15 de março de 2017

COMBO BREAKER #004 - Filmes do Oscar 2017


Tirando as animações Zootopia e Moana (que disputaram o Oscar de Melhor Animação), além de Doutor Estranho e Rogue One (ambos concorrendo Melhores Efeitos Visuais), Esquadrão Suicida e Star Trek 3 (ambos disputando o prêmio de Melhor Maquiagem), além de Jungle Book (o vencedor do prêmio de Melhores Efeitos Visuais), eu não tive a oportunidade de ver muitos dos filmes que disputaram o grande prêmio do cinema mundial esse ano. Dos três que vou destacar nesse post, La La Land foi o único que assisti somente DEPOIS da festa do Oscar, mas ainda está valendo falar sobre as minhas impressões. Sigam-me os bons!

A CHEGADA

Dirigido por Denis Villeneuve (de Sicário) A Chegada é baseada num conto chamado “Story Of Your Life” de Ted Chiang, e conta a história de uma raça alienígena que chega à Terra se instalando misteriosamente em alguns pontos estratégicos com espaçonaves que se assemelham a conchas gigantescas. O foco da história é na cidade americana e na personagem de Amy Adams, Louise Banks (que para muitos críticos, foi injustiçada em não ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz), uma linguista que é chamada pelo Coronel Weber (Forest Whitaker) para decifrar a linguagem com que os tais alienígenas de comunicam.


O enredo não-linear, nos faz acreditar por um bom tempo, que a Dra. Louise, que leciona em uma universidade, esta se recuperando do trauma da perda de sua filha, mas essa história só vai nos fazer algum sentido lá pela metade do filme, que é quando percebemos que o contato direto com os alienígenas causa uma alteração biológica na personagem, que a partir de então começa a ter visões do futuro.


Aiiin, Rodman! Não seja burro! Ela já demonstra os tais dons premonitórios ANTES do contato com os alienígenas!


Essa é outra explicação para os dons de Louise, mas confesso que isso não fica claro apenas pelo próprio enredo, o que deixa em aberto se a Dra. já possuía esse poder ou se eles só se tornaram latentes após o contato com o mesmo ar respirado pelos alienígenas evanescentes dentro da concha.


Seja como for, os dons premonitórios de Louise nos fazem enxergar junto com ela, toda sua história de vida À PARTIR da invasão, incluindo sua relação com o matemático Ian Donnelly (Jeremy Renner), que também é chamado para tentar decifrar todas as probabilidades dos etês estarem preparando um possível ataque ao mundo.    


A Chegada é um dos primeiros filmes sobre invasão alienígena em que não vemos os invasores como inimigos e em que os governos não estão principalmente preocupados em EXPLODIR suas naves para mostrar-lhes quem é que manda no universo. Claro, que o ápice do filme gira em torno da tentativa desesperada de Louise e de Ian de IMPEDIREM que o governo da China inicie um ataque em massa às conchas, mas em grande parte do filme, estamos mais preocupados em aprender a LINGUAGEM dos aliens (os chamados heptapods) e entender suas reais intenções em nosso mundo, além de lhes informar dados importantes para que eles também nos compreendam.


A Chegada concorreu a 8 Oscars e só levou um para casa, o de Melhor Edição de Som, considerado sempre um prêmio “técnico” e, portanto, de menor valor. A história é de difícil compreensão se você não prestar muita atenção nas nuances entre as premonições de Louise e a história “real”, mas a mensagem final que o filme passa é uma das mais inovadoras que o cinema de Hollywood já produziu nos últimos anos. Arrival, nome original da película, teve um orçamento de US$ 47 milhões e faturou quase US$ 100 milhões, o que o aponta como um bom investimento, apesar de ter saído do Oscar quase de mãos abanando.


Nota: 8

ATÉ O ÚLTIMO HOMEM

Depois de praticamente jogar sua carreira no lixo entrando em conflitos antissemitas, de se envolver em escândalos de agressão e de bebedeira, Mel Gibson parece que conseguiu dar a volta por cima com seu Até o Último Homem, filme que o levou de volta às premiações onde ele era figurinha carimbada desde Coração Valente (1996), obra que lhe rendeu o prêmio de Melhor Filme e de Melhor Diretor.


Dirigido por Gibson, o filme conta a história de Desmond Doss (Andrew Garfield), o chamado Opositor Consciente que se alista no exército durante a Segunda Guerra Mundial, mas que se recusa a pegar em uma arma para tirar vidas. Devido uma crise de consciência grave na infância, após quase assassinar o irmão com uma pedra e depois quase atirar contra o pai (vivido por Hugo Weaving) que agredia sua mãe, Desmond se vê incapaz de ir contra suas crenças religiosas, mesmo que isso signifique não poder salvar nem sua própria vida. 


Com a ideia fixa de servir sua Pátria, mas acima disso ajudar as pessoas na Grande Guerra, Doss se alista, a exemplo do irmão, só que precisa encarar uma barra muito forte que é colocar seu ideal de não agressão ACIMA dos ideais da Guerra. Afinal, como um soldado pode se recusar a pegar numa arma e a tirar outras vidas, mesmo que em sua própria defesa?


Até o Último Homem é baseado em uma história real e os personagens do filme (alguns deles pelo menos) aparecem em uma filmagem de 2006 durante os créditos finais, mostrando que algumas cenas e situações do filme aconteceram de verdade. 


