um fanboy adolescente em meio a seus ídolos, e isso o tornou muito real na história, fazendo com que nós pudéssemos nos identificar na tela.


Incomoda o fato de que o traje do personagem seja criado por Tony Stark e que o próprio Aranha não tenha muitos méritos quanto a isso, mas dentre os três mostrados até hoje na telona, esse é o melhor de todos, isso porque se assemelha mais ao que vemos nas HQs. Algo feito aparentemente de tecido, soaria mais plausível como o traje que um adolescente criaria (algo que nem Sam Raimi e nem Marc Webb pensaram), mas as lentes da máscara que se abrem e se retraem (sem utilidade aparente) justificam que há tecnologia ali envolvida, algo com a assinatura de Stark.


A nerdice intrínseca do personagem fica clara quando ele faz referências a Star Wars (amarrando o Homem Formiga Gigante!) e quando interage com o Capitão América numa das melhores cenas de luta do filme, e pela primeira vez depois do terrível Homem Aranha 3 e dos horríveis Espetacular Homem Aranha 1 e 2, eu me senti feliz em ver o Aranha nos cinemas. Espero que Tom Holland persevere no personagem, e que ele ajude a construir o MELHOR filme do herói aracnídeo que já vimos, agora sob o selo Marvel.

Cenas de Ação

Os irmãos Russo já se tornaram meus diretores de filmes Marvel preferidos, e isso em grande parte por sua incrível capacidade de criar cenas inventivas de ação. Depois do que eles fizeram em Capitão América 2, eu achava pouco provável que eles conseguissem surpreender, mas logo na abertura do filme Guerra Civil eles nos deixam estupefatos com o sincronismo entre os Vingadores e as acrobacias de luta com que o Capitão, a Viúva e o Falcão enfrentam um time de terroristas liderados pelo Ossos Cruzados (Frank Grillo). Sempre senti falta de lutas “pé no chão” em filmes de super-heróis, e com as inserções do CGI nas cenas, os filmes estavam ficando cada vez mais artificiais com o passar do tempo. Do primeiro Capitão América, dirigido por Joe Johnston, até o segundo, o avanço nas cenas de luta é impressionante, e acho que isso deveria se tornar um padrão. Embora saibamos que há arames empurrando, levantando e jogando os atores de um lado para o outro, a plasticidade dos combates cria um efeito espetacular para ser visto na tela, o que consegue ser justificado pelo talento da direção por trás das câmeras.


Durante o combate no aeroporto, uma das sequências mais importantes do filme, que coloca as forças de Tony Stark contra as de Steve Rogers eu fiquei me perguntando de onde esses caras tiravam tanta inspiração para inventar aquelas coreografias de luta.

 Não, sério! De onde?

Você pode ser o cara mais nerd do mundo, mas nem você pode dizer que já tinha visto algo semelhante as lutas do Homem Aranha contra Bucky e o Falcão (AO MESMO TEMPO) ou do herói aracnídeo contra o Sentinela da Liberdade. Eu estava ali sentado, diante da tela, vendo o Homem Aranha enfrentar o Capitão América, e eu estava boquiaberto com a inventividade do quebra-pau entre eles. Sério. Revejam essa cena. Onde vocês já viram algo parecido no cinema?


Eu odeio com todo meu ódio personagens gigantes enfrentando personagens em tamanho normal. Eu adorava os tokusatsus como Jaspion e Changeman, e sempre achava ridículo quando os metal heroes ou os super-sentais tentavam enfrentar os monstros gigantes sem seus robôs igualmente gigantes.


A cena em que Scott Lang (Paul Rudd), o Homem Formiga, usa suas capacidades subatômicas para CRESCER e se tornar o GIGANTE (algo que Hank Pym fazia toda hora nas HQs) não se enquadra nas minhas preferidas do filme, e se não fosse o caráter engraçaralho dela, eu teria odiado com certeza. As capacidades de crescimento de Lang são justificadas na história. O Capitão América precisa distrair o time Stark para que ele consiga alcançar o jato dos Vingadores e fugir atrás de Helmut Zemo, e Scott Lang acaba sendo essa distração. As reações dos personagens quando percebem o que está acontecendo são condizentes a situação. Não é todo dia que eles veem caras ficando gigantes diante dos olhos, e pelo tempo necessário, Lang consegue manter o Homem de Ferro ocupado, resistindo a tudo que sua equipe joga contra ele.


A cena do aeroporto coloca os heróis para saírem na porrada LITERALMENTE, e todas as lutas são importantes, embora algumas delas não consigam convencer, como a da Viúva Negra e do Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), que claramente se seguram para não ferirem um ao outro. Quando olhamos para o pôster do filme, vemos que o time Stark é muito superior ao do Capitão América, isso porque conta com pesos pesados como o Visão e o Máquina de Combate. Durante a batalha, no entanto, os lados são muito bem equiparados, em especial pela presença da Feiticeira Escarlate e seus dons que, na linguagem dos videogames, nós diríamos que são “apelões”. Nos quadrinhos ela tem a habilidade mutante de alterar as probabilidades (ou o incrível dom de fazer o que lhe der na telha!), porém no filme, seus dons “aprimorados” são basicamente os da telecinésia e os de telepatia (que em Guerra Civil ela não usa, mas que teriam resolvido o filme em uns dois minutos!) que causa grandes problemas para o #TeamStark.


