25 de dezembro de 2011

Eu vi: Missão: Impossível - Protocolo Fantasma


A primeira dica que recebi antes de ver Missão Impossível 4 – Protocolo Fantasma foi: Deixe-se surpreender, e realmente não há outra forma de acompanhar os 130 minutos do filme. Você tem que estar pronto para se deixar enganar e acima de tudo estar disposto a aceitar que tudo não passa da magia do cinema.

O quarto filme da explosiva franquia produzida por Tom Cruise e J.J Abrams (de LOST, Fringe e também diretor do terceiro filme de Missão Impossível) é eletrizantemente bem dirigido por Brad Bird, o mesmo da empolgante animação da PIXAR Os Incríveis. Apesar de todos os contratempos que me levaram a assistir uma sessão dublada, numa sala pra lá de chinfrim do Cinemark (daquelas planas) num lugar pouco confortável e com dois moleques folgados que fizeram questão de ficar dando joelhadas atrás da minha poltrona quase que durante o filme todo, ainda assim saí satisfeito do cinema, tendo em mente que havia me divertido bastante.


Diferente das demais partes da cine-série, desta vez tudo parece estar contra o agente especial da IMF Ethan Hunt e seus colaboradores, o que torna (mais uma vez) o título do filme plausível.

A película começa com um motim em uma prisão na Rússia, usada como chamariz para que os agentes da IMF Benji Dunn (Simon Pegg) e Jane Carter (Paula Patton) possam resgatar Ethan Hunt, preso acusado de eliminar seis agentes sérvios sem autorização. Os motivos de sua prisão são revelados mais tarde durante a história, e utilizando recursos tecnológicos avançados os dois agentes conseguem tirar Hunt da prisão, não antes que ele leve consigo uma importante testemunha com ele.

Reintegrado à agência de espionagem, Hunt é colocado à par de uma nova missão em que terá que invadir nada mais nada menos que o Kremlin para conseguir provas importantes sobre os planos da detonação de ogivas nucleares, provas essas roubadas de um de seus próprios agentes, personagem vivido por Josh Holloway (O Sawyer de LOST), que é apagado nos primeiros segundos de filme (depois falam do Rodrigo Santoro!), e que perde as provas para uma assassina francesa freelancer interpretada por Léa Seydoux.

Pra quem invadiu o Vaticano no terceiro filme invadir a sede do governo russo é moleza, certo?

Errado.

Mesmo utilizando identidades falsas, as habituais máscaras que simulam rostos de outras pessoas e seus aparatos tecnológicos inimagináveis, Hunt e Benji não conseguem as provas e acabam caindo em uma armadilha. Um dos palácios do Kremlin é explodido e os agentes americanos são incriminados, o que faz com que o Presidente estadounidense acione o Protocolo Fantasma, extinguindo a IMF e desautorizando todos seus agentes, incluindo Hunt, que passa a ser um fugitivo do governo russo.

À partir daí tudo parece desmoronar na cabeça do espião, e tão logo o secretário do governo americano, que comandava a IMF, acaba sendo assassinado bem em sua frente, cabe a ele, Jane, Benji e o novato Brandt (Jeremy Renner, o Gavião Arqueiro do vindouro Os Vingadores) embarcarem em um perigoso plano para limpar o nome da agência IMF e no caminho ainda salvar o mundo das ogivas nucleares em poder de um ambicioso magnata (vivido por Michael Nyqvist) que quer começar sozinho a Terceira Guerra Mundial.

Se o roteiro parece ser bem clichê, as cenas de ação nos fazem esquecer completamente o pano de fundo do enredo, nos fazendo mergulhar de cabeça junto com Tom Cruise e sua equipe em uma sequência mais eletrizante que a anterior, e assim sucessivamente.