O elenco ainda traz Vince Vaughn como o Sargento Howell do batalhão de Doss numa das interpretações MAIS FELIZES de sua carreira (quem diria que ainda veríamos Vaughn num filme que disputa Oscar!), o sumido Sam Worthington (de Avatar e Terminator 4) como o Capitão Glover, um dos que fica ao lado de Doss até o final para fazê-lo mudar de ideia quanto a sua Oposição Consciente, mas que o apoia quanto a sua crença de “não agressão”, e Teresa Palmer, que interpreta a enfermeira Dorothy Schutte, a mulher que se torna a esposa de Doss e que fica a seu lado mesmo quando ele é preso pelo Exército acusado de não obedecer ordens diretas de seus superiores.


Desde O Resgate do Soldado Ryan e Falcão Negro em Perigo não víamos um filme sobre guerra tão bem produzido, e as cenas de batalha (que não são o foco da história) são primorosas e SANGRENTAS, bem ao estilo de Mel Gibson. Algumas tomadas chegam a nos causar aquela dor psicológica, onde sentimos pelos personagens. As explosões com efeitos práticos, desmembramentos e os head shots sem aviso são feitos de uma maneira a temermos pela vida de Doss o tempo todo (engraçado que em o Espetacular Homem Aranha a gente torcia para os inimigos dele!), e enaltece bastante o perigo representado pelos soldados japoneses no local chamado Hacksaw Ridge (titulo original do filme), conhecidos até então como invencíveis.


Até o Último Homem concorreu a 6 Oscars e levou pra casa dois, o de Melhor Mixagem e o de Melhor Edição, tendo arrecadado US$ 66 Milhões dos US$ 40 Milhões que custou.


Nota: 8,5

LA LA LAND

Em 2014 o diretor Damien Chazelle encantou o mundo com seu Whiplash – Em Busca da Perfeição, um filme tecnicamente perfeito (hein, hein!) que falando de jazz e a obsessão de seu protagonista (Miles Teller) em ser o MAIOR baterista do universo, rendeu o Oscar de Ator Coadjuvante a J.K. Simmons merecidamente, já que o ator arrebentou em seu papel do professor de música perfeccionista.


La La Land ainda fala de jazz e a obsessão de seu personagem Sebastian vivido por Ryan Gosling em NÃO PERMITIR que o gênero se torne obsoleto, seguindo seu sonho de músico de abrir um Bar de Jazz que faça muito sucesso. Em suas tentativas frustradas de seguir com sua carreira musical, Sebastian cruza o caminho da aspirante a atriz Mia, vivida por Emma Stone, no trânsito, enquanto ela decora sua fala para mais um de seus testes para ingressar no cinema. Mia que trabalha como garçonete em uma lanchonete temática (estilo anos 50) de um estúdio de cinema, vive diariamente com estrelas de Hollywood, mas ela não descansa de seu sonho de se tornar uma atriz. Logo nas primeiras cenas do longa percebemos o quanto sua vida é frustrante, enquanto ela vai de um teste de cena a outro, mas o quanto também, por outro lado, a sua persistência é grande.


A história do filme começa a se desenrolar quando as vidas de Mia e Sebastian se cruzam, primeiro no trânsito, depois em um restaurante, onde ela o vê tocando uma composição sua ao piano e sendo demitido logo em seguida (por J.K. Simmons) pela ousadia de não seguir seu script musical de canções de Natal. Após trata-la com total indiferença à saída do restaurante, ele volta a encontrá-la em uma festa, onde ele toca com uma banda de repertório dos anos 80, e onde ele é desafiado por ela a tocar uma música totalmente fora de seu setlist. Após se estranharem muito, Mia e Sebastian descobrem que têm muito em comum, e eles começam a se relacionar de uma forma encantadora para os espectadores, que logo em seguida embarcam no amor entre eles sem questionar muito o começo meio forçado daquele namoro.


Eu não sou lá um grande entusiasta dos musicais. Passei muito da minha vida pregressa curtindo bastante filmes como Grease, A Noviça Rebelde (tá... não sou tão velho, mas esse passava muito na Sessão da Tarde) e até Footloose com o Kevin Bacon, mas com o passar do tempo os musicais começaram a me irritar, o que me tornou um grande defensor daquela máxima que diz que “a vida real não é assim! Ninguém vai parar na rua e sair cantando e dançando!”. Embora animações como O Rei Leão e até mesmo comédias como O Máskara sejam recheadas de cenas musicais e tenham me agrado muito, me recusei a ver Moulin Rouge ou Chicago, e parei no meio de Frozen de tanta cantoria desnecessária. O que me levou ao cinema para ver La La Land (anunciadamente um MUSICAL) foi mesmo a confiança em Damien Chazelle pelo trabalho que ele tinha realizado em Whiplash e nem tanto pelo resto. Eu sabia que de alguma forma ele me daria uma boa história para assistir, e quanto a isso não pude reclamar.


O hype em cima de La La Land (cujo termo podia ser traduzido com algo parecido como “Mundo da Lua”) tem sua razão de ser, já que a produção do filme é magnífica. A direção de Chazelle é pontual, e ele faz cenas que pareceriam simples se tornarem impressionantes, como a cena inicial na ponte onde ele coloca dezenas de figurantes em uma coreografia quase de um take para dançarem ao som de “Another Day Of Sun”, uma das músicas mais empolgantes do filme.