Sempre vi os personagens com asas da Marvel e DC como os grandes buchas dos quadrinhos, mas os irmãos Russo e os responsáveis pelas coreografias de luta, resolveram dar uma “fodacidade” ao Falcão de Anthony Mackie em Civil War. Além de voar em velocidades incríveis (no filme ele chega a acompanhar os jatos plantares do Homem de Ferro) e de atirar com suas pistolas, as asas do personagem dão a ele agora proteção (servindo como escudo) e também ataque, lançando mísseis. O upgrade é bem vindo, já que em Soldado Invernal ele se torna inútil tão logo o Bucky arranca suas asas. Além disso, o Falcão finalmente ganhou o seu parceiro Asa Vermelha na versão cinematográfica, embora ele não seja um falcão de verdade e sim um drone, que Sam Wilson utiliza para espionar e atacar a longa distância.


Capitão América, Soldado Invernal, Falcão, Agente 13, Homem Formiga, Feiticeira Escarlate e Gavião Arqueiro. Homem de Ferro, Máquina de Combate, Viúva Negra, Pantera Negra, Visão e Homem Aranha. São treze super-heróis em conflito, fora os personagens coadjuvantes (o Barão Zemo, o agente interpretado por Martin Freeman e o Secretário Ross, por exemplo), e os irmãos Russo conseguiram dar uma função importante para CADA UM DELES (embora eu ache desnecessária a presença do personagem de Martin Freeman nesse filme), de uma maneira coesa e satisfatória. Ainda temos que recorrer a famosa suspensão de descrença em algumas cenas, como já comentei aqui, mas Guerra Civil é um PUTA de um filme bom, que nos deixa apreensivos na poltrona do cinema cena após cena. 


É verdade que o final do filme podia ser mais corajoso e nos apresentar um VENCEDOR de verdade, em vez de apenas insinuar que o Capitão tenha se saído melhor. Nas HQs, o velho Rogers se entrega a justiça quando percebe que suas ações contra Stark estão causando mais danos do que resolvendo as coisas, mas no filme, sua lealdade a Bucky é levada mais a sério do que o Tratado de Sokovia, motivo que leva Steve a brigar com Tony. Isso só é resolvido quando o soldado leva o amigo para Wakanda, o tirando da mira do governo. Também não dá para negar que a morte do Máquina de Combate teria sido um momento bombástico para o filme, e que a Marvel não quis arriscar por pensar que aquilo tornaria o filme demasiadamente sombrio. Embora a cena final em que Stark descobre que quem matou seus pais foi o Soldado Invernal não tenha nenhum sinal de humor (como a cena do aeroporto teve), e que a briga entre Tony e Steve seja bem violenta para os padrões Marvel, é fácil perceber que o filme ainda se pauta pelos momentos engraçadinhos, e é isso que faz com essas produções façam mais sucesso que outras desde o primeiro Homem de Ferro.


Na segunda vez em que vi o filme fui acompanhado por duas amigas de trabalho que se encaixam no perfil “civil”. Elas não são profundas conhecedoras de quadrinhos e nem sequer viram todos os filmes Marvel, e durante a exibição do filme, elas apresentavam dúvidas que devem ser recorrentes para o público comum, que só vai ao cinema de vez em quando e que está pouco se fodendo para acompanhar notícias ou matérias sobre os filmes. Uma delas não sabia nem quem era o Soldado Invernal, e a outra tinha pouco conhecimento sobre o Homem Formiga. Ambas chegaram a questionar o real motivo da briga entre #TeamStark e #TeamCap e por alguns instantes me coloquei no papel do público civil e o que os filmes Marvel representam para ele: Filmes pipocões que lhe dão duas horas de diversão, que lhe entregam cenas massa véio de ação e muitas, muitas piadas. Só Nerd que se preocupa com cronologia, coerência em roteiro e essas merdas. Por pior que sejam, filmes de super-heróis SEMPRE entregarão o que o público civil quer: Diversão.


Na primeira vez em que vi o filme, numa sala IMAX, imerso na experiência (e sem poder ouvir comentários devido o volume AGRADAVELMENTE alto da sala) não consegui prestar a atenção em outras coisas, mas da segunda vez foi possível ver e ouvir as reações. Um cara na fileira de trás chegou a soltar um “que decepcionante!” ao perceber que o adolescente ali parado na sala falando com Tony Stark era o Homem Aranha, e não faltaram os famosos “PUTA QUE MENTIRAAA!” quanto as cenas de perseguição entre Bucky e o Pantera Negra, em especial quando o primeiro salta sobre uma moto em pleno ar. A parte mais engraçada de observar os civis, foi quando lá no fundo da sala uma mãe desavisada soltou um “Esse é o Homem-Gato?” ao qual foi rapidamente corrigida por seu filhinho, que devia ter, sei lá, uns seis anos “é Pantera Negra, mãe!”.  