Por falar em cenas de ação, assim como costumeiramente faz em seus filmes há muito tempo, Cruise dispensa dublês nas cenas mais perigosas, como em sua escalada ao prédio mais alto do mundo o Burj Kalifha, localizado no Emirados Árabes e que mede alarmantes 828 metros de altura. Vendo a cena é difícil acreditar que alguém teria mesmo coragem de ficar pendurado em uma estrutura incrivelmente alta quanto o Kalifha, e a sensação vertiginosa chega a ser inevitável enquanto Hunt, sem outra opção, é obrigado a alcançar um servidor no 130º andar pelo lado de fora do prédio. Apesar da tensão que a cena causa no público, há muitas sacadas engraçadas por parte do próprio Cruise e sua interação com os demais personagens. Desta vez é interessante observar como Hunt lida com a falha de seus, até então, infalíveis equipamentos tecnológicos, e isso acontece em quase todo o filme.

Apesar disso, Missão Impossível 4 parece querer nos fazer acreditar que o mundo visto em Minority Report (filme de Steven Spielberg igualmente protagonizado por Cruise) está cada vez mais perto de nossa realidade, nos mostrando computadores com acesso holográfico, mesas digitais totalmente portáteis e até mesmo um automóvel com design totalmente inovador, próximo aos carros flutuantes de Minority Report.


Difícil não deixar o queixo cair quando o modelo da BMW i8 surge na tela dirigido por Cruise. O veículo híbrido existe mesmo e foi apresentado pela montadora no Salão de Frankfurt em novembro de 2011, o que deixou seus futuros apreciadores de olho em 2014, ano em que a máquina será lançada oficialmente.


Com cenas de combate físico muito bem coreografadas, cenas de perseguição automobilísticas em meio a uma tempestade de areia nas Arábias, e com ação quase ininterrupta, além de boas atuações por parte do elenco, Missão Impossível 4 – Protocolo Fantasma é uma ótima surpresa para quem, como eu afirmei no começo do post, espera ser surpreendido. Diferente do que muitos críticos pensavam sobre a carreira do, agora polêmico Tom Cruise (com todo seu exibicionismo em programas de TV, Cientologia e o método um tanto quanto nazista com que educa sua filha Suri), o ator parece que ainda é capaz de movimentar grandes plateias e fazê-las irem apreciar seus filmes, injetando-lhes uma boa dose de adrenalina nas veias. Eu sempre gostei dos filmes protagonizados por Cruise, em especial os da série Missão Impossível, e em cena ele pareceu querer nos provar o tempo todo que ainda tem fôlego para ser um astro de ação, mesmo no alto de seus 49 anos. Em ótima forma física, ele nos presenteia duas ou três vezes com sua tradicional “corridinha de peito estufado”, comum em praticamente todos os seus filmes e nos dá aquele sentimento de inveja, enquanto mal conseguimos chegar conscientes ao quarto andar depois de subir vários lances de escada.


MI 4 parece ser, apesar da disposição de Cruise, o último filme protagonizado por ele na série, e a intenção parece ser mesmo passar o bastão para Jeremy Renner, astro em ascensão que no filme interpreta um agente que decide parar de atuar em campo quando, teoricamente, falha em proteger uma testemunha. Quando lhe é exigido, no entanto, o agente mostra suas habilidades físicas e prova que, pode sim, substituir Hunt como o principal agente da IMF, trabalhando para uma agência, aparentemente, liderada pelo próprio Cruise, que ao fim do filme sofre uma lesão na perna, o que me parece ser uma boa desculpa para aposentar Hunt e seus malabarismos nas alturas.

Se essa é mesmo a última participação de Cruise na série, ele conseguiu fechá-la com chave de ouro, e que Jeremy Renner (ou outro ator igualmente gabaritado) consiga manter o pique para os filmes futuros.
Vá ver Missão Impossível – Protocolo Fantasma sem medos ou preconceitos. A diversão é garantida.

NOTA: 8


NAMASTE!

18 de dezembro de 2011

Post da Mari: O diário de John Winchester


Há pouco tempo terminei de ler O Diário de John Winchester, e posso afirmar que é um dos melhores livros que já li, por ser uma grande fã dessa história fantástica.
O livro que se baseia na famosa série de TV SUPERNATURAL (SOBRENATURAL no Brasil) criado por Erick Kripke, é escrito por Alex Irvine, um escritor americano que além de outros livros sobre a série também já colaborou com a Marvel Comics e com a DC Comics, produzindo alguns álbuns com os personagens das duas editoras. Criado como a reprodução fiel do diário que o personagem Sam Winchester carrega sempre consigo na série, O diário de John Winchester conta a história dos irmãos Sam e Dean pela visão de seu pai, e faz uma narração detalhada da infância deles e sua preparação para a vida de caçadores de seres sobrenaturais.