Aiin, Rodman! É só uma cena de abertura de filme! Nada demais!

Porrããnn! Reveja a cena e me diga o grau de dificuldade que deve ter sido exigido para se filmar aquilo em um plano sequência! Haja sincronismo!


Além das lindas tomadas por Los Angeles, dos cenários bem construídos para nos remeter a um período mais inocente e mágico dos musicais antigos (embora a história se passe nos dias atuais), Chazelle é um excelente diretor de atores, já que deixou tanto Emma Stone quanto Ryan Gosling (que desistiu de ser o Fera de A Bela e a Fera por causa de La La Land) muito à vontade em cena, extraindo o melhor de cada um deles. As cenas dos dois juntos são muito verdadeiras, já que o tempo todo eles nos convencem que são apaixonados. Mesmo quando a crise começa a atingir o relacionamento deles, num período em que ele começa a deslanchar na carreira, embora numa banda que não toca exatamente sua especialidade, e em que ela continua frustrada em sua vida de atriz, a decepção e a tristeza ficam estampadas nos rostos de Gosling e Stone. A dedicação ao papel foi tão grande, que Gosling aprendeu a tocar piano de verdade em seis meses para as cenas do filme, e Stone caprichou nas aulas de sapateado e de canto, algo que ela utiliza bastante durante o longa, e que acabou lhe rendendo o Oscar de Melhor Atriz.


La La Land é tipo um conto de fadas moderno que tenta revitalizar a paixão pelo Jazz (algo que nós brasileiros nunca entendemos direito devido nossa total ignorância no assunto), pelos musicais (gênero bastante decadente nos cinemas hoje em dia) e por que não dizê-lo também ao próprio AMOR, sentimento que é exaltado o filme todo, embora o casal de protagonistas NÃO TERMINE junto na história. Se no começo a gente reclama que o filme não é realista “porque as pessoas param para dançar no meio da rua”, ao final dele estamos reclamando que o filme é realista demais porque o casal não ficou junto para que cada um pudesse seguir o próprio sonho, algo que claramente não seria possível devido a união deles. É bonito perceber que embora um apoiasse o outro em busca de seus sonhos, ela jamais poderia se tornar uma atriz de sucesso ao lado dele, já que teria que abrir mão de várias coisas para ficar com ele, e inversamente isso também se aplicaria a ele, que jamais abriria seu Bar de Jazz se não tivesse ido tocar na banda de sucesso de seu amigo Keith (John Legend). Diga se isso não é muito “vida real”? Quem disse que você não vai precisar abrir mão daquela pessoa que mais quer em busca de seu sonho? E se ela fizer o mesmo por você, amigo, isso é amor verdadeiro.


La La Land custou US$ 30 milhões e faturou US$ 135 milhões, só ficando atrás de Estrelas Além do Mar (US$ 144,5 milhões) em faturamento de filmes indicados ao Oscar de 2017. O filme ainda fez a rapa nessa edição do Oscar, levando o de Melhor Trilha Sonora (que é mesmo fantástica e quase toda cantada por Gosling e Stone e regada do bom e velho Jazz) , Melhor Design de Produção, Melhor Direção (para Damien Chazelle), Melhor Atriz (como já mencionado a Emma Stone), Melhor Música Original (“City Of Star”, música que NÃO VAI SAIR DA SUA CABEÇA) e Melhor Fotografia, que é simplesmente magnífica mesmo, usando e abusando das cores que tornam LA uma cidade dos sonhos.


Se eu amasse musicais, La La Land seria um dos meus filmes favoritos de todos os tempos, e embora ele seja apaixonante, eu não consegui me conectar inteiramente a história, vendo um ou outro ponto negativo. Não vi Moonlight e nem imagino o que ele possa ter de tão mais maravilhoso assim que La La Land para levar a estatueta de Melhor Filme aos 45 minutos do segundo tempo devido a lambança da entrega ERRADA, mas acredito que ele não tenha sido mesmo o melhor filme. Nem eu achei. E isso, acredite, não desabona em nada o filme, que deve ser excelente para ser visto juntinho com seu amor... Ou não, né, já que no final eles também não ficam juntos.

Nota: 9  

PS.: Pare o que está fazendo agora e vá ouvir a trilha sonora de La La Land no Youtube ou no Spotify. Tem algo de mágico nessas canções!

Leiam também a minha opinião sobre Whiplash, filme que concorreu ao Oscar em 2015.



NAMASTE!  

13 de março de 2017

Eu Fui! CCXP 2016


O ano de 2016 foi marcado por muito trabalho e correria profissional para este que vos fala, por isso, decidi me presentear com um ingresso da Comic Con Experience para ter pelo menos uma vez ao ano a sensação de AINDA SER NERD. Eu já tinha ido à edição de 2015 da CCXP e havia adorado a experiência, e resolvi repetir em 2016 no Domingo dia 4. 

Bora relembrar como foi o MAIOR EVENTO NERD da América Latina?


É inegável salientar que a CCXP cresce a cada novo ano, e a edição de 2016 foi absurdamente MAIOR que a anterior. Havia muito mais estandes espalhados pela gigantesca área do São Paulo Expo (Rodovia dos Imigrantes), e já na entrada você percebe que está adentrando um verdadeiro mundo de diversão e consumismo DESENFREADO proporcionado pelos organizadores, os caras do site Omelete.