De vez em quando é bom sair do nosso mundinho para perceber que os filmes também são feitos para pessoas normais que não são devoradoras de cultura pop, e que são essas mesmas pessoas quem pagam as bilheterias mundiais dessas produções. Aliás, os nerds fazem parte de uma porcentagem ínfima nesse mundo que consome esse material, e os filmes precisam agradar a todos. Não sei se o entendimento da história para essas pessoas é completo ou não, até porque os filmes Marvel agora parecem uma imensa série de 13 capítulos minimamente interligados, mas a bilheteria mundial já está ultrapassando US$ 1 Bilhão de verdinhas, o que prova que a galera (nerd e não nerd) está curtindo.

NOTA: 9,5

Agora meu ranking Marvel ficou assim:



NAMASTE!






29 de abril de 2016

TOP 10 COISAS QUE QUEREMOS VER EM FILMES DE SUPER-HERÓIS


Não dá pra negar que nós nerds estamos vivendo provavelmente o melhor momento de nossas vidas dos últimos 20 anos. Vocês já pararam para pensar que nunca antes na história desse país fomos tão positivamente bombardeados por lançamentos transmidiáticos com o tema “super-heróis”? E vocês já notaram também que, seja lá qual for seu meio preferido (cinema, TV, games, literatura), nesse momento, você tem vasta opção de escolha?

Cara!

Eu vivi numa época em que as únicas coisas que se via sobre super-heróis eram (além dos quadrinhos, claro!) os filmes do Batman (do Tim Burton) e os do Superman (do Christopher Reeve) na TV. Não havia mais nada no mundo do entretenimento, e nós tínhamos que nos conformar.

A realidade agora é outra, caro padawan, e estamos tão bem servidos que já podemos nos dar ao luxo de listar o que queremos ver daqui pra frente, e é essa a ideia desse mais novo TOP 10 DO BLOG DO RODMAN.

10 - Quarteto Fantástico na Marvel



Foram quatro tentativas. Não uma. Não duas. QUATRO tentativas, e ninguém conseguiu acertar com a família primordial da Marvel até agora nos cinemas. A primeira tentativa foi lá nos anos 90, com o horrível filme dirigido por Roger Corman que hoje em dia (embora a Marvel renegue) está inteirinho para degustação no Youtube. Numa época em que Tim Burton já tinha produzido os dois primeiros filmes da franquia que ressuscitou o Homem-Morcego para as telonas, dando início a Batmania, a Marvel entregou a um diretor de filmes B os direitos do Quarteto Fantástico e... Bem... O resultado foi esse troço!



Já nos anos 2000, após sua quase falência, a Marvel vendeu os direitos da família fantástica para a Fox, e o primeiro filme com o selo das duas empresas foi dirigido por Tim Story, que até hoje não tem nada melhor no currículo.

O grande erro das duas produções de Tim Story foi a caracterização dos personagens, que dentro de uma história pueril e infantilóide ao extremo, nos deixou perguntando por anos porque Diabos eles não investiram numa aventura de exploração, algo que sempre movimentou as histórias dos personagens desde a época que Stan Lee e Jack Kirby produziam suas HQs. Um Reed Richards (Ioan Gruffudd) que não era tão inteligente assim (e que sofria bullying até mesmo DEPOIS de ganhar os poderes), uma Sue Storm (Jessica Alba) toda artificial, com cabelos e olhos falsos e longe de ser a mulher forte e decidida que o John Byrne a transformou nos quadrinhos, e finalmente um Doutor Destino (Julian McMahon) HORRÍVEL, que não passava de um recalcado com pele metálica (?) e com poderes elétricos (?).



Sério! O Doutor Destino é o MAIOR VILÃO da Marvel, e foi reduzido a um invejosinho com poderes totalmente diferentes ao dos quadrinhos e com uma motivação fraca para querer destruir o super-grupo. E não pensem que estou falando só dos filmes do Tim Story. Em 2015, Josh Trank cometeu o mesmo erro na medonha adaptação que tentou nos fazer esquecer dos filmes anteriores. Na moral? Até que o Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado nem é tão ruim assim perto desse!



A Fox desistir dos direitos do Quarteto Fantástico e devolvê-los para a Marvel seria a melhor saída. É praticamente impossível que o estúdio ainda consiga tirar algo de bom que envolva os primeiros super-heróis da Marvel com novos filmes, e pensando dessa forma, se a Fox fizesse um acordo como o que a Sony fez com relação ao Homem Aranha, eu aposto um dente de trás que a Marvel faria um filme FODA do Quarteto. 



Olha o puta potencial que está sendo desperdiçado: Doutor Destino (um tirano de um país europeu com alto conhecimento mecânico, físico e místico que faz frente ao Doutor Estranho!), Galactus (o Devorador de Mundos!), Os Skrulls (aqueles bichos feios e verdes que mudam de forma e que ano sim ano não saem na mão com os Krees!), o Namor (o raivoso Príncipe Submarino!) e claro, o Surfista Prateado, o personagem preferido do Stan Lee. Como alguém consegue errar com todos esses personagens em mãos? Como, Roger Corman? Como, Tim Story? Como, Josh Trank?