As páginas do livro recontam boa parte da história da primeira temporada de Supernatural pela ótica de John, vivido na série por Jeffrey Dean Morgan (O Comediante de Watchmen), além de contar o destino da mãe dos rapazes Mary (Samantha Smith) e dos próprios irmãos Dean (Jensen Ackles) e Sammy (Jared Padalecki).
John um ex fuzileiro naval se torna um caçador de demônios e de seres sobrenaturais depois da inexplicável morte de sua mulher em sua própria casa. Mary foi encontrada por ele queimando pressionada contra o teto enquanto seu sangue gotejava no berço de seu filho mais novo Sam.

Abalado com aquele acontecimento e decidido a vingar a morte da esposa, a partir de então John começa a caçar criaturas sobrenaturais, mantendo sempre seu foco principal em encontrar o assassino de Mary, conhecido como o demônio de olhos amarelos cujo o nome é Azazel (
Fredric Lehne).

Durante essa caçada interminável de John, à medida que vai crescendo, Dean, o filho mais velho, se vê responsável por Sam, cuidando dele sempre que o pai está afastado devido suas incursões ao mundo do desconhecido.
Cada vez mais obstinado em sua caçada conforme os anos vão passando (e a passagem de ano a ano é narrada com detalhes nas páginas do livro), John começa a ensinar seus filhos também a serem caçadores. Dean segue seus passos com afinco, ao contrario de Sam, que deseja levar uma vida normal longe das situações paranormais da família. Sendo assim, Sam abandona o pai e o irmão, indo morar em Stanford, onde logo ingressa no curso de direito.
Mais tarde seu irmão Dean ressurge, afirmando que o pai deles desapareceu em uma caçada, pedindo sua ajuda para encontrá-lo. À princípio o caçula se recusa a ajudá-lo devido a bolsa na faculdade de direito que conquistara, além de antigas mágoas que tem com o pai. Depois de muita persuasão, Dean enfim convence o irmão, e os dois saem em viagem em busca de John.

Sem encontrar pista alguma, Sam volta para casa, e vê sua namorada Jessica morrer igual a sua mãe Mary, queimada pressionada contra o teto.
Carregando a culpa da morte de sua namorada nas costas, Sam desiste da faculdade e decide caçar aquilo que matou Jessica, tendo a frente a mesma missão que seu pai.
Até que eles cheguem em John, os irmãos enfrentam vários demônios, e contam com a ajuda de um velho amigo da Família, Bobby (Jim Beaver) que conhece John desde a infância, e que lhe ensinou tudo que ele sabe sobre seres sobrenaturais, além de o que é preciso para enfrentá-los. Assim como fez com John, Bobby passa seus ensinamentos para os irmãos Winchester, ajudando-os em sua caçada.

John por fim acaba voltando, e fala aos filhos que estivera caçando Azazel e que não queria que eles se envolvessem.
Naquela mesma noite, eles enfrentam juntos uma batalha com demônios libertados do portão do inferno, a mando de Azazel.
Apesar de muito feridos os rapazes conseguem sair vivos da briga, e pegam a estrada novamente, até que no caminho, eles sofrem um acidente, um caminhão dirigido por um demônio desconhecido, provavelmente vindo do portal, acerta o carro dos rapazes violentamente. O Impala, veículo que eles usam em suas viagens, é brutalmente atingido, todos se ferem gravemente, mas Dean fica em pior estado, levado ao hospital às pressas, aparentemente sem chance alguma de sobrevivência, entrando em estado de coma.
John em desespero, resolve então fazer um pacto para salvar a vida de seu filho, oferecendo sua alma em troca. Ele faz um pacto com Azazel, mas o demônio de olhos amarelos não se contenta apenas com sua alma, pedindo também em troca algo muito poderoso a arma COLT.
A COLT é a única arma capaz de deter qualquer demônio por mais poderoso que seja, e John estivera procurando essa arma por anos desde a morte de Mary, sabendo que seria a única coisa que poderia deter Azazel e vingar a morte de sua esposa.