Em 2016 tinha estande das maiores empresas de entretenimento do mundo, e marcaram presença a Warner, a Netflix, a Fox e a Marvel, além de gigantes dos games, fabricantes de brinquedos e até escolas de tecnologia. 



Para onde se andava você esbarrava com entusiastas de algum segmento de entretenimento e essa é a grande PEGADA da CCXP, juntar várias tribos diferentes num mesmo ambiente sem que isso gere briguinhas ou descontentamentos. Sério! A CCXP é o único lugar em que você aceita andar ao lado de um otaku sem querer encher ele de porrada!


Brincadeirinhaaaaaaaaaaaaa!

Assim como nos anos anteriores, os eventos com artistas famosos são os mais concorridos, e em 2016 só deu mesmo para dar uma espiada de muuuuuito longe às apresentações dos atores Mark Pellegrino (O Lucifer de Supernatural e o Jacob de LOST), Evanna Lynch (a Luna da série de filmes Harry Potter) e de Neil Patrick Harris (de How Meet Your Mother), que veio divulgar sua série da Netflix Desventuras em Série.


Os estandes com entrevistas e participações de artistas brasileiros também são bem concorridos, porém mais acessíveis. Esse ano rolou uma entrevista do Jovem Nerd e do Azaghal com ninguém menos que Carlos Villagrán, o eterno Quico do seriado Chaves. O ator mexicano estava no Brasil para divulgar Como se tornar o Pior aluno da escola, filme que estrela ao lado do apresentador e humorista Danilo Gentili. O filme dirigido por Fabrício Bittar que ainda conta com Moacir Franco no elenco estreia em Maio de 2017, e foi bem emocionante o amor que Villagrán demonstrou ao Brasil, país que, tirando o Mexico, provavelmente mais exalta Chaves e tudo que tem a ver com a série no mundo.
Paguei de tiete e claro, acabei registrando o momento após a entrevista com Villagrán...


... Tirando foto com o Jovem Nerd e o Azaghal! Hehehehe! (Até porque o Quico vazou rapidamente e nem parou para fotos e autógrafos!).


A arte do Cosplay é algo bem comum em todas as edições de Comic-Con pelo mundo todo, e no Brasil não é diferente. 


A edição de 2016 marcou a proliferação de Arlequinas e Deadpools pelo salão todo (devido o sucesso dos dois filmes), mas teve espaço para todos, desde Homem Aranha, Arqueiro Verde, Naruto e Guardiões da Galáxia.


Outra coisa que atrai bastante atenção na CCXP são as lojas de Action-Figures, dioramas, estátuas e todo tipo de brinquedo, e é quase IMPOSSÍVEL passar por essas lojas sem que o cartão de crédito não tente o suicídio pulando de sua carteira.


Sério!


Esse mercado mexe profundamente com os instintos consumistas dos nerds e otakus, e ainda mais com os saudosistas (como eu!) que num tempo muito remoto, na infância e adolescência tinha que se contentar com os bonequinhos de plástico estáticos ou os Power Rangers que trocavam a cabeça!


Eu decoraria fácil uma casa inteira com essas action figures e dioramas perfeitos produzidos por empresas como Kotobukiya, Iron Studios, Hot Toys e afins. Passei algumas horas só babando nessas peças maravilhosas e devo admitir que o cartão de crédito quase chegou a implorar para ser gasto.




Em 2015 o aproveitamento do tempo nos estandes foi bem maior e eu consegui até uma foto com meu amigo Mark Waid que eu não via há muito tempo (hehehehe!), mas valeu bastante a pena a edição de 2016, até pelo organização.


Em 2017 eu estarei lá NOVAMENTE, porque sempre vale a pena prestigiar o trabalho dos organizadores além dos convidados que vem de todas as partes do mundo para que esse sentimento Nerd nunca fique exaurido... E quer saber? Ultimamente eu tenho precisado lembrar que ainda faço parte desse time.


PS.: A CCXP Tour, edição especial do evento, vai ocorrer agora no mês de Abril de 2017 no Nordeste brasileiro e já tem os nomes de Carlos Vilagrán (Quico do Chaves), Claudia Wells (De Volta para o Futuro), Vitor Cafaggi (Laços e Lições da MSP) e Bill Sienkiewicz (Elektra Assassina) confirmados. 

NAMASTE!

7 de março de 2017

EU VI: LOGAN

Esse post possui SPOILERS!!


Se esse fosse meu último post aqui para o Blog do Rodman, o conteúdo desse texto faria TODO O SENTIDO já que estou me propondo a escrever sobre uma história de redenção que começou lá no agora longínquo ano de 2009. Assim como muitos de vocês (devo imaginar), eu fui um dos fãs de X-Men que se decepcionou imensamente com o primeiro filme solo do Wolverine. Por razões que já escrevi num dos primeiros posts aqui do Blog (e por isso eu falo que faria todo o sentido que esse fosse o ÚLTIMO texto do site) e que não vou repetir, X-Men Origens: Wolverine é um filme terrível, e é impossível assisti-lo sem sentir um ódio retumbante ou pelo menos um que de vergonha alheia. Já no texto sobre The Wolverine, o segundo filme solo do carcaju canadense, eu já havia mencionado que um possível “Wolverine 3” seria o último de Hugh Jackman interpretando o herói, e de forma bem prepotente eu vou me auto-referenciar:

“Quem sabe eles não acertem no terceiro filme (se houver um), o que promete ser o último de Hugh Jackman na pele do Wolverine, agora que o ator já anuncia sua provável aposentadoria do herói.”