9- O filme do Shazam



Com a Sabedoria de Salomão, a força de Hércules, a resistência de Atlas, os poderes mágicos de Zeus, a coragem de Aquiles e a velocidade de Mercúrio, o Shazam é com certeza o personagem mais injustiçado da DC Comics, e também o mais subaproveitado de todos os tempos.



Jogado de lado por anos na editora que o adquiriu junto a Fawcett Comics, o personagem criado em 1940 por C.C. Beck até chegou a ter certa relevância na década de 90, quando se tornou um elemento importante na premiada Graphic Novel O Reino do Amanhã (de Mark Waid e Alex Ross), ganhou uma HQ mensal no Brasil depois da saga Zero Hora e chegou a aparecer em alguns episódios da Liga da Justiça (a animação). Não dá pra dizer, no entanto, que ele é relevante por conta disso. Tirando o seriado live-action dos anos 70, poucas coisas foram criadas com o personagem, e hoje percebe-se claramente que somente um bom filme com o velho Capitão Marvel o tiraria do esquecimento, colocando-o sob os holofotes que ele sempre mereceu.



Puta potencial desperdiçado: Ele é tão forte quanto o Superman, possui poderes místicos, possui toda uma mitologia própria com o background do Mago Shazam e ainda tem um hall de coadjuvantes muito bacana formado pela família Marvel. Isso porque eu nem falei de seu grande arqui-inimigo, o Adão Negro, que a DC chegou a anunciar que seria o ator Dwayne Johnson, mas que foi a ÚNICA coisa que se tratou a respeito do filme do Shazam. 



Vale lembrar, que em sua gênese, Billy Batson é o alter-ego do herói, e pensem nas diversas possibilidades que um adolescente que se transforma em um parrudão de quase dois metros daria para uma história! E nem estamos pedindo um filme sério, sombrio e “mais fincado com o pé na realidade” como a trilogia Nolan e os filmes do Visionário. Shazam dá base pra um baita filme engraçado, de Sessão da Tarde mesmo, mas que poderia levar pelo menos a porradaria a sério



Ué, por que não? Bastava contratar um ator adolescente carismático e um ator brucutu convincente que o filme conseguiria fácil agradar a gregos e troianos, substituindo ainda a lacuna que Harry Potter deixou na Warner e que nenhum Percy Jackson conseguiu tampar até hoje.

8 - Namor contra o Quarteto Fantástico



Todas as vezes que eu assistia o Senhor dos Anéis e eu via o ator Hugo Weaving naquele visual élfico do Elrond, eu pensava que ele daria um Príncipe Namor foda. Eu ainda penso assim, mas claro que as chances disso acontecer são menos do que 0, uma vez que o mesmo ator já viveu DOIS personagens de quadrinhos na telona (o V e o Caveira Vermelha), ele já passou e muito da casa dos cinquenta anos e que ele não teria mais o físico necessário para usar aquela sunguinha verde do personagem.



Em sua origem, o Namor (que NÃO foi criado pelo Stan Lee e sim pelo Bill Everett) tinha uma aparência oriental, o que arremetia ao claro medo que os estadunidenses tinham dos “amarelos” em época de Segunda Guerra. Com o passar dos anos, ele manteve a aparência meio que oriental, embora alguns desenhistas acabem se esquecendo desse detalhe, e essa definição étnica nos reduziria as opções de escolha de elenco para viver o Namor nos cinemas. Temos dúzias de chineses, coreanos, japoneses e tailandeses em Hollywood, mas precisaríamos de alguém que além de convencer com seus dotes artísticos e cênicos, fosse um monstro no auge de sua forma física, o que quase nunca é fácil de achar.



Quantos orientais do cinema que você conhece se enquadram nessa categoria comentada acima?

Puta Potencial Desperdiçado: O Namor nunca foi um herói simplesmente. Em sua origem ele invadiu o mundo da superfície para punir os humanos pela poluição causada nos mares, o lar do híbrido (Atlante com Humano), e em uma das suas primeiras aparições ele caiu na porrada com o primeiro Tocha Humana (o androide Jim Hammond), história fantasticamente ilustrada por Alex Ross em Marvels (que eu resenhei aqui). Ok. Não precisamos ir tão longe. O personagem data da Segunda Guerra, mas é possível trazê-lo para os dias atuais com a mesma força (já que continuamos entupindo os mares com os nossos dejetos!) e ligá-lo ao Quarteto Fantástico faz todo sentido, já que seu retorno oficial ao universo Marvel, já pelas mãos do Stan Lee, foi em uma aventura do super-grupo.



Imaginem Atlântida sendo retratada na tela do cinema? Imaginem uma invasão de soldados atlantes à Terra? Imaginem o Namor como adversário direto do Quarteto (e depois se aliando a eles pra derrotar, sei lá, o Attuma?), caindo na porrada com o Tocha Humana moderno, medindo forças com o Coisa, dando em cima da Sue, coisa que nos quadrinhos acontecia quase sempre?