Em desespero para salvar a vida de Dean, John se sacrifica pelo filho, fazendo o pacto com o demônio e dando-lhe também a única arma capaz de detê-lo definitivamente.
John volta para o quarto do hospital com dificuldade após o pacto, e antes de morrer, ele chega perto do ouvido de Dean e diz em tom sussurrante:
Se você não conseguir salvar o Sam, você terá que matá-lo”.
O demônio tem planos para Sam. Na mesma noite em que Mary foi morta, enquanto Sam chorava no berço, o demônio de olhos amarelos se aproximou e pingou sangue na boca do garoto, que cresceu com sangue de demônio em suas veias.

Dean tem a missão de proteger o irmão e não deixá-lo lutar pelo lado do mal.
Explica-se que existem certas "crianças especiais", todas nascidas no mesmo dia, com habilidades especiais e que de um dia para o outro poderiam mudar de lado e lutar pelo mal.
E depois de pouco tempo é exatamente o que acontece.

A história toma um rumo, um tanto dramático e mais tarde Sam conhece um demônio chamado Ruby (Genevieve Cortese), que usando a forma de uma bela moça, consegue fazer com que Sam abandone o irmão e siga com ela. Sam pensa que Ruby está do seu lado, mas na verdade ela se aproxima dele apenas para levá-lo até o último selo que irá libertar Lúcifer (vivido por Mark Pellegrino, o Jacob de LOST) do inferno.

Os selos infernais são como fechaduras que mantém Lúcifer preso no inferno. Existem mais de 600 selos e Lúcifer só precisa romper 66 para que possa ser libertado. Para que isso aconteça, no entanto, algumas regras precisam ser obedecidas, primeiramente apenas um selo pode ser rompido a princípio para que os outros possam ser quebrados e a "profecia" diz que: "Um homem justo derramará sangue de um inocente no inferno", se isso não acontecer nenhum outro poderá acontecer também.
Antes do Apocalipse e dos selos, quando Sam se envolve com Ruby, ele passa a ter poderes.
Antes Sam tinha visões do que estava prestes a acontecer ou do que estava acontecendo, mas a partir do momento que passa a tomar sangue de demônio, ele consegue novos dons, como fazer exorcismos apenas com a força do pensamento.
Sam usa seus poderes para matar Lilith (Rachel Pattee) que pertence a uma das classes mais poderosas de demônios (criada por Kripke, porém baseada na personagem mítica Lilith, um demônio feminino que habitava lugares desertos da mitologia Babilônica), o que era o plano desde o inicio, mas o que os Winchester não esperavam era que Lilith era o último selo e matando Lilith acabam libertando Lúcifer.

Sam então descobre que Ruby era um demônio e que o estava usando para trazer Lúcifer para a Terra.
Depois que Sam causa a guerra entre o bem e o mal inadvertidamente, o seu irmão Dean perde totalmente a confiança nele, o que acaba abalando a relação entre os Winchester.
Como Sam libertou Lúcifer, ele o tem como um filho, fazendo a vida do rapaz uma verdadeira tortura. Em desespero o rapaz pede perdão ao irmão Dean, e os dois encaram a luta do bem e do mal como uma simples caçada.


A série, transmitida pelo canal Warner nos Estados Unidos, já
está em sua sétima temporada, e as aventuras dos irmãos
Winchester estão cada vez mais eletrizantes.
O diário de John Winchester é a reprodução fiel do livro-chave consultado pelos irmãos Dean e Sam Winchester nos episódios. A edição possui capa-dura, 218 páginas e foi publicado no Brasil
pela editora Gryphus.
Vale e muito a pena para quem é fã da série.



Mariane Marques

Santos e o passeio do Barcelona no Japão


Beeem, amigos do Blog do Rodman!