Eu assisti Logan e posso afirmar com toda certeza que sim... Eles acertaram!


Muito do sucesso de Logan se deve ao raro carisma do ator australiano Hugh Jackman, o cara que personificou o Wolverine nos cinemas desde que a gente se conhece por gente. Porra! Faz as contas aí, meu chapa! O primeiro filme dos X-Men estreou em Julho de 2000, naquela época a gente ainda comprava quadrinhos em formatinho pela Editora Abril e muitos de nós ainda frequentávamos a escola. Eu cheguei a escrever um roteiro para o primeiro filme, antes dele ser lançado, para um concurso da Editora Abril. Esse roteiro jamais foi enviado e o filme estreou com um sucesso estrondoso, dando início a nova era dos filmes de super-heróis no cinema, que continuou com Homem Aranha e toda a bagaceira que veio depois.


Hugh Jackman viveu o mesmo personagem por 8 FILMES antes de Logan, protagonizou cenas icônicas como a invasão de William Stryker a Mansão X em X-Men 2, a morte da Fênix em X-Men 3 e até mesmo a homenagem a HQ Arma X em X-Men: Apocalypse, mas os erros da Fox, estúdio que mantem os direitos sobre toda a franquia X no cinema, acabaram fazendo com que a importância do ator frente ao personagem fosse minimizada, por melhores que fossem suas intenções. Em 17 anos, todos que acompanharam suas entrevistas puderam perceber o amor que o ator tinha pelo personagem, e como ele se esforçava para interpretá-lo da maneira mais fiel possível, de forma que agradasse a gregos e troianos. Graças a intromissões executivas e um mal gosto ABSURDO, Jackman acabou sendo submetido a roteiros que beiravam o ridículo (eu escreveria um script infinitamente melhor que X-Men Origens!!) e por muito tempo nós mesmos duvidamos que AINDA poderia sair algo de bom referente a Wolverine nos cinemas.


É difícil acreditar que o mesmo James Mangold que dirigiu The Wolverine estava à frente de Logan, mas seja por um rompante criativo próprio ou pela força do roteiro colaborativo escrito com Michael Green (que pasmem! É um dos roteiristas de Lanterna Verde!!) e Scott Frank (que também escreveu The Wolverine), o filme, que de início foi alardeado como uma adaptação de Old Man Logan, HQ escrita por Mark Millar, tem uma história MUITO BOA, que não só faz uma homenagem ao que deu certo na franquia X dos cinemas, como também a fonte de inspiração dos filmes, no caso as HQs, que são citadas o tempo todo na história.


O filme se passa no longínquo ano de 2029 e nos mostra um Logan mais velho e debilitado que procura viver tranquilamente como um simples motorista de limousine, enquanto é assombrado pelo seu passado sanguinário. Gastando o que ganha com os fortes remédios que mantem os poderes psíquicos de seu antigo mentor Charles Xavier (Patrick Stewart) estáveis, depois de uma crise que ajudou a exterminar seus companheiros X-Men, Logan recebe a ajuda do mutante farejador Caliban (Stephen Merchant) para cuidar de Xavier, o mantendo oculto do mundo dentro de um local à prova de rajadas mentais.


A vida tranquila de Logan tem fim quando ele é interceptado por uma mulher mexicana de nome Gabriela (Elizabeth Rodriguez) que diz precisar da ajuda do Wolverine. Atendo-se a seu trabalho, ele procura esquecer aquele contato, mas um homem chamado Donald Pearce (Boyd Holbrook) o aborda falando sobre aquela mulher e sobre uma criança que ela tem sob sua guarda, o que deixa Logan intrigado. 


Para piorar a situação, o debilitado Xavier começa a falar sobre uma nova mutante que está para surgir (o que não acontece, segundo a história, há muitos anos) e que o velho Logan terá grande parte nisso.


Quando menos espera, Logan se vê totalmente envolvido entre Gabriela, Laura (Dafne Keen), a menina de 11 anos que parece ocultar um terrível segredo, e os homens de Donald Pearce. Quando a mulher é eliminada pelos auto-intitulados Carniceiros, Laura acaba fugindo para o esconderijo de Logan, onde ela conhece Xavier e Caliban. Quando Pearce encontra seu rastro, um combate é inevitável e a menina demonstra ser MUITO MAIS do que apenas uma criança calada e frágil.


Enquanto foge dos Carniceiros, através de gravações feitas por Gabriela, Logan descobre que Laura fez parte de um experimento que procurava criar mutantes em cativeiro para que eles fossem usados como armas militares. O cabeça dessa operação era o geneticista Zander Rice (Richard E. Grant) que mantinha várias crianças mutantes, além de Laura, sob os cuidados da mexicana, que num certo dia decidiu se rebelar libertando todas elas. As crianças acabaram se refugiando num local chamado “Eden”, fazendo total alusão a uma história em quadrinhos dos X-Men que Gabriela lia para Laura enquanto ela cuidava da menina como sua filha. Longe de seu refúgio e incapaz de voltar a sua velha vida agora que eles estavam sendo perseguidos pelos Carniceiros a mando de Rice, Logan só tinha um objetivo: Encontrar o Eden e manter Laura segura com os amigos.