Porra, Fox! Devolve logo os direitos do Quarteto para a Marvel. De lambuja ainda poderíamos contar com o príncipe orelhudo fazendo uma ponta em Vingadores para cumprimentar seu amigão Capitão América, com quem ele lutou junto na Guerra Civil.   

7 - Um filme com os Novos Titãs



Quando o Ricardito saiu da série Arrow, muito se especulou que o ator que o interpretava (Colton Haynes) iria entrar para um possível elenco de uma possível série dos Novos Titãs no canal TNT.

O ator Steven R. McQueen (o Jeremy de The Vampire Diaries) chegou a ser cotado para viver o Asa Noturna em uma possível aparição na série Arrow ainda no fim de sua primeira temporada. Empolgadaço, o ator chegou a postar fotos de seu preparo físico para viver o ex-parceirinho do Bátema, mas seja para uma participação em Arrow ou para uma série própria, nunca mais se tocou no assunto, e esses dois boatos foram tudo que tivemos com relação aos personagens criados por Marv Wolfman nos quadrinhos para as telas.



Puta potencial desperdiçado: Os Titãs surgiram numa época que o apelo adolescente estava em alta nas HQs. Os X-Men estavam bombando na Marvel, e tirando as participações dos sidekicks nas revistas dos heróis principais, a DC ainda não possuía um grupo de personagens que falasse a linguagem da molecada da época.



Assim como o filme do Shazam, os Titãs também podiam pegar essa vibe teen de filmes adolescentes, e explorar pra valer as personalidades de Mutano (o comediante), Estelar (a alienígena gostosa curiosa com o comportamento dos terráqueos), Ravena (a gótica mal humorada com poderes místicos) e o Asa Noturna, líder certinho, habilidoso e capaz de usufruir de vez em quando da tecnologia Wayne. Claro que podíamos adicionar o próprio Ricardito (parceiro mirim do Arqueiro Verde), alguma versão do Kid-Flash (o Bart Allen ou o próprio Wally West, sei lá!), a Terra (a parceirinha traíra) e até mesmo o Jericó (o filho mudo do Slade Wilson), mas realmente não sei o que podia ser feito quanto ao Cyborg, agora que ele já vai ganhar um filme solo e que ele anda mais bandeado para os lados da Liga da Justiça.



Seja como for, um baita quebra-pau com o Exterminador, que sempre foi um vilão clássico da equipe nos quadrinhos, a Colméia (que já deu as caras em Arrow), o Gnu ou até mesmo o pai da Ravena Trigon daria um baita background para um roteiro de cinema. Isso somado as personalidades adolescentes de nossos heróis, poderia render um grande blockbuster sem essa cara sombria e séria que a DC tenta nos enfiar goela abaixo. Já pensaram?

6 - Surfista Prateado contra Thanos



Com os direitos do Quarteto Fantástico de volta nas mãos da Marvel, uma gama inacreditável de personagens também voltaria para casa no pacote, incluindo aí o Surfista Prateado, cuja primeira aparição nas HQs se deu justamente numa história do Quarteto.



Em seu primeiro encontro com a família fantástica (história recentemente republicada pela Panini) o Surfista Prateado já mostrou que era um dos seres mais poderosos do universo. Capaz de converter qualquer tipo de matéria em energia, de singrar o espaço através de asteroides e ainda emitir poderosos feixes de força, o cara caiu na porrada com o Coisa só pra mostrar que podia e ainda trocou disparos energéticos com o Galactus quando viu que a humanidade, afinal, valia o esforço (não, não valia, Surfista!).



  Tudo bem que ele tomou uma chave de braço do Pantera Negra (!) e que caiu no conto do vigário do Doutor Destino, perdendo seus poderes, mas em compensação ele não se acovardou em sair no braço contra o Thor e o Hulk.



Puta potencial desperdiçado: Ele foi com certeza a melhor coisa em Quarteto Fantástico 2, e interpretado fisicamente (em captura de movimentos) pelo ator Doug Jones e dublado por Laurence Fishburne não dá pra dizer que ele foi um personagem ruim. Aliás, pelo contrário. Os efeitos especiais usados para dar vida a seus poderes foram bem convincentes, e sua batalha aérea com o Tocha Humana (Chris Evans) é uma das melhores coisas do filme inteiro.



De volta a Marvel, é claro que gostaríamos de ver o personagem mais ligado a sua origem cósmica, e ele podia ser muito bem aproveitado no universo dos Guardiões da Galáxia e no vindouro combate da Guerra Infinita, que irá se espalhar entre os filmes 3 e 4 dos Vingadores. Devido a grandiosidade de seus poderes, o Surfista enfrentaria fácil o Titã Louco Thanos e essa briga ia ser linda de se ver no cinema. 



Ou vocês acham mesmo que algum outro vingador além do Thor ou do Hulk duraria mais do que dois rounds com o Thanos portando as joias do infinito?