O juiz ergueu o braço, é finita a partida mais esperada do ano pelos torcedores do Santos (e por que não dizê-lo de muitos outros torcedores também) e o resultado não foi muito diferente do que muita gente já esperava: 4X0 para o Barcelona e um show de coletividade comandado pelo técnico Pep Guardiola.
Mas e aí? Foi esse chocolate todo que todo mundo está dizendo ou o Santos fez por merecer estar lá, assistindo de camarote (ok, piadinha sem graça!) o espetáculo do Barça?

Fez e fez muito.

Em primeiro lugar temos que ser sinceros: O Brasil NÃO É MAIS o país do futebol e isso só se comprovou na última Copa (que acompanhei de perto aqui, aqui e aqui). Assisti muitas partidas do já finado Campeonato Brasileiro de 2011, e o que eu vi foi um apanhado impressionante de times mal armados, mal organizados e com elencos sofríveis. E não, caro padawan, eu não estou falando isso apenas porque o São Paulo não chegou nem entre os cinco primeiros da tabela, mas porque nem mesmo o campeão Corinthians (que em teoria devia ter sido o melhor para vencer) exibiu um futebol digno de campeão. Do primeiro colocado ao último, os times brasileiros que entraram em campo (dizer que jogaram é meio que um exagero) apresentaram no máximo um daqueles joguinhos de várzea que costumamos ver quando saímos de casa para dar uma força para um daqueles nossos amigos perna-de-pau que nos chama para vê-lo jogar num campo de barro perto de casa.

Ou eu tô enganado?

Digo e repito: O Santos era o único time com capacidade técnica, e cujos jogadores apresentavam um talento diferenciado, capaz de ir lá e desafiar o todo poderoso Barcelona (chorem corinthianos, vascaíanos e flamenguistas) e mesmo assim não deu.

Mas afinal, o que deu errado?
Tudo.

O Santos já entrou em campo com aquele ar de inferioridade clássico de quem nunca enfrentou jogadores como Xávi, Puyol, Piqué e o baixinho gigante Messi, e isso, vamos combinar, é algo perigoso. Uma coisa é idolatrar seu adversário e respeitá-lo fora de campo, outra é se borrar todo de medo de jogar contra ele dentro das quatro linhas. A cara de embasbacado de Neymar a olhar o melhor do mundo argentino pouco antes de subir a campo já nos dava uma certa mostra de que aquela idolatria não seria muito saudável.

O próprio menino da Vila admitiu que seria uma honra jogar contra aqueles caras que ele só via no videogame!

Do sonho para a realidade levou-se 45 minutos para que o Santos caísse na real. Eles estavam no Mundial do outro lado do mundo enfrentando o melhor time do universo, porém já estava 3X0 com gols de Messi, Xávi e Fábregas. Um pouco tarde para reagir.

O sacolejo que o time da Vila mais famosa tomou no primeiro tempo não impediu que o time viesse mais compenetrado do vestiário para o segundo tempo. Avançando mais a marcação e apostando nos talentos individuais de Neymar, Ganso e Borges, o time alvinegro ainda buscou jogar de igual para igual (como se fosse possível) com o Barça e conseguiu criar uma ou duas oportunidades de gol, impedidas prontamente pelo goleiro catalão.

A verdade, no entanto, era uma só: O Barcelona não deu muitas chances para que o Santos deslanchasse. Sem espaço devido à marcação excelente do time azul-grená, os comandados de Muricy Ramalho apenas assistiram a apresentação de luxo do time espanhol e ainda levaram mais um gol para sacramentar o placar, marca de Messi.

4X0 em um jogo digno de entrar para a história (não dos santistas, claro!).


Mas, Rodman, esse Barcelona é tudo isso mesmo ou o Santos que é muito fraco?

Você não presta a atenção no que lê não, jovem padawan?
Quem aqui disse que o Santos é um time fraco?

Dentro das possibilidades que nosso futebolzinho brasileiro vem demonstrando, o Peixe era o único time que chegou ao final do ano com condições de pelo menos desafiar o time espanhol, mas o que ficou claro nesse dia 18/12/2011 é que isso não era o bastante para frear o verdadeiro bonde sem freio chamado Barcelona.