Toda essa fase de Arma X, a criação do Deadpool, da X-23, o envolvimento do Sr. Sinistro (cuja ponta ao final de X-Men Apocalypse foi TOTALMENTE IGNORADA em Logan) aconteceu num período em que eu me afastei das HQs. A transição da Editora Abril para a Panini no Brasil encareceu fodidamente as HQs na época e eu só retornei quando todas essas sagas já haviam se concretizado. Quando voltei a ler X-Men (lá por volta de 2002, 2003...) a X-23 já estava consolidada no universo Marvel e eu sabia pouco sobre ela. A personagem surgiu na animação X-Men Evolution, desenho que substituiu de forma competente a clássica animação dos anos 90 em nossos corações. 


Tudo que você precisa saber em Logan, no entanto, é que a menina é uma espécie de clone do Wolverine alterado geneticamente, e que ela passou pelo mesmo procedimento de inserção de adamantium em seus ossos, já que ela também possuía um fator de cura acelerado.


A relação de Laura com Logan no filme evolui de forma muito pontual, o que denota um cuidado muito grande com o roteiro. Em diversos filmes dos X-Men vimos simplesmente personagens com grande potencial serem jogados na tela sem qualquer contexto ou explicação, e a gente não conseguia se importar com eles. Alguém se lembra da Jubileu em X-Men Apocalypse? Ou da Psylocke duas vezes subaproveitada em X-Men 3 e em Apocalypse? Mangold teve o cuidado de introduzir a X-23 no filme de uma forma que logo de cara o espectador se importasse com ela


Em pouco tempo de tela a garota está retalhando bandidos e fazendo suas cabeças rolarem pelo chão, e mesmo assim, a gente se importa com ela, se preocupa com seu bem estar. A relutância de Logan em aceitar que a menina faz parte dele, é totalmente condizente com tudo que vimos do personagem até então. Ele é um cara amargurado, profundamente ferido pela vida (o que é irônico, já que seu principal poder é um fator de CURA) e que viu todas as pessoas que ama morrerem, é natural que ele não queira ter o “peso” da responsabilidade de ter uma “filha” sob sua tutela, uma vez que seu maior desejo naquele ponto da vida é morrer, o que comprova pela bala de adamantium que ele guarda consigo para dar cabo da própria vida. 



O adamantium atado a seus ossos o está matando aos poucos. Seu fator de cura já não consegue regenerá-lo com a mesma eficiência de antes, mas Laura lhe traz um novo sentido a vida, e ele decide lutar por ela tão logo os últimos resquícios de sua antiga vida se vão com Xavier e Caliban.


Logan é repleto de momentos engraçados, em especial causados pela relação complicada entre ele e Laura. O próprio Xavier pergunta a Logan se ela não o faz lembrar de alguém, e o Wolverine se enxerga na menina, começando a entender que ela é seu legado. Calada desde o início do filme, é deliciosamente surpreendente quando a garota manda um “de nada” com sotaque espanhol (lembrando que ela foi cuidada por uma mexicana) em resposta a um agradecimento de Logan, e os diálogos dos dois a seguir são muito engraçados, construindo a relação entre eles. Silenciosamente, após as brigas e desentendimentos entre pai e filha, ambos começam a nutrir um respeito forte um pelo outro, o que vai desencadear no momento mais tocante do filme que é o acontecimento final, após a batalha entre Logan e seu outro clone (também vivido por Hugh Jackman), o X-24.


VIOLÊNCIA!!

Eu me lembro que uma das minhas principais críticas as participações do Wolverine nos filmes dos X-Men é que ele não parecia que matava ninguém. Tal qual nos desenhos, que suas garras só serviam para cortar robôs, o Wolverine do cinema era um manezão que só choramingava e que se preocupava demais com os outros. Sangue? As garras dele jamais tiravam sangue, pareciam feitas de borracha!

Em 2016, Deadpool estreou nos cinemas com a censura 18 anos, e o filme foi um sucesso, exagerando não só na violência gráfica como também em toda sorte de piadas com cu e rola. De repente a Fox decidiu perder o pudor, e deu liberdade para que o último filme do Wolverine com Hugh Jackman no papel principal fosse regado na mais doce e pura VIOLÊNCIA. E James Mangold decidiu mandar ver!


Foram 17 anos esperando que o Wolverine estripasse alguém, e em Logan tivemos nosso desejo atendido. As mortes causadas pelo personagem chegam a ser lindas, e não falta nada: Tem sangue, membros decepados, cabeças rolando, sangue, sangue...

Porra, Fox! Custava ter feito isso antes?


Seja como for, Logan é uma excelente despedida de Hugh Jackman do papel que o alçou ao estrelato hollywoodiano. O filme tem pouquíssimos defeitos técnicos e possui uma história muito madura e pé no chão, o que não cria a necessidade de efeitos especiais exagerados que acabam nos fazendo perder o interesse pelo enredo. Tanto os coadjuvantes como os antagonistas são interessantes, e criamos ao longo do filme toda uma relação de ódio e amor com eles, ao mesmo tempo em que torcemos para que Logan e Laura continuem retalhando geral nessa porra se mantenham a salvo.