5 - Um filme do Lobo



Eu confesso que não li muita coisa dele ao longo da minha pútrida e nefasta vida de leitor de quadrinhos, mas admito que o Lobo é um personagem que merece uma adaptação para o cinema proibida para menores de 18 há muito tempo!



Antes mesmo do Deadpool explodir nos quadrinhos, o Lobo já era o símbolo máximo da escrotidão pelo lado da DC, e poucas histórias se mantinham sérias ou minimamente morais quando ele dava as caras nela. Seja enchendo o Superman de porrada (e sim, ele era capaz disso!), infernizando a vida do Batman ou escrotizando a Liga da Justiça América (a Liga Cômica), o Maioral deixava sempre a sua marca registrada, e isso era muito bom de se ver.



Em suas histórias solo, os roteiristas perdiam a mão de vez, e enfiavam (literalmente) o pé na jaca, fazendo o Lobo cometer as maiores atrocidades (como matar o Papai Noel, por exemplo) num clima hiper-violento e sem freios.



Puta potencial desperdiçado: O Deadpool não é lá um dos personagens mais profundos dos quadrinhos (aliás, profundidade ali passou longe!) e num filme solo, o mercenário tagarela faturou mais de US$ 745 Milhões colocando na tela exatamente o que o público do Lobo já está acostumado: Humor negro, piadas com cu e rola, violência e mais violência.



Imaginem esse mesmo clima de sujeira, colocando um personagem brucutu (claro! Não me venham com essa versão Emo do Lobo dos Novos 52, pelamor!), boca suja, motoqueiro espacial, beberrão e que gosta de arranjar encrenca pelos botecos da galáxia, isso tudo ao som de muito Rock N’ Roll! Porra! Não tem como isso dar errado! Contratem logo um roteirista foda e comecem a filmar essa merda!

4 - A Mulher Hulk nos cinemas



O filme do Homem Formiga incrementou o universo Marvel com aquele clima mais galhofeiro que muita gente acha que é a base de TODOS os seus filmes (embora eu discorde disso com relação ao Capitão América 2, por exemplo), mas é nítido que o filme sofreu vários remendos para que o roteiro encaixasse o personagem ao mesmo mundo em que o Homem de Ferro, o Capitão América e o Thor já habitavam.



A Mulher Hulk nos anos 90 passou pelas mãos do genial John Byrne, e embora na mesma época ela integrasse os Vingadores de vez em quando, em suas histórias solo ela pirava completamente, quebrando por muitas vezes a quarta parede, aquela que faz com que os personagens nos enxerguem como espectadores.



Ainnn, mas o Deadpool já faz isso!

Sim, e provavelmente muito disso se deve as histórias malucas que o Byrne escrevia lá muito antigamente, e essa é a ideia para um filme da verdona. Algo sem regras definidas e que não precisasse estar muito ligado ao universo Marvel como o filme do Homem Formiga precisou estar.

Claro que primeiramente precisaríamos de uma atriz muito bem qualificada para interpretar a Mulher Hulk, e que além de forte fisicamente e alta, fosse também gata e engraçada (tipo a Katherine Heigl... Aliás, imaginem a Katherine Heigl malhada e alta!!). O filme, obviamente, não precisava ser levado a sério, e nem deveria. Podia até estar inserido no universo Marvel regular (até porque teriam que liga-la ao Bruce Banner de alguma forma), mas suas histórias podiam funcionar paralelamente ao ataque Chitauri, Guerra Civil ou as Joias do Infinito. O lance aqui é pirar!



Puta Potencial desperdiçado: Poucas vezes vimos a She-Hulk ser retratada seriamente nas HQs. Tirando alguns arcos isolados como A Queda, onde ela parte o Visão ao meio e depois cai numa crise de consciência, e na Guerra Civil quando, exercendo seu papel de advogada, ela decide ficar do lado pró-registro, Jennifer Walters, a prima de Bruce Banner sempre foi muito ligada ao seu lado fanfarrão. Seja com o Quarteto Fantástico ou nos Vingadores, ela sempre era a piadista, e seus diálogos com os vilões chegavam a ser hilários.



Para poupar nos efeitos especiais, podiam inventar que depois de sua primeira transformação, Jennifer não conseguisse mais reverter a sua forma humana, e que ficaria para sempre como um mulherão verde. Depois disso, qualquer roteirista mais pirado conseguiria bolar uma história que envolvesse o lado advogado da personagem com o de super-heroína, e isso sem muita dificuldade poderia culminar num quebra pau mega fodástico no centro de Nova York contra algum vilão que ainda não tenha dado as caras no cinema, tipo o Homem-Absorvente (que já apareceu em Agents of SHIELD) ou mesmo a Titânia, vilã criada durante as Guerras Secretas pelo Doutor Destino



Sem muito esforço, mas com um orçamento razoável, a Marvel teria mais um filme engraçaralho em sua conta, fugindo desse clima mais dark que ameaça tomar o universo deles após Capitão América 3.