O Barcelona é tudo isso e MUITO MAIS do que estão falando. Anote:

O time do Guardiola possui talentos individuais?

Sim, muitos. Tirando dois ou três de seu elenco, dos menos talentosos (Mascherano, eu escolho você!!) todo o resto sozinho pode desequilibrar a partida, mas isso nem precisa acontecer. O grande segredo que pude acompanhar do time é a coletividade. Eles não usam como muleta o talento (indiscutível) de Messi ou de Xávi. Todos do elenco jogam em pró daquele que está menos marcado, e não importa quem chega na cara do gol (nem que seja o Daniel Alves), o importante é mandar para rede, algo que (pasmem) o futebol brasileiro esqueceu que é o principal objetivo do futebol, mandar a porra da bola pra rede.
O que hoje o Guardiola conseguiu fazer com o Barça, foi o que o Felipão, há muito tempo, em uma galáxia, muito, muito, distante conseguiu com sua família Scollari lá em 2002. Não tínhamos um punhado de estrelinhas que jogavam para inflar o próprio ego e sim um time realmente interessado em jogar em pró do companheiro e mandar a bola pra rede jogando bonito (tá, talvez nem tanto).

Jogar bonito é importante?
Não, mas é o que faz o futebol um espetáculo lindo de se ver.

Ninguém se importa se seu time ganha com um gol de letra ou um gol de bunda, mas é indiscutível que todo mundo quer ver um jogo bonito, bem jogado e com passes memoráveis. Nem todo time consegue isso, mas o Barcelona consegue.


E esse Messi, Rodman? Não jogou nada na Copa de 2010. Ele é bom mesmo?

Devo admitir que não estou muito acostumado a acompanhar os campeonatos europeus, mas o que o cara jogou hoje é algo digno de ficar marcado na memória para sempre.
O talento do baixinho argentino é impressionante. Ele não tem só um tempo excelente de bola como também possui um passe diferenciado, além de um domínio de bola insuperável. É como se a bola grudasse em seu pé e ninguém fosse capaz de tirá-la de lá. Quando algum marcador do Santos conseguiu pará-lo foi na grosseria, porque de outra forma não há o que se fazer. Os dois gols marcados por ele foram graças a seu talento. No primeiro ele soube dominar bem o passe de Xávi e mandar por cobertura e no segundo ele recebeu em profundidade, driblou o arqueiro santista como se ele não existisse e mandou para o fundo da rede.

E não foi só nos gols que a precisão de Messi ficou clara. O cara manda bem em praticamente todos os fundamentos (sabe, aquilo que os jogadores brasileiros nem sabem mais o que é?) do futebol, sem falar que ele conta com "ajudantes" que não se encontra em qualquer lugar por aí. Família que é família trata assim seu filho mais querido. Isso sim é bonito de se ver.

Eu gosto muito de futebol apesar da roubalheira que eu, você e toda a torcida do Flamengo sabe que existe nos bastidores (né, Dona CBF??), e já tem muito tempo que um bom futebol não é mais possível de se acompanhar no Brasil.

Essa de que o "Brasil é o país do futebol" já caiu por terra há muito tempo, e quem ainda insiste nisso não deve estar acompanhando muito os times brazucas maltratando a bola nos últimos anos. Vai lá dar uma olhada no esporte que os europeus têm jogado e depois você me fala se aquilo é ou não é futebol.


Aiee, Rodman! Você não está sendo nem um pouco nacionalista!


Não, estou sendo realista.
Futebol no Brasil nada mais é do que uma fonte de dinheiro hoje em dia. Não fazemos mais jogadores, fazemos máquinas de enriquecimento "lícito" e no ritmo que está, se não fabricarem logo novos "Neymares" por aí, a fonte vai secar em um ou dois anos no máximo.

Parabéns ao Santos que pelo menos chegou lá, parabéns ao Neymar por ser uma das únicas esperanças de futebol bem jogado no Brasil e claro, parabéns ao time do Barcelona que ainda prova que é possível ver um jogo de futebol e venerar a arte.

NAMASTE!

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