Depois de dois filmes solo ruins, uma melancólica “quase” despedida em X-Men 3 e o desastre que foi X-Men Apocalypse, era difícil acreditar que a Fox ainda podia render algo minimamente razoável para o carcaju, mas graças a Odin isso não aconteceu, e Logan foi um presente de despedida digno tanto para Jackman quanto para os fãs. Por mim, a Fox já podia aposentar a franquia X depois desse filme, mas nós sabemos que essa baladeira vai continuar sendo esticada ad aeternum com um novo ator vivendo o Wolverine e com novos filmes ruins dos X-Men.

Nota: 9

P.S.: Hugh Jackman é com certeza o ator mais carismático de Hollywood. Todas as suas visitas ao Brasil são sempre regadas a elogios rasgados de jornalistas e entrevistadores, e o cara demonstra que gosta do que faz, além de gostar de ser cordial e educado com todos. Pena que a idade chegou e que seu vigor físico (que ainda é invejável, para um cara de 48 anos) já não permite que ele continue pagando de fodão sem camisa nas telas.

P.S.2: Sempre fui apático aos filmes dos X-Men no quesito emoção, mas o final com a X-23 e a decisão da batalha entre Logan e seu clone me fez chorar no cinema. Ou isso ou caiu um cisco bem grande nos meus olhos na hora... Não sei ainda!

P.S.3: A trilha sonora assinada por Marco Beltrami é muito boa, embora ela meio que passe despercebida na hora do filme, mas o tema "Hurt" de Johnny Cash, que foi utilizado no primeiro trailer do filme causa um desgraçamento mental muito grande e casa PERFEITAMENTE com toda a história do filme. Pra mim já é o tema definitivo de Logan. 

P.S.4: Fala a verdade! Você também achou por um momento que quem mataria o Xavier naquela cena seria o Dentes de Sabre!! 

Leia também a crítica a X-MEN ORIGENS: WOLVERINE


e WOLVERINE: IMORTAL


NAMASTE!

12 de fevereiro de 2017

Eu Vi: 50 Tons Mais Escuros


Eu passei muito tempo tentando entender o fascínio feminino pela “obra” 50 Tons de Cinza, e conversei com todas as minhas amigas na época do lançamento do livro e também do filme, obtendo respostas do tipo “Mas o Christian Grey é lindo!”, “Ai, ele é tão romântico!”, “Ele ama a Anastasia!”, “Ele é gostoso. Eu deixaria me bater à vontade!”. Tenho toda a convicção de que ainda não entendo esse fascínio todo pelo personagem de Christian Grey e o que ele representa para as mulheres que saem molhadas de dentro do cinema (incluindo as duas com quem fui ver no cinema 50 Tons de Cinza e agora 50 Tons Mais Escuros), mas uma coisa é certa: O filme é um sucesso indiscutível.

 Baseado no livro homônimo escrito por E.L. James, o primeiro filme 50 Tons de Cinza arrecadou cerca de 500 Milhões de Dólares no mundo todo, mas recebeu uma ENXURRADA de críticas da mídia especializada devido o teor “porraderótico” que busca normalizar e romantizar a violência sexual. Lembro que em discussões acaloradas com aquelas amigas que citei lá em cima, o que mais eu ouvia era “mas tem diferença entre bater na hora do sexo e bater fora do sexo!”, “depende da intensidade com que bate”, “dói, um tapinha não dói, um tapinhaaaaa”, o que acabou abafando essa história de que o filme faz apologia à violência sexual. Se pararmos para pensar que entre quatro paredes vale tudo desde que com o consentimento entre os dois (ou três, ou quatro... ou gangbang!) vale tudo (até revogar a Lei de Gil!).


No primeiro filme conhecemos a doce e insossa inocente Anastasia Steele (vivida por Dakota Johnson), uma estudante de literatura que ao substituir a amiga de quarto em uma entrevista, acaba conhecendo o empresário Christian Grey (Jamie Dornan), que sabe-se lá porque caralhos, cai de amores por ela. Em nenhum momento Ana demonstra ter uma personalidade contundente ou mesmo uma inteligência exacerbada para que aguce a curiosidade do milionário, mas isso acontece, e depois disso ele passa a perseguir feito um psicopata surgir misteriosamente em todos os lugares que ela frequenta, impondo a sua presença e a deixando interessada também. Todo o resto vocês já sabem... Beijos, sexo, porrada, sexo, porrada...

O segundo filme 50 Tons Mais Escuros começa imediatamente após os acontecimentos do primeiro. Ana arranja um novo emprego em uma agência (sem ênfase nenhuma, o que nos faz ignorar completamente qual é realmente seu trabalho!) e mesmo separada de Christian após ter recebido algumas palmadas mais fortes do que o normal, e percebido que ele sente prazer nisso (antes ela passou duas horas de filme sendo socada e nem levou isso em consideração!),  Ana continua recebendo flores e bilhetes do psicopata antigo amante.


Ao ser convidada para uma exposição de fotos de seu amigo de faculdade, Ana percebe que ela é a modelo em todas as obras, ficando surpresa em saber que ele as expôs SEM SEU CONHECIMENTO. Esse cara nunca ouviu falar de Direito de Imagem?