3 - Liga da Justiça da América



Besouro Azul. Gladiador Dourado. Fogo. Gelo. Guy Gardner. Capitão Átomo. Sr. Milagre.

Esse é com certeza O MELHOR time que a Liga da Justiça já teve em seus cinquenta e tantos anos de existência. No quesito humor, claro!



As histórias escritas pela dupla Keith Giffen e J.M. DeMatteis eram de fazer mijar de rir nos anos 90, e quando a Crise nas Infinitas Terra definiu que só existia um planeta Terra, o definitivo, essa foi a equipe escolhida para defender essa Terra dos males dessa e de outras galáxias que podiam nos afetar. Isso mesmo! Nada de Superman, Mulher maravilha, Flash ou Aquaman. Eram esses caras que comandavam a porra toda (no início eles contavam com o Batman e com o Capitão Marvel), e os roteiros eram recheados de sacadas inteligentes e bem humoradas sobre o próprio universo de super-heróis.



Puta Potencial Desperdiçado: Aquele telefilme da Liga da Justiça que passava no SBT, que todo mundo viu na infância e na adolescência, tinha mais ou menos essa formação aí (com exceção do Flash gordo, do Ajax barrigudo e do Lanterna Verde que era uma mistura de Hal Jordan com o visual do Guy Gardner). Claro que além de ruim e mal produzido, o filme não tinha o humor das HQs, e estamos falando exatamente disso aqui.



Em 2017 já vamos ter um filme da Liga da Justiça boladona com os seis personagens essenciais saindo na porrada com Darkseid, um spin-off com a Liga cômica daria o contrapeso ideal para apresentar os demais personagens da DC ao grande público (ou você vai me convencer que alguém além de meia dúzia de nerds sabe me dizer quem é Gelo, Fogo ou Sr. Milagre?) e ainda produzir um filme mais leve e divertido, sem a necessidade de ser sério ou seguir qualquer cronologia. E eles podiam dar uma zoada nos heróis clássicos, fazer piada sobre o próprio universo DC no cinema e sacanear o filme do Lanterna Verde (I know, Right!). Teríamos o Guy Gardner no filme, gente! O cara mais porra-louca dos quadrinhos junto a dupla mais engraçaralha de todas formada pelo Besouro Azul e o Gladiador Dourado. Mesmo que Fogo, Gelo, Capitão Átomo, Sr. Milagre ou qualquer outro bucha que integrasse o time fossem somente coadjuvantes desses três, eu acho que valeria o ingresso.



Já pensou o ator Sean Willian Scott no papel do Gardner? Teríamos o verdadeiro Stifodão em cena pela primeira vez!

2 - Abram alas para Kang, o Conquistador



No primeiro filme tivemos Loki, que apesar de servir de intermediário entre o cosmos e a Terra para a invasão chitauri, ele foi a principal ameaça contra os Vingadores. No segundo filme tivemos o Ultron, o robô engraçadinho que mexia os lábios e que tinha a personalidade babaca do Tony Stark, em vez de ser o robô boladão que fazia os Vingadores suarem para vencê-lo nas HQs. No terceiro e no quarto filmes, teremos uma suruba desenfreada que vai colocar os Vingadores, os Guardiões da Galáxia, os Defensores (será??), os Inumanos (ô louco, bicho!) e se Odin quiser o Quarteto Fantástico contra o Thanos, o Titã Louco. Onde encaixaríamos Kang, o Conquistador então?



Kang, o Conquistador possui uma origem rica e ao mesmo tempo confusa que envolve o passado de nosso universo (nas HQs o 616) e o futuro. Sua primeira aparição se deu em uma história do Quarteto Fantástico (1963), onde ele deu as caras como o faraó Rama-Tut, uma de suas personificações. Como Kang, ele apareceu em 1964, numa história dos Vingadores, o que daria uma bela briga judicial sobre qual dos dois estúdios, afinal, tem direito sobre o personagem, se a Fox por ele ter surgido numa história do Quarteto ou se a Marvel, por ele ter virado um inimigo clássico dos Vingadores.



Kang é um viajante do tempo que gosta de interferir nas diversas realidades paralelas e conquistá-las. Seu grande problema com os Vingadores é que os heróis sempre o impediram de conquistar o universo 616, e fosse qual fosse o futuro vislumbrado por ele, os Heróis mais poderosos da Terra sempre o derrotavam, causando-lhe um sentimento de puro ódio.



Puta potencial desperdiçado: Cá entre nós, os Vingadores possuem uma galeria de vilões muito mais foda que a Liga da Justiça, mas nenhum desses super-vilões foi bem aproveitado no cinema, até agora. Minha sugestão aqui é utilizar Kang após toda essa reviravolta causada pelas joias do infinito e pelo Thanos, e que ele fosse o vilão principal na Fase 4 da Marvel nos cinemas, já com toda essa pendenga de contratos de Robert Downey Jr., Chris Evans e Samuel L. Jackson definidas. Fossem quem fossem os Novos Vingadores (já pensou o Capitão Falcão, a Thor Jane Foster e o Homem Aranha na equipe??), Kang bateria de frente com os heróis, e sua história poderia, óbvio, ser pautada em viagens temporais. E se o Kang mudasse o futuro ao impedir que os Vingadores originais se formassem? E se a invasão chitauri tivesse destruído a Terra? E se Tony Stark jamais tivesse se tornado o Homem de Ferro, o Capitão América jamais tivesse sido encontrado no gelo e o Thor nunca tivesse vindo exilado para a Terra?