Óbvio que Christian Grey aparece na exposição e compra TODOS os quadros de Ana, com a desculpa de que “não gosto de ver estranhos te observando”. Eu contei no relógio. Sério. A reconciliação deles acontece em CINCO MINUTOS, e todo o choque dela ter sido agredida por ele ao final do primeiro filme se esvai com uma pegada caprichada.

Todos nós homens temos muito o que aprender com Christian Grey. Sério.

Após todo aquele papo que vemos no trailer de “agora é sem regras” e blablabla a primeira cena de sexo entre eles acontece em uns 15 minutos de execução do filme. Sem regras, sem mágoas e sem tapas... Por enquanto.


É difícil imaginar que você não fizesse tudo a seu alcance para agradar a mulher que você tem um tesão louco ama se você ganhasse milhares de Dólares por minuto, e é isso que Grey faz desde o filme anterior. Além de encher Ana de mimos (iPhones, iMacs...) e exibir seus brinquedinhos (não, não os sexuais) levando-a para passear de barco, de helicóptero, de avião, Grey demonstra que é muito possessivo, procurando a tirar do convívio de outros caras, como o próprio chefe da garota Jack Hyde (Eric Johnson). Que mulher que não gosta de um cara possessivo, né?

Com o passar do tempo, Ana começa a perceber que a possessividade de Grey é o MENOR dos seus problemas, e ela começa a receber visitas de Leila Williams (Bella Heathcote), a antiga submissa do cara. Ao confrontá-lo sobre o passado da garota, Ana descobre que Leila foi uma submissa que se recusou a deixá-lo partir quando ele enjoou do brinquedinho (“me bate mais, me bate mais!!”) e que ele mantinha dossiês sobre todas suas possíveis escravas, incluindo a própria Anastasia.


O caldo engrossa mais quando Grey a leva para “ser aprovada” por Elena Lincoln (Kim Basinger), a mulher que o iniciou no mundo do sadomasoquismo selvagem. Já falei aqui uma vez que Kim foi um dos meus amores de infância, e que eu era doido nela quando ela foi a Vicky Vale do Batman de 89, e me lembrei de suas cenas quentes em 9 ½ Semanas de Amor quando saquei que ela havia sido a primeira aliciadora sexual do Grey. Ana se sente incomodada em saber todo o fascínio que a mulher AINDA exerce sobre ele, mas esse incômodo dura só mais uns cinco minutos em que ela o deixa preocupado após sumir de casa.

A história em nenhum momento se aprofunda no passado “terrível” de Grey, mas dá pinceladas sobre o porque de seus traumas, sua relação com sua mãe e até a escolha de submissas que se PARECEM com sua mãe.

Então existe uma complexidade em 50 Tons Mais Escuros, Rodman? Complexo de Édipo e tals?

Porra nenhuma, caro padawan! Hehehe!

Já ouvi dizer que o Complexo de Édipo meio que se aplica a todos os homens, e que eles procuram e/ou se sentem atraídos por parceiras que se pareçam fisicamente com suas mães... Olhando para minha predileção por mulheres, não dá pra dizer que isso é completamente mentira...

50 Tons Mais Escuros foi filmado em grande parte em Nice, França, foi roteirizado por Niall Leonard, dirigido por James Foley (que substituiu Sam Taylor-Wood) e tem a trilha sonora assinada por Danny Elfman. Por falar nisso, a trilha sonora é uma das melhores coisas do filme, repetindo o sucesso 50 Tons de Cinza que teve até canção indicada ao Oscar.

Tá, Rodman. E a putaria? Você não falou nada da putaria!


O filme tem uma história tão insossa e previsível, que as cenas de sexo se tornam o grande atrativo da coisa toda. Não dá pra dizer que você vai ficar excitado e querer correr para o banheiro enquanto vê a pegação, mas as cenas entre Johnson e Dornan parecem bem reais, a ponto de você se perguntar “ei! Ele está mesmo chupando ela??”. Quando os dois tiram a roupa não há muito romantismo em jogo e o negócio é tchuplek tchuplin jo ratchoflay, sem falar no repertório gigante de acessórios masoquistas para noites ardentes de muito sexo que nos são apresentados. Se você se empolga com as explicações detalhadas de cada brinquedo dadas por Christian Grey, você pega na mão da sua namorada e a leva para um sex shop na mesma hora. O bagulho é sinistro!

Para não dizer que tudo é um desperdício imenso de tempo, o filme tem uma fotografia muito bonita, e as cenas de sexo são muito bem filmadas, não explicitando genitálias (ahhhhhhhhh!) ou poses extremamente eróticas. Tem nudez (então cuidado com quem você leva pra ver!), tem vocabulário chulo (“você não vai enfiar isso na minha bunda!”) e tem comportamento sexual inadequado (mas o que é adequado??). É tipo um Deadpool... Mas sem cenas de ação.

Se você não tem nada melhor pra fazer e tem uma boa companhia, vá ver sem medo. Na pior das hipóteses você vai voltar para casa discutindo com a pessoa sobre “qual é o limite das palmadas”, se ela toparia usar com você chicotes, algemas, bolas do prazer ou prendedores de mamilos...

NOTA: 6

Ps.: Você leva a menina ao cinema e a vê suspirando a cada cena do Christian Grey sem camisa e...
Como ele tá gostoso, hein!! 

NAMASTE!


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