Filmes de viagem no tempo sempre são bons (até Bill e Ted era legal!), e com Kang como antagonista, poderíamos ter o primeiro vilão REALMENTE foda para fazer frente aos Vingadores no cinema. O ator por trás da máscara metálica azul poderia ser qualquer um que não fosse vaidoso o suficiente para ter o rosto oculto durante duas horas de filme (Downey Jr., Cof! Cof!), podendo ser um ator jovem ou mais experiente, mas seria bacana que ele tivesse uma voz imponente. Notaram como o Apocalypse do Oscar Isaac (X-Men – Apocalypse) perdeu metade da graça com a voz de um cara normal nos trailers? Cadê aquela voz eletrônica de quem parece que está falando com um ovo dentro da boca que ele tinha no desenho animado? Porra, Fox!

1 - Marvel X DC



Essa posição é coisa de fanboy sem qualquer sombra de dúvida. A mais remota chance disso acontecer no cinema, como já aconteceu algumas vezes nos quadrinhos, é menos do que 0, mas já que Batman versus Superman foi uma das maiores decepções que tivemos em matéria de expectativa dos últimos anos (os mesmos 20 anos que citei no início do post!), e isso mesmo tendo colocado Cavaleiro das Trevas, Morte em Família, Crise nas Infinitas Terras, Injustice e A Morte do Superman no mesmo caldeirão, somente uma guerra entre Marvel e DC poderia quebrar as bancas de apostas e virar o mundo nerd do avesso para sempre.



Puta Potencial Desperdiçado: Esqueçamos que a DC só está engatinhando em seu universo cinematográfico, mesmo possuindo o panteão de heróis mais conhecidos DA VIA LÁCTEA sob seu poder. Esqueçamos também que a DC deseja ardentemente superar a Marvel tanto em bilheteria quanto em sucesso de público e crítica com seus filmes, e que para isso ela aposte todas suas fichas nas aptidões visuais e na falta completa de freio de seu Visionário diretor Zack Snyder.



Imaginemos que a Marvel, já há quase dez anos no mercado cinematográfico (Homem de Ferro 1 é de 2008!!) se dê ao luxo de liberar seus personagens clássicos para o mais espetacular e inimaginável crossover da história do cinema moderno (sério! De fazer os Irmãos Lumiére quererem ressuscitar para ver!!), e que isso coloque os Vingadores frente a frente com a Liga da Justiça!



Eu estou chorando só em escrever isso! Imaginem eu viver para ver um trem doido desses, sô!

Esqueçam nível de poder, esqueçam quem ganharia de quem ou quem perderia de quem. Apenas imaginem o anúncio “dos mesmos criadores de Vingadores, dos mesmos criadores de Batman V. Superman... TCHARAAAMMM! Vingadores V. Liga da Justiça. Quinta-Feira nos cinemas”!

Porra!

Isso ia tornar a Internet um caldeirão durante uns dez anos sem sombra de dúvidas.

Nunca antes vimos algo assim acontecer. Quando ocorreu nos quadrinhos, primeiro nos anos 80 com os crossovers entre Titãs e X-Men, depois Batman V. Hulk e Homem Aranha V. Superman, o impacto não pôde ser mensurado porque só meia dúzia de nerds (que nem eram chamados assim na época, eram só estranhos mesmo!) puderam ler isso, e nem sequer tinha Internet para comentar. Nos anos 90, com o Crossover Marvel X DC, o impacto foi bem parecido. Quem era fã, teve orgasmos vendo o Superman socar o Hulk, o Homem Aranha acabar com o Superboy ou o Batman vencer o Capitão América, mas o mundo ainda não era nerd. Ninguém ligava para essas merdas.



Hoje em dia, muita gente fora do público mainstream que curte HQs também vai ao cinema para ver filme de super-heróis, mesmo sem saber exatamente a diferença entre chitauris e Skrulls ou mesmo que o Thor não é do mesmo universo que o Shazam, por exemplo. A galera consome super-heróis, e o impacto de um filme que colocasse frente a frente Os Vingadores com a Liga seria uma avalanche para o mundo transmidiático, e esses caras iam faturar muita grana. Sem brincadeira, Avatar cairia facilmente de seu trono de filme mais rentável da história perto de um evento como esse, pena que pensando corporativamente algo desse escalão SEJA IMPOSSÍVEL de acontecer. Nem a Marvel quer dividir grana com a Warner e nem a Warner quer queimar seus personagens os colocando pra brigar com os “heróis mais poderosos da Terra”. Superman quebraria fácil o pescoço do Thor e o Batman ia fuzilar o Capitão América. Nem ia ter graça!


NAMASTE! 

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